23 de jun. de 2013

My Dear Nerd - What If - Capítulo 12 - Preseça Indesejada


POV ANNA
Sentei no sofá um pouco nervosa. Juju estava demorando mais do que imaginei. Mike ao meu lado direito se deliciava com um belo balde de pipocas a espera da sua garota. E eu nada boba assaltava o balde de pipocas sem ele perceber. Ashley ao meu lado, tagarelava e tagarelava sem parar nem sequer para respirar. O lado bom disso tudo era que ela estava dando uma bela da bronca no meu irmão por me fazer suborná-lo. Era realmente engraçado o jeitinho que ela brigava com ele.
– e outra, pode passar as cinquenta pratas pra cá, porque eu vou ao salão de beleza agora. – reclamou ela estendendo a mão para ele que negou com a cabeça, risonho.
– eu já gastei tudo loira. – ele riu.
– O QUE? VOCÊ GASTOU MINHAS CINQUENTAS PRATAS COM UMA GAROTA? AH! EU VOU TE ESGANAR MOLEQUE! – gritei pulando em cima dele.
Ele por sua vez assustado, caiu deitado no sofá e com essa deixa fiquei em cima dele. Eu tentava de todas as maneiras possíveis apertar o pescoço daquele imbecil por ter gasto toda a minha grana suadinha com uma garota idiota. Mas apesar de estar por cima, Mike era mais forte do que eu e segurava meus punhos me impedindo de esganá-lo.
– Mike seu idiota me larga! Eu vou acabar com isso que chama de pescoço. – eu falava tentando me livrar de suas mãos.
– ANINHA! ANINHA! ANINHA! – cantarolava Ashley fazendo uma dancinha típica das lideres de torcida.
– ficou louca? Se continuar a tentar me esganar eu conto tudo pra eles. – ameaçou ele. Por um momento pensei na probabilidade dele dizer algo. Mas antes de ele tentar dizer algo, eu o esgano e o traseiro do Juju estará salvo. É.
– você não vai fazer isso. – comentei maquiavélica saindo de cima dele, sentando novamente no sofá sobe os olhares confusos deles sobre mim.
– hey, cê num vai esganar ele não? E as minhas cinquentas pratas? – perguntou Ashley confusa sentando ao meu lado.
– como assim, Anna? Vai me deixar contar mesmo pra eles? – perguntou Mike
– é, vou sim. – dei de ombros. Vendo-o fazer o mesmo.
– pai! – gritou ele me olhando de sobrancelha arqueada apesar de ter o olhar um tanto confuso.
– vai em frente Mike. Conta tudo, mas quem vai levar o primeiro chute no traseiro é você por não ter contato nada assim que descobriu. Papai vai ficar uma fera com você por causa disso. Porque afinal de contas isso é considerado mentira, não é mesmo? Irmãozinho? – falei debochada vendo o mesmo engolir a seco.
– não acredito em você. – argumentou ele engolindo a seco.
– eu posso até levar umas palmadas por ter mentido, mas você também vai levar palmada junto comigo. Então, vai. Pode contar. – dei de ombros encarando a televisão no programa de culinária quando meu pai chegou à sala parando ao lado de Mike que engoliu a seco.
– o que foi filho? – perguntou ele com sua voz grossa e levemente roca.
– hum... – ele resmungou virando e dando uma rápida olhada em mim que dei de ombros.
– fala filho, o que houve? – perguntou ele.
– nada pai. Eu só queria dizer que você é um grande homem e te admiro por isso. – mentiu ele com um sorriso nervoso. Vi meu pai abrir um sorriso largo no rosto. Ele sentou ao lado de Mike e pelo tamanho do sorriso já sabia o que ia acontecer em seguida, acho que deve ser por isso que meu irmão quase me matou com apenas um olhar.
– bom, já que gosta tanto do meu trabalho o que acha de ir assistir a cirurgia que farei depois de amanhã? – perguntou meu pai empolgado. Ashley pós uma das mãos na minha boca tentando abafar minha risada enquanto eu fazia o mesmo com ela e como papai estava de costas para nós pude ver apenas o olhar assassino de Mike sobre nós.
– claro papai. – respondeu ele quase rosnando ainda olhando para nós.
– minhas crianças lindas! Fico feliz que ainda não tenha se matado, ou tentado esganar um ao outro. – comentou minha mãe aparecendo na sala enquanto todos sentados no sofá arregalaram os olhos observando-a de boca aberta. Foi nesse momento que finalmente reparei o quão elegante meu pai estava. E minha mãe então, estava vestida como a verdadeira rainha que ela é.
– mãe você está linda! – falei boba enquanto minha amiga loira mantinha a boquinha aberta em completa surpresa e admiração.
– se a senhora não fosse minha mãe, com toda certeza seria minha noiva. Maior gata. – comentou Mike mordendo os lábios com cara de safado. Estendi o braço dando um tapa na cabeça dele ouvindo um resmungo. Vendo meu pai levantar e dizer o quanto ela estava linda. Que de fato era a mais pura verdade. E depois de trocarem um selinho fofo, Ashley me abraçou por trás, apoiando a cabeça no meu ombro soltando um suspiro fofo.
– aonde vão? – perguntei curiosa.
– vamos a Opera. – respondeu papai orgulhoso.
– que fofo. – ouvi a loira cochichar no meu ouvido o que me fez rir.
– e não temos hora para voltar, por tanto se comportem. – falou meu pai dando uma risadinha maliciosa ainda olhando pra minha mãe que riu safada junto com ele. Eu vou vomitar.
– será que vocês podem parar com isso? Eu vou vomitar aqui. – Mike e eu protestamos juntos. Mais risadas vinda deles. Sabe o problema de ter pais safados? Eles pensam em safadeza, sorriem com safadeza na nossa frente. Só não fazem a safadeza completa na nossa frente por que... Bom, eu não sei por que eles não fazem as safadezas dele na nossa frente, mas agradeço aos céus por isso.
– certo então vamos logo querido. Temos muito que...
– mãe! Não fala isso não! É nojento! – me interrompemos e Mike sua fala.
– é isso mesmo! E to bravinha porque a senhora não tá usando rosa. – reclamou Ashley ainda com a cabeça apoiada no meu ombro.
– não se preocupe meu bem, na próxima deixarem você escolher o vestido. – respondeu mamãe.
– eba!
– mas antes vamos repassar as regras. Nada de se esganarem, tocar fogo na casa, comer todo o estoque de comida, nada de fazer festinhas...
– que droga. – resmungou Mike baixinho ao meu lado.
– nada de gritarias ou som alto, nada de perseguir o cachorro da visinha e obrigar o tadinho a comer os seus experimentos malucos...
– pombas! – resmunguei baixinho.
– nada de pintar a casa de rosa, ou recortar as flores da cortina para fazer roupas...
– bolas! – essa foi à vez de Ashley reclamar bufando ainda com a cabeça apoiada no meu ombro.
– e por fim se comporte e fiquem quietos e durmam cedo. Beijos, amamos vocês. – completou ela a fala dele que nos deu um beijo na testa caminhando para a porta fazendo uma dancinha estranha. Só de pensar no que eles fariam hoje a noite me deu um embrulho no estômago. Nossa que nojento.
– já que eu não posso mais pintar nenhuma parede eu vou indo. Tô muito chateada com os tios, vou brigar com eles amanhã. – reclamou a loira levantando e caminhando até a porta.
– ASHLEY ESPERA! – eu gritei, mas ela não deu ouvidos batendo a porta com força quando saiu. Toda revoltadinha. E ri pela milésima vez ao dia.
[...]
Abri a porta com um sorriso largo no rosto. Vendo o meu anjinho com um sorriso maior ainda no rosto segurando uma mísera rosa vermelha na mão. Ele usava uma camisa xadrez uma calça jeans, uns supras um tanto bem cuidados apesar de parecerem velhinhos e um boné azul. Ele não usava óculos e eu tinha a certeza de que ele não estava enxergando nada. Era aí que eu me perguntava como ele conseguiu chegar até aqui sem dar de cara com o chão. 

– Juju que bom que chegou. – falei o abraçando forte seguido de um selinho doce e demorado nos seus lábios tão macios. Sorri partindo levemente o abraço apertado.
– eu trouxe pra você. Está linda. – falou ele estendendo a florzinha pra mim. Ainda sorrindo boba a peguei colocando-a no cabelo de forma estratégica.
– é linda obrigada, mas como chegou aqui sem os óculos? – perguntei
– é que eu achei que ia ficar mais bonito sem os óculos. Eu não quero envergonhar você.
– Juju para com isso você é lindo com ou sem óculo. Eu amo você pelo seu jeitinho, pelo garoto maravilhoso que você é. E ainda veio com bônus. E lindo. É tudo o que uma garota pode querer.
– é verdade?
– eu não mentiria pra você. – afirmei vendo um sorriso invadir seu rosto. Um sorriso ainda maior do que o outro. Tirando os óculos os bolsos da blusa o pondo no rosto logo em seguida. Ele deu uma risadinha quando notou que eu usava um colarzinho que tinha me dado quando completamos uma semana de namoro. E depois de dizer mais uma vez o quanto eu estava linda, caminhamos abraçados pelas ruas calmas da cidade. Era um encontro diferente e para mim o mais estranho também.
Juju foi o único garoto que saiu do clichê em um encontro, e me leva a lugares diferentes. Dessa vez, íamos a um museu. O mesmo tinha recebido obras de artes vindas de Paris, estas eram superimportantes. Um exemplo era a Monalisa de Leonardo da Vinci e O Grito de Edvard Munch entre outras obras de grande importância. Suspirei aliviada quando entramos no museu. Arrumei melhor a roupa que vestia, praguejando Mike por não ter emprestado a droga do carro.

[...]
Juju deixou um beijinho na minha bochecha enquanto ríamos de um homem todo engomadinho que tinha falado mal do meu namoradinho nerd. Bom, o homem o xingou de lerdo, passou reto pisou no chão molhado caiu com tudo no chão na frente de todo mundo. A queda dele foi tão dolorida que ele gemia de dor passando a mão no traseiro.
– então, a comida está boa? – perguntou ele. Assenti dando a última mordida no bolinho delicioso que ele tinha comprado pra nós. Juju tinha pegado alguns trocados de suas economias só pra comprar um bolinho e refrigerante pra mim. Juju sempre queria me encher de presentes, me dar tudo o que eu quisesse, e como eu tinha mais dinheiro do que ele o tadinho se martirizava, dizendo que era um péssimo namorado por dar-me um anel de plástico como se fosse aquelas alianças lindas de namoro. Mas eu sempre dava um jeitinho de fazê-lo esquecer dessa inversão de papeis entre nós. Vi ele dar a ultima mordida no bolo, logo levanto o copo de refrigerante a boca. Sorri com aquilo. 

– estava incrível Juju. Mas foi você que pintou isso? – perguntei apontando para um papelzinho em cima da mesa. Ele assentiu positivo com a cabeça.
– foi sim. Eu queria mostrar isso para o rapaz que trouxe as obras de do museu de Paris para cá, mas não consegui falar com ele. – respondeu ele, levemente tristonho.
– Anna Mel?
– Clarice? – perguntei vendo a pessoa que eu menos queria ver a minha frente.
A mesma não tinha mudado desde os doze anos de idade, tinha os cabelos negros e olhos de mesma cor, as mexas se mantinham presas em um rabo de cavalo mau feito. Os óculos redondos que quase lhe cobriam a cara ainda eram os mesmos de anos atrás. A feição de sabidona metida também não tinha mudado. Levantei ainda assustada, a olhando dos pés a cabeça. Juju ao meu lado se mantinha calado, sem ter ideia alguma do que estava acontecendo. Foi quando ela olhou para o desenho dele, com um sorriso. O sorriso que eu odeio.
– vejo alguém fortemente influenciado por Picasso. Um belo trabalho. – a elogiou. Minha raiva foi ainda maior quando ele levantou sorridente, ajeitando melhor os óculos ao rosto.
– Jura? – perguntou ele ainda com um sorriso de orelha a orelha. Bufei cruzando os braços, vendo o olhar admirado de Juju sobre ela. Para quem não conhece essa é minha prima Clarice, o sonho para meus pais e o meu pior pesadelo.

Capítulo 18 - Ciúmes
POV ANNA
Respirei fundo jogando os saltos com tudo contra a parede. Não me perguntem nada, estou com raiva. Ok, eu falo pra vocês. O ‘encontro’ foi uma verdadeira bosta. Aquela garota que se denomina minha prima, ficou o tempo inteiro falando sobre uns caras que eu nem sabia que tinham existido. Só tinham aquele papo nerd que eu de maneira nenhuma poderia me incluir na conversa. Nós sentamos no meio da praça e eles ficaram lá conversando sobre cálculos. Acredita? Cálculos! Só para se ter uma noção do quanto foi tedioso pra mim, eu assisti Querida Querida Unha pelo celular, comprei sorvete, brinquei de Queimado com os garotos do parque, andei de skate e nada dele notar que eu não estava lá.
Eu até parei pra conversar com o Frad e nada do Juju notar que eu estava longe. O garoto estava tão empolgado com ela que me esqueceu totalmente. Era como se eu não existisse. E como eles não perceberam nada eu os deixei lá e voltei pra casa na maior tranquilidade do mundo. Clarice conseguia ser ainda pior que Ananda minha outra prima. Para minha sorte Ananda não era nerd, só era linda mesmo. Andei até o closet ainda bufando, pegando uma roupinha confortável. Não demorei muito no banho e me vestindo na mesma velocidade saí do quarto agarrada a minha ovelhinha de pelúcia. Esta, ganhei quando tinha meus quatro anos de idade e lhe dei o nome de Milhela. É eu sei que é estranho, mas não me julguem. Eu tinha quatro anos.

– tá deprimida é? – perguntou-me Mike, sentado ao meu lado no sofá. Dei de ombros lhe roubando um pegado bem considerado do chocolate.
– e você? Levou um toco da garota, foi? – perguntei vendo o mesmo assentir.
– mas me diz aí o que aconteceu, pra você estar agarrada a Milhela desse jeito. – o comentou. Ir nervosa deixando a pelúcia no meu colo.
– a Clarice está na cidade, me viu com o Juju e ficaram nerdiando lá. – respondi, tentando ignorar o barulho que vinha do andar de cima. Sim, eram os meus pais e eles... Bom eles... Ah! Vocês sabem que eles estão fazendo ‘aquilo’.
– sério? Aquela chata?
– é. Ela. – respondi um tanto seca.
– mas me diz esse cara realmente gosta de você? Porque pelo jeito, se ele te deixou largada por causa de uma garota que se interessa pelo mesmo papo que ele, com certeza não vai dar certo. – comentou ele, cuidadoso e preocupado.
– eu estou bem. Ele é um bom garoto, acho que acabou se empolgando só isso. – falei tentando convencer a mim mesma de que ele não ia me esquecer de por causa disso. Mas na verdade eu estava com medo. Se meu namorado fosse o Damon, por exemplo, Clarice não seria considerada uma ameaça. Mas com o Juju e outra coisa, e como os dois são nerds papo não iria faltar.
– se ele machucar seu coração, o considere um cara morto. – disse ele me abraçando fazendo-me apoiar a cabeça em seu ombro. Suspirei o abraçando em resposta. Mike poderia ser um completo mala, mas eu não trocaria meu irmão por nada.
[...]
(Escutem a música Jasmine V - Jealous) 
Desci do carro, me despedindo dos meus pais com um breve aceno. Agora, Mike se dirigia a seu grupinho de amigos matando as saudades enquanto eu andava na direção da cantina da escola a fim de comprar um pacote de batatinhas onduladas e uma latinha de refrigerante bem geladinha. Eu parava por uns breves momentos para conversar com alguns conhecidos que me paravam, ou até mesmo para ser avisada sobre o ensaio da torcida pelas lideres da torcida e ou às vezes para observar os garotos sarados jogando basquete sem camisa. O sol apesar de fraquinho iluminava os peitorais definidos que me faziam quase babar. Tirando meu irmão, estavam todos lindos. Incluindo Damon todo charmoso, mostrando o quanto seus pais foram generosos com ele. Não me olhem como se eu fosse uma tarada. Se o Juju pode me deixar de lado por causa de uma prima nerd ridícula eu também posso admirar os caras do time.
– aqui está o seu pedido, mocinha. Custaram quatro dólares no total. – falou o tio da cantina, me fazendo o olhar quase revoltada.
– mas que roubo tio! – reclamei ouvindo uma risada fraca da parte dele.
Paguei-o pegando em mãos minha compra, andando sem rumo pela escola. Até que vi dois seres sentados na grama do jardim da escola. Tinham uma conversa animada e riam bastante. Bufei me controlando para não arremessar a latinha na cabeça dela. Aproximei-me sem que os dois notassem minha presença ficando atrás deles ainda de pé. De olhos semisserrados bufei vendo os dois de cima. Nossa. Como eu quero assassinar alguém.
– Anna Mel é você? – perguntou Clarice. Ri sínica ainda de pé.
– sou um agente secreto disfarçado. – debochei com um sorriso falso no rosto. Juju levantou me dando um beijo, o qual retribui de mal grado.
– nós estávamos conversando. – o comentou com um sorriso na cara. Dividindo os olhares entre mim e ela.
– eu não sou cega, vi muito bem. – retruquei irritada, porém sem demonstrá-la. Com a ironia na ponta da lingua. É, sou ironica quandoe stou com ciúmes.
– você tem sorte Anna. Tem um namorado que entende de verdadeiras obras de arte e Eletromagnetismo. O que você acha sobre essa área? – perguntou ela já de pé a minha frente. Dei de ombros andando novamente em direção aos armários.
– isso não me interessa nem um pouco. – respondi piscando irônica. Guardei a bolsa, e de feição duvidosa virei para encarar os dois que retomaram a conversa chata.
– mas espere. O que você está fazendo aqui? – perguntei parando a sua frente, mastigando a primeira ‘frita’ do saquinho.
– eu vou estudar aqui por seis meses. Intercâmbio sabe?
– sei sim. Mas acho melhor você prestar bastante atenção, porque nessa escola os nerds sofrem bulliyng. Não são nenhum pouco valorizados, sabe? Não é mesmo, Justin? – falei com ironia saindo de perto daqueles dois.
– oi Aninha que me ama.
– oi Ashley. – respondi ainda fervendo em puro ciúme.
– bom acho que pra você estar assim, só tem um motivo. – comentou a loira.
– é ela é impossível. Faz da minha vida um completo inferno, e agora está me roubando o namorado.
– CARAMBA! NÃO PODEMOS A DEIXAR FAZER ISSO! SEQUESTRO É CRIME! VAMOS CHAMAR A POLICIA! – gritou ela no corredor. Eu neguei com a cabeça, sugando a bebida pelo canudinho.
– não, não foi isso que eu quis dizer.
– ah bom. Pensei que ela tinha sequestrado a Jujuba. Ah, deixa eu falar dos esmaltes lindos que eu vi. – riu ela mais relaxada.
Conversamos por algum tempo, e logo depois as aulas tiveram inicio e tive infelizmente que entrar na sala. Sentei na minha costumeira cadeira, no fundo da sala vendo o meu namorado se é que ainda posso chamar assim, e minha prima, sentados na cadeira da frente rindo como dois bobos. Como a sala estava um pouco cheia pequei um pequeno papelzinho o amassando em seguida. O arremessei com força contra ela que virou para trás o que me fez disfarçar de imediato. De rabo de olho a vi abrir o papelzinho lendo o que eu tinha escrito fazendo uma cara de tristeza. Sendo logo amparada pelo meu namorado. Bufei em irritação. Porque eu me importo tanto, droga?
– o que escreveu no papel? – perguntou Frad sentado ao meu lado com um sorriso satisfatório no rosto.
– acho que já sabe o que é. – respondi simples.
– acho que chamá-la de vadia não vai fazer seu namoradinho se afastar dela. Mas é bom que você esteja percebendo que os nerds são inferiores a nós. – o comentou. Orgulhoso do meu ato. Dei de ombros sem respondê-lo. As aulas passaram-se um pouco devagar, quer dizer, parecia uma eternidade. Pus os fones de ouvido sem me preocupar com a chamada, tirando a Milhela da bolsa abraçando a mesma sobre meu colo. Apesar de estar confortável eu queria mesmo era sair dali. Ver meu namorado não perceber a minha presença, o meu ciúmes era chato pra caramba. Parecia que eu nunca existi em sua vida de tão empolgado que ele estava com a vadia que infelizmente chamo de prima.
– senhoria Montês, estou falando com você. – falou o professor tirando os fones do meu ouvido. Toda a atenção da sala estava voltada para mim e pela primeira vez no dia vi Justin olhar diretamente para mim. Só para mim. Bufei.
– o que é?
– você está usando aparelhos eletrônicos na minha sala de aula. Sabe que é proibido. – reclamou ela.
– ah, não amola. – dei de ombros.
– me dê o celular agora! Para aprender a deixar de ser má criada. – reclamou ela irritada estendendo a mão para pegar meu celular. Eu ri debochada
– vai sonhando.
– o que você disse?
– eu disse ‘vai sonhando’. Você é surda? Eu não vou entregar o meu celular pra você, ele é meu e faço o que quiser com ele.
– e a sala de aula é minha e fica aqui quem eu quiser. – a retrucou irritada. Levantei pondo a bolsa nos ombros ainda segurando a Milhela nos braços.
– ok, fique com ela então. – rebati simples caminhando para fora da sala. Mas antes parei de frente para a mesa com eles estavam. Peguei o papel onde Clarice tinha posto as respostas.
– é não serve pra nada. – dei de ombros ameaçando a folha e jogando em um arremesso perfeito janela a fora. Aí, tornei minha caminhada sala a fora.
[...]
Mastiguei o ultimo pedaço do hambúrguer que a pouco sobreviveu firme e forte a minha fome. As pessoas a minha volta na mesa falavam o quanto fui ousada por ter enfrentado a professora daquele jeito. Levantei saindo da mesa caminhando na direção da quadra para mais uma tarde de ensaios. Antes mesmo de entrar vi a minha loira já com a roupa da torcida agitando os pompons toda alegre. Porém o que mais me chamou a atenção foi ver Justin parado na porta da quadra da escola, o que me fez parar instantaneamente onde estava quando o vi caminhando em minha direção com um olhar indecifrável.
– nós podemos conversar? – perguntou ele já parado a minha frente. Pude notar um pouco da frieza na sua fala o que partiu o meu coração.
– agora eu não posso, tenho ensaio.
– mas...
– aliás, o que está fazendo perdendo o seu tempo comigo? Acho que a sua ‘amiguinha’ não vai gostar nada, não é mesmo? E faz um favor? Some com ela, ok? – respondi grossa. Tentando retomar minha caminhada em direção à quadra, porém a mão dele segurou meu braço com firmeza me impedindo de continuar. Ficamos assim, frente a frente.
– o que está acontecendo com você, anjo? Está grosseira, jogou uma bolinha de papel na sua prima como fazem comigo, não passou o dia junto comigo. Diz-me o que está havendo. – falou ele colando nossos corpos em um abraço.
– me diga você, não é mesmo? Você que me largou pra ficar ‘conversando’ com ela, passou o dia inteiro com a Clarice nem sequer me perguntou se eu estava bem. Só está aqui porque joguei aquela bola nela, e aposto que nem sentiu minha falta quando fui embora do parque ontem.
– você foi embora? – perguntou ele confuso. Bufei o afastando de mim. Dei um ou dois passos em direção da quadra, mas ainda atordoada me virei pra ele o vendo com algumas lágrimas nos olhos e rosto entristecido. Ele poderia até estar triste, mas não tanto quanto eu estava.
– e mais uma coisa, é melhor não me perturbar eu tenho ensaio. Se quiser companhia procure a sua ‘amiguinha’ tenho certeza que entre vocês assunto não vai faltar. – comentei virando e andando quadra adentro.

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