21 de mai. de 2013

My Angel - Capítulo 4 - Meu Nome é Justin

Fanfic / Fanfiction de Justin Bieber - My Angel - Capítulo 4 - Meu Nome é Justin

4 de Fevereiro, New York City, 9:10am
Fechei os olhos com força, ouvindo por mais uma vez os gritos de minha mãe. Ela berrava comigo como sempre. Parecia que essa era a única forma ao qual ela se direcionava a mim a anos. Desta vez, o motivo da gritaria era obvio. Acordei tarde e não arrumei o quarto. Bem, para ser honesta eu havia me recusado a lhe fazer o café da manhã. Não era sua escrava, e já que ela dizia que me odiava poderia muito bem fazer seu próprio café da manhã sem minha ajuda. Não tenho culpa se enche o estômago de cerveja e passa a noite em claro. Além do, mas, era mais uma segunda feira de manhã. Eu precisava ir à escola. Não que gostasse, mas era um dos poucos meios que tinha de escapar de todos os problemas que me traziam. De toda dor que me faziam passar.
- Você é uma imprestável, Hanna! Como não fez o meu café da manhã? Acha que é todos os dias que se consegue conquistar o chefe e dormir com ele? Eu preciso agradá-lo! E aí eu descubro que você não fez um bom café da manhã.  Sua vadia! – exclamava ela, fazendo gestos irritadiços com a mão, deixando uma bofetada no meu rosto. Mordi os lábios, sentindo o rosto arder. Eu tinha uma imensa vontade de devolver o tapa. Mas não podia bater nela. Ela infelizmente era minha mãe. Era injusto! Sentia raiva. Queria poder dizer as boas verdades que me entalavam a garganta, e bater nos dois indivíduos que a sociedade me obriga a chamar de pais até não sentir mais forças em meus braços.
- Não sou sua empregada.
- Claro que é! Já que não serve como filha, ao menos de empregada há de servir.
- Então acho melhor contratar um bem rápido. Eu não vou fazer sua comida. Eu não vou limpar seu quarto ou me preocupar em fazer ‘sala’ para os homens que trás, enquanto você toma banho. Você tem duas mãos. Faça sua comida. – respondi fria e simples, me virando e saindo de perto dela, ainda ouvindo seus berros e insultos. Mais uma manhã abominável começou.
[...]
Bati o lápis contra a mesa, tentando inutilmente resolver um cálculo de matemática. Essas coisas definitivamente não gostavam de mim. Minha cabeça ainda rodava pelo efeito da erva. Mesmo que levemente. Sabia que, mas tarde teria de encontrar Luca. Um rapaz que vendia a erva pela metade do que os outros vendiam. Tinha uma pequena dívida de vinte dólares com ele. Dívida esta que teria de pagar. Ele é conhecido por torturar suas vítimas antes de matá-las. Por isso teria de pagar. Mas enquanto isso não acontecia, cutuquei minha amiga a frente em busca de respostas.
- Tem as respostas? – cochichei.
- Que questões você quer a resposta?
- Algumas.
- Quais?
- Do primeiro ao décimo.
- Se importa de esperar?
- Nenhum pouco.
- Pois certo. Você terá a resposta em cinco ou dez minutos.
- Certo. – respondi em troca. Não tinha nada a fazer, e esperar por enquanto era a melhor coisa a se fazer. Encostei-me sobre a mesa em um suspiro baixo. O tédio reinou até ouvir a porta abrir-se e a diretora entrar na sala com uma cara de tédio. Até ela?
- Bom dia turma. – falou como se fizesse força para isso, usando um pouco da educação que tinha.
- Bom dia. – respondemos no mesmo tom. A professora que era muito bonita por sinal, coisa que em todos esses anos nunca parei para reparar, levantou-se assim que a velha entrou.
- Vejo que estão comportados, isso é realmente um bom sinal. Estão me deixando bastante orgulhosa. – comentou com um pequeno sorriso no rosto.  Quando digo que era um sorriso pequeno, é porque realmente quase não aprecia no rosto dela.  Mas seu comentário me fez bufar. Não era novidade que a minha turma, o 3° Ano C do Ensino Médio era a pior turma da escola. Sim, nós éramos bagunceiros. Particularmente achava ridículo ela tentar mudar nosso comportamento. E era detestável ouvir piadinhas ridículas sobre nosso comportamento.
- Vou direto ao assunto. Tenho um aluno novo aqui. Ele veio do Canadá, tem dezessete anos e seu nome é Justin. Espero que não transformem o rapaz em mais um delinqüente como vocês.  Pode entrar jovem.  – disse simples e direta. Não demorou e logo o garoto estava ao seu lado. Ele sorriu para mim assim que me viu ao longe. Então o nome dele é Justin?
- Seja bem vindo a minha turma, Justin. Pode sentar-se na cadeira vazia ao lado da Sra. Evans. – falou a professora educadamente com um sorriso no rosto. Eu o acompanhava com o olhar. Vendo-o passar pela mesa das lideres de torcida, que por sua vez, cochichavam provavelmente o quão lindo ele era. Vi passar pela mesa dos jogadores de basquete que o encararam torto. E o vi caminhar entre os nerds, até finalmente sentar ao meu lado na mesa. Ele sorriu fraquinho, deixando a bolsa por cima da mesa, antes de sentar-se finalmente ao meu lado.
- Agora que está instalado, vou me retirar. Podem continuar com suas atividades. – comentou a velha por fim antes de virar e sair da sala. Encarei o rapaz ao meu lado que tinha um grande sorriso no rosto. O que fez meu rosto formigar.
- Oi de novo. – falou alegremente enquanto pegava os cadernos e os abria. Podia notar que o sorriso que carregava nos lábios era sincero, espontâneo. O que me levou a sorrir fraco também. Como ele conseguia ser tão feliz?
[...]
- Porque esse garoto não para de olhar para você? – perguntou Louise ao meu lado na mesa do refeitório. Olhei para frente, vendo o mesmo garoto que a pouco descobri que se chamava Justin, me encarar e por instantes ele desviou o olhar, dando atenção agora para a comida que escolhia e pagava no outro lado da cantina.
- Porque está me perguntando isso?
- Não é o mesmo garoto do restaurante? – perguntou Abigail a frente.
- Você o conhece? Ele sorriu pra você quando te viu na sala, ou foi impressão minha? – questionou agora, Sara com um enorme ponto de interrogação no rosto. Dei de ombros, mordendo uma das batatinhas sobre a bandeja.
- Não surtem, por favor. Não foi nada de mais, apenas o ajudei a conhecer um pouco da cidade e da escola. Apenas isso.
- Minha nossa! Vocês ficaram! Não creio! Céus, Hanna ele é muito lindo! – falou Sara com carinha de boba. Ela parecia alegre, mas esqueceu que eu jamais comentei que fiquei com ele.
- Primeiro não houve nada entre nós, e segundo ele é bonito, mas não me importa em nada. Você deveria saber que todos os homens são cruéis, são seres inúteis que só trazem dor e que se importam somente com o próprio prazer. Se me dão licença. – respondi zangada levantando da mesa com rapidez, tentando sair do refeitório o mais rápido que consegui. Não gostava desse assunto.  Não era o fato de não despertar o interesse de nenhum homem que me incomodava. Na verdade o que realmente machucava era saber que o amor era algo muito perigoso.  Não queria amar porque sabia o que me aguardava. Porque sabia que os homens traem não se importando com os sentimentos de suas companheiras.  Como meu pai fazia. Como meus tios faziam. Eu tinha medo de passar pelo que eles passam. Tinha medo de sofrer tudo de novo. Ele parecia ser um bom rapaz, mas na minha concepção, apenas parecia. Nada mais do que isso. Suspirei sentando na grama verde do jardim da escola. Meu lugar preferido daqui. Era calmo e poucas pessoas passavam por aqui.
- Oi. – ouvi a mesma voz rouca falar. Não precisei virar para saber quem havia sentado ao meu lado.
- Oi.
- Tudo bem?
- O que quer?
- Está irritada? Desculpe, não percebi. Estava tão empolgado comendo meu cachorro quente. – comentou risonho. Porque ele vive sorrindo, porque está sempre alegre? Eu não gosto de pessoas alegres.
- Adorei a piada. – debochei e ele riu.
- Obrigada, sou um cara de muitos dotes. É por isso que as garotas caem aos meus pés. – brincou me encarando. Mesmo sendo brincadeira eu não tinha gostado nenhum pouco daquilo.
- O que você quer? Não vê que desejo ficar sozinha?
- Me desculpe, não irei mais importunar você. – respondeu chateado levantando-se em seguida. Suspirei segurando seu braço, o puxando novamente para sentar ao meu lado no gramado. Na verdade não havia motivos para ficar irritada, as minhas amigas eram assim. Acho que esse foi o resultado de gritos e mais outras coisas no começo da minha manhã.  E apesar de ainda sentir raiva da vida que levava, sabia que não deveria descontar minha fúria nas pessoas que não tinham simplesmente nada com tudo que estava passando.
- Me desculpe... Não queria dizer aquilo, eu...  Só não tive um amanhecer agradável.
- Tudo bem, eu entendo. Afinal, é muito chato ter de vir à escola. – comentou brincalhão, me obrigando a deixar uma risada fraca escapar. Ele tinha um sorriso sincero nos lábios, um lindo sorriso. Não entendia porque era tão feliz, porque sorria o tempo inteiro. Mas aquele garoto me fazia sorrir. Fazia-me sentir bem de uma forma que ficava apenas, com meus avós. E claro com Louise. Mas parecia ser muito mais do que isso. Mesmo ainda sentindo o estômago doer, mesmo sentindo raiva, ele conseguia roubar uma risada minha. Uma risada verdadeira. E aquilo eu não entendia.
- Eu queria agradecer por ter me mostrado a cidade, foi muito gentil. – comentou ele mordendo uma das batatinhas onduladas dentro de um saco. Eu conhecia aquilo. Eram minhas prediletas.
- Tudo bem, como já disse você resgatou meu celular. Não precisa agradecer. – respondi em troca vendo-o rir.  Sentando-se um pouco mais perto de mim. Uma proximidade perigosa, diria.
- Sabe o nome de uma garota loira com as pontas do cabelo pintadas de rosa? – perguntou ele curioso. Revirei os olhos
- Acho que deve estar falando de Lola. Ela é a capitã das lideres de torcida da escola.  Está sempre disposta a fazer mal a alguém só para sentir-se melhor. Mas porque a pergunta? Interessou-se por ela? – respondi fazendo uma pergunta direta no final.  Ele deu de ombros por sua vez. Não parecia estar curioso além da conta sobre ela. Aquilo com toda certeza deixou-me confusa.
- Não, é que ela ficou me encarando o tempo inteiro. Senti-me um cachorro quente prestes a ser devorado.  Não que ela não seja bonita, é que...
- Você só quer passar uma única noite com ela e depois, nunca mais.
- Não. É que eu não gosto de garotas fúteis. Eu sempre quis uma namorada de verdade. Sabe alguém com quem possa conversar e me sentir bem, ser eu mesmo. Alguém que me faça feliz. Não me importo se ela não for uma garota da torcida, se não for popular. O importante é o sentimento. – respondeu firme. E em sua confiança pude sentir um arrepio percorrer a espinha.  Será que ele era assim? Ou estava dizendo tudo àquilo para me impressionar?
- Já namorou alguma vez?
- Na verdade sim. Tive duas namoradas. Eu era apaixonado por elas, mas não duramos muito. Mas eu fico feliz em saber que ainda sou amigo delas, que não existe clima ruim quando estamos juntos. Considero-me um cara de sorte. – comentou movimentando a cabeça positivo.
- Fico feliz por você.
- Mas e você, Hanna. Já teve algum namorado? – perguntou curioso. Na verdade seu olhar expressava algo que minha experiência de vida, não conseguia decifrar. Era um olhar alegre, mas ao mesmo tempo curioso. Porém havia algo mais em seu olhar. Em sua pergunta. 
- Nunca tive um namorado. Bom... Na verdade já tive um pequeno romance, já fiquei com alguns garotos, mas não foi algo sério.  Eu nunca quis ter algo sério. Eu não gostava deles. Eu acho que não quero criar sentimentos por alguém. Os rapazes em sua maioria não são confiáveis. O amor esfria com o tempo. Fica amargo e com os problemas diários as coisas complicam. Um deslize e tudo em que se acreditava se torna monstruoso.  O homem geralmente não resiste a uma mulher por ser idiota. Ele trai, magoa e bate. Eu não quero uma vida infeliz, cheia de amargura e dor. Já basta o que passo todos os dias, além do mais... – discursava, mas por instantes parei e notei que falava mais do que deveria. Aquilo não poderia acontecer. Jamais falei algo tão íntimo. E tinha a certeza se não tivesse me dado conta do que estava fazendo, diria toda a minha história dolorosa a alguém que conhecia a menos de dois ou três dias.
- Como assim “ Já basta o que passo todos os dias”? Está tudo bem com você? – perguntou o garoto segurando com carinho e preocupação em meu braço. Era como se estivesse sentindo calafrios por todo o corpo, mas era uma sensação maravilhosa sentir sua mão tocar em mim, mesmo que em cima do tecido do casaco. Era também quase impossível controlar os batimentos acelerados. Mas afinal, porque todas essas sensações com um simples toque? Neguei com a cabeça, retirando sua mão de  mim. Não estava gostando dessas sensações que ele me fazia sentir. Se isso for o inicio do que estou pesando, é melhor que pare por aqui.
- Nada, é que... Esqueça. São bobagens.
- Eu sou seu amigo... Eu acho. Mas se quiser conversar sobre o que te aborrece...
- Primeiro, eu conheci você a menos de dois dias. Segundo, porque eu contaria algo íntimo a um estranho? Não quero ofender você, mas acho melhor falarmos sobre outra coisa.
- Não sou um simples estranho... Sou o estranho doido que salvou a vida do seu celular. – brincou ele me fazendo rir. E detestei aquilo. Esse garoto parecia ter o dom natural para me fazer sorrir com extrema facilidade. Não era algo automático. Estar perto dele me fazia estranhamente bem. Como se ele fosse um anjo protetor que me acolheria em seus braços sempre que precisasse de carinho. E aos poucos notei que ele não era apenas mais um garotinho rico que é esnobe como a maioria é. Ele parecia ser tão simples, tão alegre e brincalhão. Sempre tão feliz. Mas como ele conseguia esse efeito sobre mim?
[...]
- Você soube da novidade? – perguntou Louise passando um gloss labial, encarando seu reflexo de frente ao espelho.
- Que novidade? – perguntei curiosa, ainda encostada sobre a parede do banheiro da escola.
- Parece que a líder de torcida nojenta, ficou louca pelo menino novo.  – comentou ela agora arrumando o cabelo. Não via necessidade para tal, afinal Louise tem cabelos perfeitos. Eram tão lindos que causavam inveja em algumas garotas que sempre a olham torto. Mas ela parecia não se importar com isso. Eu também não ligaria se fosse ela.
- É mesmo?
- É, eu a ouvi falar quando passava por ela. Lola disse que ele era muito bonito que o teria a todo custo. Eu até a vi tentar algo com ele na aula de Geografia, mas o que parece é que ele não ficou tão impressionado com ela. – falou Sara, saindo da cabine caminhando até a bancada repetindo o mesmo ato de Louise. Bufei enrolando uma mecha do cabelo no dedo.
- Não sei como essa vadia ainda não deu pra ele. Mas com certeza isso já aconteceu, e ele esnobou-a depois que conseguiu o que queria. – sugeri em troca. Sara riu, virando e encarando seriamente meu rosto.
- Porque acha que todos os homens só pensam em sexo? – perguntou ela.
-  Porque todos eles são assim.
- Está enganada, Hanna. Existem garotos por aí que são verdadeiros cavalheiros com as garotas e...
- Depois transam com elas e nunca mais a procuram novamente.
- Você teve alguma experiência desse tipo? – perguntou novamente. Não estou gostando dessa curiosidade.
- É preciso disso para saber o quão machista e idiota são? Por favor, Sara! Não fale com uma garota pura e sonhadora, ou acha que não sei que está chateada porque dormiu com o Josh e no dia seguinte ele estava aos beijos com outra? Eu te avisei sobre esse cara, ele não presta!
- Eu sei que minha experiência com o Josh não foi boa, mas eu sei que eu escolhi o cara errado. Porque essa birra de achar que todos os homens são iguais, Hanna? Parece até que você passa por isso todos os dias. – comentou Sara, pegando sua bolsa do balcão e deixando-a sobre seu ombro. Louise e eu fizemos o mesmo, caminhando para fora do banheiro.
- Acredite em mim, eu conheço os homens muito bem sem precisar ter algum relacionamento com um deles. Acredite em mim, a pior coisa que há na vida é se apaixonar. Então, por favor não cometam esse erro. – comentei enquanto atravessávamos o campus na direção do estacionamento. Se fosse uma jovem normal, estaria feliz por ter acabado as aulas. Mas eu não sou todo mundo. Sabia que teria de voltar para o lugar que chamo de inferno.  Por mais que eu orasse, pedisse ajuda a Deus, parecia que nada acontecia. Parecia que sempre seria a mesma coisa e que tudo ficava ainda pior. Eu pedia todas as noites para que aquilo acabasse, ou ao menos que nos tornássemos uma família feliz. Mas nada acontecia, e as vezes parecia ainda pior. Dormia com uma sensação ruim, pior até que pensar que o teto poderia cair sobre mim. Muitas vezes meu pai tentou abrir a porta do meu quarto para me fazer algum mal. Isso sempre acontecia quando ele estava bêbado e quando certamente, nenhuma mulher houvesse se interessado por ele. Mas porque diabos alguém se interessaria por ele? Era o pior ser da face da terra. Ele me causava arrepios, era impossível me sentir segura com ele. Principalmente quando estava a beira da loucura virando a garrafa de bebida na boca. Eu odiava aquele lugar com todo meu ser. Talvez fosse isso a causa de usar maconha. Mas quem liga? Se for para acabar com a minha existência na terra, ainda mais rápido, farei questão de usar mais. E é onde me pergunto novamente a razão pela qual somos trazidos a terra para sofrer. Será que Deus não me amava?
- Onde está Abigail? – ouvi Louise perguntar o que me causou um breve arrepio pelo corpo. Nada muito grande. Apenas forte o suficiente para me trazer ao mundo real e deixar para o lado os pensamentos que torturavam minha mente. Mas era impossível não fazer uma pequena reflexão antes de sair da escola, sabendo que voltaria para o lugar onde jamais desejei estar.
- Está esperando no carro, vocês sabiam que tem um garoto interessado nela? – falou Sara em tom alegre o que fez Louise sorrir. Não o suficiente para me fazer repetir o ato. Eu sabia que todos os homens eram como meu pai. E conviver com ele me fazia saber e conhecer os homens o suficiente para me afastar deles.  São todos iguais. Mas elas não acreditam no que digo. Sonhadoras demais. Sinto pena delas.
- Hanna! Espera... – fui despertada de súbito ao ouvir uma voz masculina me chamar aos gritos. Parecia cansado como se tivesse corrido. Virei preguiçosa para encarar o dono da voz que me chamava e fiquei surpresa, ao ver o mesmo garoto de olhos castanhos andar rápido até meu encontro.
- Acho que o gatinho está de olho em você. – comentou Louise ao meu lado e pude notar também a segunda intenção em sua frase. Tenho de me certificar de calar a boca dessa garota. Enquanto pensava em uma maneira de revidar o pequeno comentário da minha amiga, vi o rapaz se aproximar de mim com o costumeiro sorriso no rosto. Alegre como sempre.
- Oi eu queria falar uma coisa com você. – disse ofegante. Pus a mão nos bolsos da calça encarando seu rosto com certa firmeza.
- Pois fale.
- É que... Bom eu...
- Está nervoso?  - questionei com meio sorriso. Vi ele coçar a nuca e respirar fundo antes de voltar a se pronunciar.
- Não, eu... Eu só queria que você fosse sair para jantar comigo hoje à noite. – disse rápido e aparentemente nervoso. Onde estava o ‘estranho doido’ que conheci há dois dias? Este a minha frente parecia nervoso e tímido. Mas afinal o que há com ele? Que pergunta boba é essa?
- O que?
- Eu quero que saia comigo para jantar hoje à noite.
- Um encontro?
- Não precisa encarar como um encontro... Pode ser um passeio de amigos... Eu não sei só... Eu gostaria que saísse comigo hoje à noite. Vai ser divertido. – disse parando em algumas partes. Então era isso? Um rapaz que conheço a menos de dois ou três dias. Ou aquilo era um sonho maluco, ou realmente havia um rapaz bonito, porém maluco que estava me convidando para sair na frente das minhas amigas. Mordi os lábios preparada para recusar a proposta. Mas que loucura! Eu não me iludiria facilmente com promessas bobas, não sou como as outras garotas. Ele parece legal, mas se apaixonar continua sendo uma má idéia. Mas ao abrir a boca para recusar, Louise acertou seu cotovelo em mim. E eu sabia o que aquilo significava. Significava que deveria aceitar a proposta, ou caso contrário... Bem na verdade eu não sabia o que aconteceria. Mas pela cara de má que ela fazia eu sabia que não deveria querer saber.
- Tudo bem, eu...
- Sim, ela aceita. Aqui está o endereço da minha casa. Já buscá-la as 7:00pm. Até a noite. – interrompeu Louise deixando um papel em suas mãos. Quando percebi estava sendo quase arrastada para longe dele, e a última vez que o vi estava com um lindo sorriso no rosto. Antes de ser quase jogada no carro pelas minhas amigas sorridentes, fiz uma pequena nota mental. Louise me paga!
[...]
- Você está tão linda, Hanna. 
- É sério que preciso vestir isso? Não posso simplesmente por meus amados jeans surrados e meus coturnos? Esses saltos me incomodam. - questionei encarando por mais uma vez meu reflexo no espelho. Deveria dizer que SaraAbigail e Louise havia feito um excelente trabalho. Afinal, aquela não parecia ser a Hanna careta, chata e emburrada. De cabelos arrumados, vestidos levemente curto e justo e salto alto, com uma maquiagem considerável, parecia ser uma adolescente doce e sonhadora. Parecia. Mas os saltos incomodavam,apesar de deixar minhas pernas mais bonitas. Parecia uma tortura. 
- Sim você precisa!  Acha que vai a um encontro parecendo uma garota pobre?
- Mas eu sou pobre, Sara.
- E só por isso vai ir parecendo uma mendiga? Isso é um encontro Hanna! Ele é muito lindo! Imagine o que a vadia da Lola vai fazer quando descobrir que você saiu com ele. 
- Primeiro, isso não é um encontro. Ao menos para mim. Segundo, eu sei que ele é bonito mas para mim beleza não é a única coisa mais importante. E terceiro, eu não estou fazendo isso simplesmente para causar inveja na Lola. Eu sei que ela é insuportável e que torna a vida das pessoas que frequentam a escola em um inferno, mas não é por isso que estou saindo com ele... Na verdade, eu não sei porque eu vou sair com ele! - falei brava ao final cruzando os braços. Louise sorriu  movendo as sobrancelhas como se tivesse feito uma façanha incrível e nunca pensada antes. 
- Você não precisa se apaixonar por ele. É só um encontro. Vão apenas comer e se divertir. Pode até rolar umas beijocas, mas só vai passar disso se você quiser. - comentou Abigail. 
- Você também está do lado dela? Quantas vezes vou precisar dizer que não é um encontro?
- Ele é uma gracinha. Se realmente não quiser nada com ele depois dessa noite eu arrasto pra mim. - brincou Sara fazendo as demais sorrirem. 
- Ou você tem medo de se apaixonar por ele? 
- Será que dá pra parar com isso, Abigail? Eu não me apaixono por ninguém. Porque do contrário de vocês eu sei que os homens...
- Hanna fica calma! Não é só porque seu pai é um canalha que todos os outros vão ser iguais... Acho melhor por um bom sorriso no rosto, seu namorado está esperando na porta. Vamos meninas. - respondeu Louise firme. Acompanha pelas demais, vi as garotas saírem do quarto rumo a sala para atender a porta. Eu não sabia na verdade o porque de estar tão nervosa com um simples encontro. Não, não são sinais de amor. Bom, eu acho que não. Aquele garoto me passava uma energia diferente, algo em que todas as fibras do meu ser clamavam pela felicidade. E esse mesmo garoto dos olhos caramelados fez dar voltar pelo quarto da minha melhor amiga tentando ensaiar as palavras ou o modo de andar, em cima daquelas coisas que as pessoas chamavam de saltos. E enquanto descia as escadas me perguntava se estava realmente a caminho do meu primeiro encontro. Me perguntava também como seria e se ele tentaria alguma coisa. Talvez tentasse algo mais que um beijo na bochecha, como disse Sara. Porém o mais estranho de tudo era que estava mais nervosa do que já fiquei antes. Não reconhecia essa sensação, e não conseguia fazê-la parar. 
- Você está linda. - ouvi a voz rouca do rapaz me elogiar. Uma outra sensação estranha fez com que minhas bochechas queimassem ao ouvir o elogio. E aquilo também me fez sorrir pequeno. Realmente não estava me reconhecendo. 
- Obrigada, você também está muito bonito. - falei em troca.  Ao que parece, não fui a única a ficar corada. 
- Pensei que não fosse um encontro. Está tão linda... - comentou rindo. Fechei a porta da casa, mas sabendo que as garotas estavam em um esconderijo secreto observando nossa conversa. 
- Não é um encontro. Mas você sabe... Eu tenho amigas. 
- Claro isso explica tudo... Vamos? - estendeu gentilmente a mão com o costumeiro e lindo sorriso no rosto. Mesmo não querendo, peguei em suas mãos e as novas sensações tão odiadas por mim tornaram a acontecer. Minhas bochechas ficaram ainda mais vermelhas e minhas mão suaram com o toque. O coração bateu mais rápido e a garganta arranhou. Tudo isso aconteceu com um simples toque enquanto andávamos na direção do carro. Mas está tudo sobe controle. Logo vou ver que ele é um idiota e que não há razão para ficar pensando em coisas que não irão acontecer. Afinal, ele pode ser como qualquer outro homem. Então está tudo tranquilo. É. Está tudo bem. 
- A propósito, meu nome é Justin.

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