21 de mai. de 2013

A Hora do Pesadelo - Capítulo 5 - A Queda de Lola


POV NANCY
- Pegou a pipoca, Nancy? – ouvi a voz de Lola, da sala de sua casa. Suspirei coçando brevemente os olhos. Sai da cozinha com preguiça, deixando o balde de pipocas no colo, assim que sentei no sofá junto aos demais.
- Aqui está. 
- Obrigada. Estou morrendo de fome. E também muito cansada. - comentou baixo, pegando um punhado das pipocas com a mão.
- Eu também. Ultimamente estou mais cansado do que o normal. - falou Justin, sentado ao meu lado.
- Eu também, cara. Tem sido muito exaustivo. - concordou Jesse. Aquilo era muito estranho. 
- É. Não estou conseguindo dormir a noite. E nem ao menos posso cochilar durante a aula. - acrescentou Lola, de boca cheia.
- O que houve na aula? – perguntei sem mais delongas, encarando-a nos olhos. Ela deu de ombros, e apesar de sua atitude, pude sentir o medo em seus olhos incrivelmente azuis.
- Do que está falando? – pergunto a loira.
- Não fuja, Lola. Eu sei que você teve um pesadelo. Eu quero saber com quem sonhou e como foi. – respondi direta.
- Tudo bem, eu admito! Eu tive um pesadelo sim. Sonhei com o mesmo cara do pesadelo da noite anterior.  – revelou  rendida.
- Acho que deve estar confundindo as coisas, Lola. Como assim você sonhou com o mesmo homem? Tem certeza de que era ele? – perguntou Justin, encarando a loira com um olhar indecifrável. Ele parecia estar com medo de algo, aquilo não me saia da cabeça.Todos pareciam muito cautelozos e cansados. Não era uma mera impressão. 
- Eu não estou confundindo as coisas. Era ele. O mesmo homem. Com o mesmo rosto deformado e queimado, com as mesmas risadas malvadas, com a mesma voz, com as mesmas facas nas mãos. Parecia muito real. Ele era assustador! Nunca tive medo de um pesadelo como tive deste. Eu ainda lembro que ele cortou um pedaço do meu cabelo quando tentou me atacar. – rebateu a loira em resposta. Vi Lola pegar um dos livros que tinha deixado sobre a mesa de centro, e abri-lo. Logo em seguida, tivemos a visão de uma mexa loira entre as páginas. Gelei no mesmo instante. Foi o mesmo comigo.  Eu me machuquei de verdade quando ele me jogou contra a parede, e agora ele tenta atacar Lola e tira uma mexa de seu cabelo. Aquilo estava me deixando ainda mais assustada. Se é que é possível ficar mais assustada do que já estou.
- Você só pode estar brincando! – comentou  Jesse, parecendo não acreditar no que via. Eu não o culparia. Parecia ser uma coisa impossível. Mas, infelizmente não era.
- Não estou brincando! É verdade, eu não mentiria com uma coisa dessas. Vocês tem que acreditar em mim. – suplicou a loira encarando-nos a espera de alguma resposta a seu favor.
- Eu acredito em você. – falei baixo com certo receio de encarar seus olhos. Mas quando isso aconteceu pude ver um olhar feliz, mas ao mesmo tempo confuso vir dela.
- Você... Você acredita em mim? – perguntou. Os garotos já nos encaravam a essa altura, porém aquilo era o que menos importava. Eu precisava saber. Ela não estava sozinha nisso, e eu não pretendia que ficasse.
- Acredito. Eu vi e...
- Como assim, você está dizendo que sonha como o mesmo cara que ela? – perguntou Justin dessa vez. Pude vê-lo engolir a seco enquanto esperava minha resposta.Estava assustado e preocupado. Só poderia ser brincadeira. Não pode ser!
- Sim. Eu tenho sonhado com ele algumas vezes e ele sempre tenta me atacar. Mas a maioria dos sonhos começaram a dois meses atrás. Naquela época, eu só ouvia a música. – falei ainda baixo. Tentava a custo manter um olhar firme, mas o medo era grande. Meu corpo se sentia cansado e tudo que queria era dormir. Mas se eu dormir eu vou sonhar. E se sonhar, ele me mata.
- Que música? – continuou Justin. Seus olhos estavam fixos em mim e tudo que pude fazer foi limpar a garganta com medo. Mas o medo era exatamente estar no meio de um pesadelo. Não tinha a certeza de que estava dormindo, já que estava tão cansada. Suspirei tomando a devida coragem para respondê-lo.
- Um, dois Freddy te pega depois... – cantarolei baixo tomando coragem para encarar com firmeza seus olhos castanhos.  Justin engoliu a seco, apertando minha mão, que por sua vez repousava sobre suas pernas. Sentia meu corpo mole e sabia que a qualquer tempo poderia apagar de uma vez.
- Eu já ouvi essa musica uma vez enquanto estava sonhando. Tinha um homem também, mas não pude ver seu rosto já que estava muito escuro... Céus! – comentou Jesse nos encarnado assustado. Mais exatamente perplexo com a situação ao qual se encontrava. Vi Lola por as mãos na cabeça, levantando-se do sofá. Ela andava de um lado para o outro, seu olhar era assustado e algumas lágrimas começaram a molhar seu rosto de boneca.
- Ai meu Deus! Agente ta tendo o mesmo sonho! É tudo real! – dizia ela em desespero andando pela casa. Jesse levantou-se no mesmo instante ao ver o estado de desespero de sua amada, abraçando-a como podia. Mas Lola estava eufórica demais para ficar parada.
- Calma meu amor. Vai ver isso tudo é apenas uma coincidência. – tentou, em vão acalmá-la.
- Não, Jesse não é! Estamos todos tendo o mesmo sonho, com a mesma pessoa. Eu aposto que o  Justin está tendo os mesmos sonhos também. – explodiu ela. Justin ao meu lado baixou a cabeça em resposta e meu coração acelerou em meio ao choro dela, que agora se encontrava nos braços do namorado. Apertei ainda mais forte as mãos de Justin. E em troca ele apertou minha mão ainda mais forte, mão essa que parecia tremer.  Eu poderia estar nessa situação. Mas ele não. Não ele.
- Nós temos que parar com isso! A cada vez que falamos sobre isso, gravamos essas memórias horríveis. Quanto mais falarmos disso mais vamos sonhar. Precisamos esquecer isso. – falava Jesse abraçando com carinho sua namorada e minha melhor amiga.
- Não é só um sonho, Jesse. É real! Isso é real! Não podemos dormir, porque se isso acontecer ele vai nos matar. Ela não pode dormir! – falei em meio à irritação levantando do sofá no mesmo instante. O que ele falava era um absurdo, uma completa loucura. Que mais provas ele desejava para finalmente acreditar que era real? Ele não só estava colocando a vida da minha melhor amiga em risco, como a dele também. A única coisa que podia ouvir era o som do choro abafado dela.
- Claro que pode! É apenas um sonho, Nancy. Um sonho meio assustador, mas apenas um sonho!
- Mas e o fato de sonharmos com a mesma pessoa, que tem as mesmas características não é o bastante?
- Pode ser coincidência.
- E o fato dele ter cortado uma mexa do cabelo dela? Isso não é o suficiente? A morte do Dean não basta para você? Porque caso não saiba eu o vi morrer enquanto eu dormia. Eu vi tudo! Eu fui machucada por ele também, Jesse! Toda vez que sonho com ele tenho a sensação de que estou a um passo perto da morte. Eu vi com meus próprios olhos Dean ser cortado até a morte e quando gritei para tentar acordá-lo Freddy me arremessou contra a parede e a cabeceira da cama. Ele me machucou. Mas não foi um machucado apenas no sonho, Jesse. Mas isso você não entende. Porque se ela dormir, ele vai matá-la! Se qualquer um de nós dormir, qualquer um de nós,  ele nos matará! – esbravejei ficando de frente a ele. O choro de Lola ficou ainda mais intenso depois de minhas palavras. Justin ao meu lado parecia me apoiar, já que segundos depois ele tentou convencer os dois a não dormirem. Mas foi uma tentativa em vão, pois Jesse simplesmente pôs Lola no colo, caminhando na direção da escada. No exato momento em que tentei impedi-lo, meu amigo segurou minha cintura com firmeza contra seu corpo. Impedindo-me de ir até Jesse e mantê-lo longe de Lola.
- Você vai matá-la! Ninguém pode dormir. – falei mais alto tentando por mais uma vez. Passei a mão pelo rosto nervosa, tentando relaxar o corpo. Depois disso, pude sentir a respiração descompassada de Justin na curva de meu pescoço, e aquilo me fez estremecer. Respirei profundamente sentindo suas mãos terem mais firmeza em minha cintura. Aquilo me acalmou mais rápido do que imaginei.
- Ele não faz por mal, acha que assim está protegendo-a. Sei que Jesse a ama. – falou baixo e assim que virei para encará-lo, o coração bateu acelerado no peito devido à extrema proximidade.  Pus a mão em seus ombros mordendo levemente o lábio. Tente agir normalmente, Nancy. Ele não gosta de você, quer ser apenas seu amigo. Acalme-se! Alertava minha mente, enquanto meu maior desejo era atacar seus lábios que pareciam tão macios.
- Eu realmente espero que esteja certo.  Temos de encontrar uma maneira de pará-lo. Tudo que quero é dormir, mas...
- Mas você é forte o suficiente para se manter acordada. Não quero cogitar a idéia de que não poderei mais ver você e admirar esses lindos olhos verdes. – disse ele encarando profundamente meus olhos e com carinho acariciou minha bochecha com o polegar
- Prometo tentar não dormir se você não dormir também.
- É claro que prometo pequena.  – respondeu com um pequeno sorriso, abraçando meu corpo contra o seu com ternura. Mas algo ainda me fazia ficar alerta. Freddy.
[...]
POV LOLA
Abri os olhos, mesmo que ainda sonolenta,  ao ouvir os latidos do meu cachorro, Ben. Jesse dormia tranquilamente abaixo de mim, e para não acordá-lo, decidi levantar lentamente da cama. Tinha a impressão que a casa parecia ainda mais escura e silenciosa. Aquilo, de certa forma, me assustava um pouco. Pude sentir o vento gelado bater em meus cabelos soltos assim que abri a porta. Mas que droga, porque ele sempre faz isso à noite? E onde ele está?
- Ben?... Ben volte já aqui!... Mas que droga! – reclamei baixo, ainda parada na porta de trás do jardim da casa. O silêncio estava me assustando. Um silêncio que era cortado pelo som dos latidos do meu cachorro. Abracei meu corpo devido ao frio, continuando a chamar por Ben. Dei o primeiro passo, levemente receosa, encarando tudo o que podia. A única fonte de luz era a lua, e nem ela me ajudava a enxergar com clareza as coisas a minha frente.
- Ben? Vem aqui, garoto... Ben? - continuei a chamar por ele, mas, porém, seus latidos já não eram ouvidos por mim. Latidos que de certa forma, me guiavam até ele. Engoli a seco, com as pernas bambas, dando mais um passo a frente. E foi nesse instante que meus olhos se arregalaram assim que vi o corpo do meu cão estirado no chão. Banhado em sangue, com quatro cortes fatais por todo seu corpo. Quando deixei escapar um grito de terror, uma voz ao fundo, atrás de uma parede chamou minha atenção. Era o mesmo homem. O mesmo cara de chapéu, suéter listrado e facas no lugar das mãos. Perdida entre o sentimento de dor por perder meu animal de estimação e o medo que reinava a situação, dei um passo para trás com os olhos arregalados,  com o coração batendo ainda mais rápido de pavor. Nancy estava certa.  Não poderia dormir. Mas agora era tarde demais.
- Só estava fazendo carinho... - a voz grossa, fria, com uma leve pitada de ironia comentou com um riso grotesco, que me impulsionou a virar e correr o mais rápido que pude na direção da casa. Pelas pequenas, ou muitas vezes que virava a cabeça para trás, o via andar lentamente em minha direção. Sempre fazendo questão de exibir as facas afiadas que usava como mãos.
- Jesse!... Jesse, socorro!... Me ajudem!... - gritava em completo desespero, provocando mais risadas da parte dele. Ainda em plena correria, abri a porta de assesso ao jardim e a fechei em seguida, com medo e nervosismo. Ao observar o lado de fora, Freddy já não se encontrava mais lá. Nem a porta. Em seu lugar, estava uma parede verde clara, uma pintura velha que parecia desbotar. De respiração falha, tornei a encarar a frente, vendo em cima de uma parede que dava assesso a diversos corredores, um grande letreiro com um nome de uma escolha infantil, para crianças do ensino primário. Apertei minhas mãos, dando passos lentos e cautelosos por entre os corredores. E novamente me encontrava de olhos arregalados ao ver uma pequena criança parada a minha frente. Eu a reconhecia como ninguém. Era eu. Era eu quando estava com cinco anos de idade. Aquela garotinha sou eu. Mas não tinha ideia do que aquilo queria dizer. Do porque estava venho a mim mesma mais jovem.
- Vem, vamos nos esconder. - a sua voz fininha falou e ela, ou eu, estendeu a mão para mim. Mesmo que receosa, segurei. Ela por sua vez estava gelada, e mesmo sentindo um incrível medo percorrer minha alma, a pequena Lola não parecia se importar, e me carregava pelos corredores cheios de salas de portas abertas. Em uma delas, estavam duas garotinhas pulando corda. Uma delas, se parecia muito com Nancy quando mais jovem.  Os outros dois garotinhos, que assistiam  a brincadeira, também se pareciam com Justin e Jesse. O pequeno Jesse me observou nos olhos quando passei, enquanto o pequeno Justin, sequer piscava os olhos observando Nancy brincar com as amiguinhas. Soltei a mão da minha miniatura e parei a porta da salinha. As crianças pareceram finalmente perceber minha presença e pararam a brincadeira. Jesse, Justin e Nancy caminharam até mim, com os olhares doces e inocentes e deixaram beijos em minha bochecha. Suas mãozinhas circularam meu corpo em um abraço, um a um.
- Gostei de você. - disse Jesse, perdão, o pequeno Jesse inocente e sorridente para mim, antes de sentir minha miniatura segurar minha mão e puxar-me para longe daquela sala. De pernas ainda bambas, continuei a seguir a mim mesma, que andava depressa e feliz pelos corredores sujos e escuros do lugar. O silêncio que antes era presente e assustador, foi cortado por uma voz rouca, muito grave e sombria, fria e que conhecia muito bem. Quando a pequena garotinha loira parou de andar e largou minha mão, dei um passo para trás, vendo Freddy apoiado sobre o quadro negro. Como se estivesse em um jogo de esconde-esconde.
- Cinco... Quatro... Três... Dois... Um... Prontos ou não... Lá vou eu. 

POV JESSE
Abri os olhos confuso, assim que que levantei da cama. De inicio pensei que estaria certo, afinal, era loucura pensar que alguém poderia nos perseguir em sonhos, e neles no matar. Mas estava errado. Errado porque assim que acordei, minha namorada se debatia na cama, gritava e clamava por ajuda. Aquilo certamente parecia cena de filme de terror. 
- Lola! Lola meu amor, acorda! Acorda, por favor, acorda! - gritei o mais alto que pude, sacudindo-lhe os ombros com força. Nada parecia acordá-la. Dessa vez, quando tentei novamente tornar a tentar acordá-la, fui empurrado para longe da cama, e quando levantei, pude ver apenas seu corpo levitar e ´parar no ar. Arregalei os olhos, assustado. Por favor, não. Ela não.
- Lola, acorda! - gritei mais uma vez em aflição, antes dela ser arremessada até o teto. Seu corpo ricocheteou e bateu contra móveis, paredes e objetos de pontas finas. Seus gritos eram assustadores, e meus olhos já não conseguiam segurar as lágrimas que escorriam leves por meu corpo. 
- Jesse?... Lola? Abram a porta, abram! - os gritos de Nancy e Justin fizeram companhia aos da loira que tinha agora, a cabeça arremessada com toda a força contra o teto. O mesmo aconteceu com as costas, até ela se virar novamente no ar. Quando percebi, os jatos de sangue melaram meu pijama branco, jatos de sangue que saíram, quando seu peito foi aberto por quatro facas afiadas, rasgando todo seu corpo. Ainda chorando, ouvi a porta ser arrombada e Justin e Nancy entraram nervosos e preocupados por ela. Eles viram, junto a mim, o corpo de Lola parar de levitar e cair com tudo na cama. Ainda fraco e assustado, cai de joelhos no chão. Chorando sem ter medo do que pensariam de mim. Tinham matado ela. A minha Lola.
- Ah meu Deus! - exclamou Nancy entre o choro, sendo abraçada forte e carinhosamente por Justin.

Oi gente, como vão? Esse capítulo é inédito, acabou de sair do forno. Espero que me desculpem pela demora, passei meses para postá-lo, mas fiquei sem ideias para essa fic. Mas elas voltaram, e cá estou eu para dar continuação a essa fic. Essa capa, lá de cima é nova, é a capa da fic, espero que tenha ficado legal, porque eu também gostei. Ah, essa cena da morte da Lola, foi completamente inspirada nessa cena aqui.  Espero que tenham curtido. Muitos beijos, comentem e até o próximo :D

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