31 de mai. de 2013

My Angel - Capítulo 7 - Escuro

Fanfic / Fanfiction de Justin Bieber - My Angel - Capítulo 7 - Escuro
13 de Fevereiro, New York City, 16:35pm
  Abri lentamente os olhos assim que senti alguém mexer no meu braço desnudo. Sentia-me ainda pior que o dia anterior. Parecia ainda mais suja, ainda mais ensanguentada, ainda mais dolorida. O sentimento de dor e revolta era grande. Era a primeira vez que dormia na rua. Deixada a própria sorte. Aquilo não era nenhum pouco justo. Adolescentes normais estariam com dúvidas de que peça de roupa usar para a próxima festa. Porém lembro-me todos os dias que não sou todo mundo. Talvez se não chegasse a tempo no hospital, ou caso não parasse o sangramento, morreria lentamente com a perda de sangue. Mas aquilo também não importava. Nenhum pouco para ser sincera. Só desejava que esta dor desgraçada terminasse logo.
- O que faz aqui, criança? – o dono da mão que me despertou dos sonos perguntava em sua evidente curiosidade. Não sabia quem ele era e como chegou aqui. Não cheguei a me certificar de que ainda tinha os dois mil dólares guardados no sutiã. As dores corporais já eram problema suficiente.
- Você dormiu aqui?... Foi expulsa de casa?... – continuava a perguntar passando as mãos em frente a meu rosto. Pisquei algumas vezes em seguida tentando controlar minha visão, que no momento, não era das melhores.
- Pelo que vejo imagino muito bem o que houve. Mas precisa saber que este é o meu lugar... Deixarei passar apenas desta vez, já que está machucada. Está sentindo muita dor? – perguntava ele ao final e pude me permitir assentir positiva. Estava tudo rodando, tinha a impressão de que minha cabeça explodiria a qualquer momento.
- Eu tenho uma coisa para você, vai ajudar. Mas tem de por toda a fumaça para dentro. Tenho certeza de que vai se sentir melhor. – aconselhou estendo o tão conhecido amigo.
     Mesmo de visão turva, não me demorei em dar a primeira tragada. E a segunda, e a terceira e a quarta. Talvez aquilo me fizesse mal algum dia, e de fato faria. Mas agora, a sensação era quase maravilhosa. Já faziam apenas alguns minutos e a dor parecia não existir. Mesmo suja e levemente descabelada, levantei cambaleando com a bolsa nos ombros. Já de pé, dei meus primeiros passos ainda lentamente, ganhando velocidade à medida que meus pés agora descalços, estavam mais firmes no chão.  Eu sentia o efeito poderoso da erva começar a agir em meu corpo. Mesmo depois de algum tempo de uso. Sentia-me feliz, e apesar da fome não estava cansada fisicamente. Qualquer coisa me fazia rir e cair no chão. Eram momentos felizes. Breves momentos felizes. Era capaz de fazer qualquer coisa e que nada nem ninguém poderiam impedir-me. O céu estava mais colorido e mesmo com energia que a droga parecia oferecer, a impressão era que me movia lentamente entre as pessoas. Como se estivesse em câmera lenta.
- Que frango bonito. –falei baixo parando na porta de um dos muitos restaurantes da avenida mais famosa do mundo. Passei a mão sobre o estômago e mordi os lábios. Estava faminta. Arrumei a roupa com rapidez ao corpo entrando no estabelecimento em seguida. O cheiro da comida parecia ainda mais forte, e o frango na mesa à frente me obrigou a arregalar os olhos.
- Com licença, eu gostaria de uma mesa. Eu quero aquele frango. – apontei para a mesa que observava há alguns segundos atrás. Minha testa suava frequentemente e meu corpo parecia estar cada vez mais quente. E depois de passar a mão pelo pescoço, sentindo calor absurdo, encarei o rapaz a minha frente. Não gostei das feições dele.
- Desculpe-me senhorita, mas não há mesas disponíveis.
- Mas eu vou comer o frango, não a mesa.
- Sinto muito, não temos mesas disponíveis. – rebateu ele educadamente.
- E as mesas vazias no fundo?... Estou com fome! Eu posso pagar pelo que vou consumir, tenho dinheiro. – argumentei em resposta vendo o garoto negar meu pedido.
   Irritada saí do local, não sem antes causar um grande prejuízo quebrando os vidros, jogando os pratos de comida ao chão e batendo em um dos seguranças que me carregavam a força para fora, pela porta dos fundos. E jogada ao chão respirei fundo, tentando a todo custo acalmar os nervos. Observei minha roupa entre as lágrimas que escapavam de meus olhos e percebi o estado deplorável em que me encontrava. E foi ali que percebi que tinham pensado que era uma ladra. Emanava o cheiro forte da erva por onde passava e eles infelizmente perceberam isso. Ainda sentada abri a mochila retirando a única barra de cereal que resistiu a minha gula. Eu sabia que poderia pedir ajuda a Luca. Mas caso o fizesse, estaria assinando minha sentença de morte.
   Não paguei a dívida que tinha com ele. No momento de dor e desespero comprei mais alguns cigarros da erva, aumentando minha dívida. Sentia-me uma fugitiva. Talvez de fato fosse, porém a única coisa que realmente importa é a situação ao qual estou passando. O que importa é que estou na rua, jogada a própria sorte, e mesmo tendo dinheiro para comer não posso me alimentar como qualquer cliente. Depois de secar uma lágrima, fechei a mochila e ergui o corpo levantando-me em seguida. Eu precisava de um lugar para passar a noite e tomar um bom banho. Mas percebi que meu corpo estava fraco e quase não tinha forças para andar. Fiquei tanto tempo jogada ao chão? Pensei.
- Com licença, poderia me dizer que horas são? – perguntei a uma senhora bem vestida que andava ao meu lado. Ao virar o rosto ela arregalou os olhos e segurou firmemente a bolsa Dolce & Gabbana.
- Saia de perto de mim sua ladra! – respondeu grosseira andando o mais rápido que podia na direção do carro estacionado logo à frente. Era só o que faltava!
Só precisava saber que horas eram exatamente. O que há de errado comigo? Aliás, o que há de errado com as pessoas? Não custaria ela esticar os braços e informar as horas pelo relógio que carregava no pulso. E aquilo me fez bufar mais uma vez. E novamente me senti sozinha como sempre me senti. Irritava-me saber que o efeito do baseado tinha acabado e, no entanto o cheiro continuava impregnado em mim. Eu não tinha ideia de onde começar. Minha aparência não ajudaria em nada em uma procura de emprego no momento. E por um momento tive certeza de que nada poderia fazer minha vida piorar. Estava enganada.

                                                    (Escutem a música)
- Veja só quem encontramos... Finalmente achei você princesa, pensei seriamente que estivesse evitando-me. O que acha de me pagar o que deve, hum? – perguntou Luca parado atrás de mim.
Insultei-me por ter saído da Times Square. Praguejava-me em pensamentos por ter me afastado da multidão e ir justamente, na direção das casas mais afastadas do centro. Aquele era um lugar quase deserto, uma área residencial. Estava sozinha e quase caindo. Uma presa fácil. Ele era mal e não costumava respeitar ninguém. Tinha certeza de que se visse o dinheiro que tinha, o tomaria por completo. E de nada adiantaria por mais uma vez. Porque certamente, não teria condições sequer para comprar um hot-dog. Teria de pensar rápido. Muito rápido. Mesmo sabendo que estava completamente perdida.
- Não vai responder? Estou perdendo a paciência, eu quero meu dinheiro Hanna. – continuou ele. Engoli a seco, virando lentamente para ele que por sua vez, arregalou os olhos ao encarar-me da cabeça aos pés. Meu corpo voltara a doer, me sentia suja e suada e as mãos tremiam. Céus, o que está havendo?
- Eu não tenho o dinheiro...
- Como é que é? Como assim você não tem o dinheiro? O que houve com você? – disparou em perguntas, agarrando-me o ombro chacoalhando meu corpo com extrema força.
- Largue-me, por favor, está machucando. – pedi remexendo-me em suas mãos que me apertaram ainda mais ao seu corpo.
Funguei em seguida, assim que fui jogada ao chão. Meu corpo arrepiou-se e logo pude sentir meus cabelos serem puxados pela raiz. De visão turva, e ainda as lágrimas, pude ver Luca de rosto completamente vermelho. Seu olhar raivoso fixava-se em mim e suas mãos puxaram-me novamente para cima. Ele não estava sozinho, e sabia disso, pois sentia mãos agarrarem meu corpo por trás e me levarem para longe dele. Não havia escapatória, isso era certo. E também não havia ajuda, é claro. Estou perdida.
- Estou machucando?... Tem certeza, sua vaca? – perguntava raivoso, jogando no chão a bolsa que eu carregava em ombros antes de ser abordada. Era algo novo vê-lo desta forma. Também assustador. Luca era um homem sarcástico, frio e cruel. Jamais aumentou a voz a suas vítimas, seu sorriso debochado e os olhos contentes faziam muito bem esse trabalho. Mas aquele poderia ser um homem diferente. Seus gritos eram mais assustadores que seus sorrisos debochados. E para minha total infelicidade, ninguém passava pelo local.
- Vamos ver se isso machuca. – fechei os olhos gritando em pura dor. O punho dele direcionava-se varias vezes em meu estômago ferido pela lâmina de Iago. Eram diversos murros desferidos contra meus ferimentos, o que me deixava ainda mais fraca. Ainda mais vulnerável. Seus homens pareciam gostar da cena que presenciavam suas gargalhadas altas não negavam. Tão cretinos! Céus! Como alguém pode divertir-se com o sofrimento de outra pessoa? De outro ser humano? Tudo que queria era uma vida tranquila, tudo que desejava era ser uma adolescente de vida normal. Porque tudo isso? Pensei.
- Vou ensinar uma lição, que vai fazer você entender porque é importante pagar suas dívidas. – disse ele por mais uma vez.
       Luca pegou-me nos braços e caminhou comigo para um lugar ainda mais escuro. Um pequeno beco. Afastado, escuro, sujo. A água do esgoto molhava meu cabelo, enquanto ele preocupava-se em atirar-me ao chão molhado e rasgar minhas roupas. Ou uma parte dela. Minhas lágrimas não pareciam comovê-lo. Assim como meu choro extremamente alto, o sangue que escorria de minha barriga o corpo suado e que tremia quase que descontroladamente. Meu coração parecia bater mais rápido do que deveria e a dor consumia minha alma, enquanto ele tocava meu corpo e machucava-me. Suas palavras duras, seus toques violentos me faziam sangrar. Dois homens seguravam meus braços e pernas para que não houvesse escapatórias. Luca tinha um sorriso maldoso e em cima de meu corpo, se movimentava com rapidez. Ele e seus capangas eram os únicos a gostarem daquilo. Minhas forças pareciam esvair-se de meu mim, mas antes de deixar a escuridão levar meus pensamentos uma luz extremamente branca iluminou o lugar, que antes era tomado pela escuridão.
      Ainda atordoada, me permitir levantar a cabeça e ver que se tratava de um carro. Dois homens saíram dele com rapidez, o que fez Luca e seus dois homens correrem para não serem pegos. E quando deitei a cabeça novamente no chão sujo, ouvi uma voz conhecida chamar meu nome. A dor era tamanha que, minhas pálpebras tornaram-se donas de si e iam abaixando lentamente.
- Hanna?... Oh Céus!... Está tudo bem, estou aqui. – e vendo com dificuldade a silhueta preocupada de Justin, deixei que a escuridão tomasse conta de mim.

 Então o que vocês acharam desse cap? Ficou muito triste, muito violento, ruim? Comentem para eu saber o que estão achando, ok? É muito importante saber se estou deixando vocês felizes ao ler. Bom, acho que é só isso. Muitas e muitas beijocas pra todo mundo, espero que tenham curtido muito e até o próximo cap :D

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