24 de jun. de 2013

My Dear Nerd - What If - Capítulo 20 - Mentira tem Perna Curta


POV JUSTIN
Abracei minha namorada de lado enquanto já estávamos dentro do cinema. O filme, uma boba comedia romântica não me interrou muito. Ninguém quis assistir ao meu documentário sobre peixes. Anna estava ainda mais linda esta noite, abraçada a mim com a cabeça apoiada no meu ombro. Acariciei seu braço deixando doce beijo em seus cabelos.
Ela parecia atenta ao filme, mesmo com os estalos de beijos dos casais ao nosso lado. À direita se encontravam Damon e uma loira, beijavam-se intensamente. À esquerda, Ashley e seu namorado faziam o mesmo. Nenhum deles prestava realmente atenção ao filme. Havia muitos casais a nossa frente, alguns trocavam palavras doces, enquanto outros apenas trocavam carinhos. No começo, achei que fossemos o único casal que estava realmente assistindo alguma coisa até sentir Anna por a mão em minha coxa e apertá-la. Os carinhos doces que antes fazia foram ficando cada vez mais intensos e subiam a cada vez mais. Sua mão pequenina parou ainda em minha coxa, perto do meu membro. Engoli a seco encarando aquela mãozinha subir até finalmente apertar meu ponto fraco. Fechei os olhos com força reprimindo um gemido. Tirando sua mão Dalí, Anna me puxou pelo braço saindo do meio dos casais. Eles pareciam não saber da nossa presença, já que estavam bastante interessados em outra coisa.
Caminhamos com certa dificuldade pela sala de cinema escura até finalmente sentarmos nas cadeiras finais. O lugar mais escuro e escondido. Logo pude senti-la beijar-me os lábios com volúpia. Arrumei o óculo ao rosto em meio ao beijo. Não demorou a que pudesse sentir novamente sua mão em cima do meu membro, o apertando de uma forma tão prazerosa que foi preciso tentar a todo custo me manter quieto. O beijo foi partido. Com as mãos ágeis Anna Mel abriu o sinto e a calça colocando a mão dentro de minha cueca. Mordi os lábios quando senti-la pegá-lo pela base e apertar. Deixando a cabeça sobre meu ombro, mordiscando e beijando levemente meu pescoço Anna iniciou os movimentos de vai e vem, bem lentamente.
Abri com rapidez os olhos, os fechando novamente em mesma velocidade. Anna fazia carinhos em meu pescoço, apertando cada vez mais meu ponto fraco, aumentando a velocidade a cada segundo. Aquilo estava fazendo-me louco. Se for distração que ela queria, conseguiu. Sua mão se chocava contra o tecido da cueca, dificultanto o movimento delicioso que ela fazia. Tomei seus lábios em busca de abafar os gemidos. Logo senti que ela o pôs para fora indo ainda mais rápido. Sem mais nada para empedir, minha namorada fazia todos os movimentos imagináveis, os mais prazerosos. Ela era a única pessoa que gostaria que me desse esse prazer. Desci uma de minhas mãos, ainda nervoso apertando sua cocha, partindo assim o beijo. Fechei os olhos com mais força, tombando a cabeça para trás mordendo os lábios sem seguida.
Sentia os carinhos dela em meu membro ficarem cada vez mais intensos, e minha luta para conter os gemidos prazerosos continuava. Arregalei os olhos olhando para baixo quando ela se abaixou e pôs meu membro em sua boca, fazendo carinhos na ‘cabeça’ do Bieber Júnior. Olhei para frente piscando freneticamente tentando disfarçar a pouca vergonha que acontecia. Todos assistiam ao filme normalmente. Graças! Ninguém estava percebendo o que se passava por aqui. Continuei a morder os lábios enquanto ela engolia meu membro, o chupava r por vezes mordiscava levemente. Os movimentos de suas mãos não paravam, masturbando toda a parte que não cabia em sua boca. Angustiado, movi os quadris para frente e para trás na medida do possível. Sempre olhando para frente. Sempre observando. Tinha medo de ser pego no flagrante. Geralmente é sempre a mulher que saí com a ‘má fama’. Não queria isso para minha Anna. Porém aquele frio no estômago, a sensação de adrenalina deixava-me louco. Anna tirou a boca do Bieber Júnior e sem poder mais segurar meu sêmen jorrou melando suas pequenas mãozinhas. Sensação de alívio. Respirei fundo sentindo doces lábios se chocarem levemente ao meu em um beijo carinhoso cheio de amor. Sorri ao partir o beijo enquanto ela tratava de por meu membro para dentro das roupas. Depois disto, ela abraçou meu corpo o que me fez deixar um leve beijinho em seus cabelos.
– Desculpe. – a comentou baixo.
– Desculpá-la pelo que?
– Pelo que fiz há pouco. Precisava esquecer o que vi no estacionamento do hospital. O filme não estava ajudando. Prometo não repetir. – continuou a falar baixo com a cabeça apoiada no meu ombro. Sorri acariciando seus braços trazendo-a ainda mais para mim.
– Se ajudou a distrair, fico bastante feliz.
– Você gostou?
– Muito. – respondi enquanto rimos baixo. Seria uma noite divertida.
[...]
Saí da sala de aula praticamente correndo na direção do banheiro. Já era outro dia, outra luta. Apesar de estar levemente sonolento, por conta de a noite anterior ter sido animada, eu estava gostando de estudar. O problema na verdade seria me manter acordado. Parei na porta assim que avistei Frad e seus parceiros observando o reflexo no espelho. Sorriram malvados quando me viram.
– Olhem só! Pensei que o nerd não sairia da sala. – comentou um dos seus amigos do seu lado direito. Dei um passo para trás, tentando dar meia volta e sair daquele ambiente. Porém antes que eu o fizesse, os rapazes puxaram meu braço me obrigando a ficar onde estava.
– Do que está com medo, ‘Coisa’? Eu não mordo! – debochou Frad caminhando lentamente até ficar na minha frente. Engoli a seco, ouvindo que a porta foi fechada. O coração acelerado denunciava meu nervosismo. Eram muitos. Uma total covardia.
– Não estou com medo. – tentei não gaguejar. Ele riu de mim, me dando um pequeno empurrão pelo ombro. Arrumei o óculo no rosto. Nervoso.
– Cara, realmente não faço idéia do que a Anna Mel vê de atraente nesse viado. É tão gay, todo cheio de não me toques. – comentou o outro do lado esquerdo de Frad. O loiro riu.
– Ela precisa de um bom óculo. – respondeu Frad.
– E você de Carater. Agora por favor, me deixe em paz. – tentei. Estava muito corajoso, porém sabia onde isso me levaria. Tombei levemente para trás após receber um murro no nariz. Não havia sangue, porém doía bastante. De novo não, por favor.
– Ainda não acredito que me housa falar dessa maneira comigo. Seu merda! – gritou ele me empurrando contra parede, desferindo um soco contra minha boca.
– Você é um nada! E vou ver o dia em que sua namorada irá trair você comigo. Porque eu sou melhor do que você! Ela não te ama... – ele falava furioso parando assim que sobe a influencia da raiva desferi-lhe um soco no olho.
Ele por sua vez tombou para trás me olhando inacreditável de boca aberta. Respirei fundo partindo para cima dele jogando-o no chão, sentando sobre sua barriga desferindo murros, tapas e arranhões possíveis em meio ao ódio súbito. Frad tentava se defender a todo custo, porém era mais rápido descarregando toda raiva que sentia. Toda a repressão, toda a humilhação que me fez passar. Seus amigos pareciam não acreditar no que viam. Alguns até saíram do local em medo de ser repreendido por alguém. Ser pego no flagra Não sabia aonde viera tamanha força. Mas sabia que não o deixaria falar assim da mina Anna. Da minha garota que ama nacho.
Continuei bantendo nele até sentir que as forças estavam se esvaindo. Após um ultimo soco levantei ofegante, olhando os dois rapazes que ainda pareciam paralisados observando a cena. Os dois se encolheram quando notaram que andava para perto deles. Saí do banheiro em seguida. Ainda ofegava, tinha o cabelo bagunçado e o óculo torto ao rosto. Minha boca sangrava e meu nariz permanecia dolorido. Porém mesmo atordoado me arrependi no segundo seguinte de ter feito o que fiz.
Não queria apanhar novamente, porém a violência não seria um modo completamente eficaz de tranqüilizar uma situação. Fazer alguém repensar sobre seus atos. Teria certeza de que ficaria ainda mais irritado, pronto para devolver na mesma moeda. Ou até pior que isso. Nunca bati em ninguém, não foi isso que minha mãe ensinou. Nunca foi de minha intensão machucá-lo. Mas ouvir aquelas palavras duras, não me deixou outra escolha. Sabia que Anna realmente sentia algo especial por mim, afinal, porque bolotas ficaria com um nerd? O invisível? No que isso a beneficiaria se o caso fosse contrário? Porém ouvir a hipótese de perdê-la para outro alguém feriu meu coração. O resultado foi o que houve a momentos atrás. Senti uma lágrima molhar meu rosto.
– Oh Céus! O que houve com você? – ouvi a voz de Clarisse interromper meu sentimento de culpa. De medo de perder a pessoa amada. Ela tinha o semblante preocupado, olhos arregalados por baixo dos óculos. Docemente acariciou meus cabelos bagunçados ainda em uma distância rasoável.
– Estou bem, por favor, não se preocupe. – menti tentando em vão tranqüilizá-la.
– Claro que não está nada bem! Olhe para você! Está lastimável!
– Estou bem, já disse.
– Ao menos me deixe cuidar de você. Céus! Mas que injustiça! – dizia ela. Antes mesmo que pudesse responder algo, seus braços rodearam meu corpo em um abraço. Ela tinha a cabeça apoiada em meu pescoço, enquanto suas mãos acariciavam minhas costas. Respirei fundo ao que era permitido não retribuindo o abraço. Do modo em que estávamos, qualquer pessoa que visse, diria com toda certeza que somos um casal. Era tudo que menos queria.
– Clarisse, por favor...
– Não diga nada. Apenas relaxe, por favor. Você está ferido. – insistiu ela apertando ainda mais o abraço. Depois de um suspiro, e com certo custo a afastei delicadamente de mim. Seu olhar confuso denunciava sua dúvida em relação ao meu ato. Suspirei novamente.
– Clarisse entenda, por favor. Não quero ser rude. Você é uma garota incrível, é inteligente e divertida admito. Mas não quero que entenda mal o que temos. Se sente algo por mim, fico feliz. Afinal sempre ficamos felizes por saber que alguém se importa conosco...
– Justin...
– Me deixe terminar, por favor. Se quiser ser minha grande amiga não me importarei. Ficarei até feliz por saber que tive a benção de ter mais um amigo ao meu lado. Porém digo que não passará disso. Agradeço a preocupação, mas é Anna quem eu amei amo e sempre amarei. Ela é única para mim, e a ela sou fiel. Por favor, não fique chateada, mas se está sentindo algo que não deve sentir, por favor, pare enquanto há tempo. – falei sincero. A garota a minha frente tinha em seus olhos algumas lágrimas, estas eram empedidas de descer.
– Você gosta mesmo dela? Sei que é errado, tentar algo com o namorado da prima. Mas você é especial. – disse ela.
– Agradeço pelas palavras. Sinto muito.
– Então realmente a ama?
– Sim, eu amo. Sinto muito ter inspirado-a a sentir algo que não aconterá. – continuei sincero.
– Eu também sinto. – respondeu ela baixo. Virou-se na direção contrária tornado sua caminhada. Respirei novamente cansado e dolorido, cursando por mais uma vez o caminho da tão conhecida enfermaria.
[...]
– ... Então, eu peguei a batatinha que a Anna tava comendo e saí correndo pela praça de alimentação. Ela corria atrás de mim como psicopata. Eram apenas batatas fritas e nachos gostosos! – comentou Ashley em sua defesa na mesa do refeitório da escola. Ri fraquinho ao lado de Anna lembrando o ocorrido. Depois do que aconteceu dentro do cinema, a ida a praça de alimentação so shopping da cidade foi uma das partes mais engraçadas do encontro. Todos riram junto.
– Não eram apenas batatas. Eram McDonalds! Eles têm as melhores ‘fritas’ do planeta! E você ainda queria roubá-las! Você tinha uma delas na sua bandeja! Porque roubou as minhas? – perguntava Anna em defesa. Ri de sua carinha boba ao falar da comida favorita. Deixei um beijo em sua bochecha.
– Você é louca por batatas, querida. Acho que a Ashley tem razão. Afinal, são apenas batatas. – brinquei risonho vendo seu olhar arregalado em mim.
– Mas não creio! Não defenda essa louca! Quer perder o traseiro? Não são simples batatas fritas. São McDonalds! As melhores! – a justificou, de careta engraçada no rosto. Ri apertando suas bochechas e beijando a ponta de seu nariz.
– Viu só? Até a Jujuba concorda comigo! Sou incrível sei disso. – comentou Ashey cheia de si. Rimos junto, até um barulho ensurdecedor interromper nossa conversa e logo após, a diretora falava que a aula do período da tarde havia sido cancelada por motivos ainda não revelados.
Em meio à grande festa dos alunos que não teriam as aulas, incluindo a minha Anna Mel que vibrava em felicidade fomos pouco a pouco caminhando para nossas devidas casas. Damon havia saído com uma garota sendo então o provável motivo pelo qual não compareceu a aula de hoje. Ashley saiu com namorado depois das aulas. Por tanto estávamos apenas eu e Anna caminhando abraçados pelas ruas frias. Estavamos conversando futilidades, trocando carinhos e beijinhos doces quando de repente, Anna para de frente para mim olhando com firmeza meus olhos castanhos.
– Justin eu precisava falar com você sobre uma coisa. Acho que é o momento certo para isso. – disse ela suspirante.
– Claro, pode começar. Sou todo a ouvidos.
– Lembra quando saiu da aula de Filosofia para ir ao banheiro?
– Lembro é claro.
– Bem, segundos depois também pedi ao professor para sair e beber um pouco de água. Quando ia cruzar um corredor acabei vendo você todo machucado e logo em seguida vi Clarice abraçar você... – dizia ela baixinho olhando no fundo dos meus olhos. Engoli a seco imaginando o que ela poderia dizer em diante. O problema seria se ela entendesse errado e acabasse que por fim terminasse nosso namoro. Ou simplesmente pensar que fiz algo errado, que tentei algo com sua prima.
– Anna eu não fiz nada, eu juro! Se puder me ouvir eu...
– Por favor, me deixe terminar. Eu vi vocês abraçado ali, mas também ouvi mesmo que de longe o que disse a ela. Eu não sei o que falar sobre isso, na verdade nem sei porque estou falando isso para você. Mas acho que devia saber que foi lindo o jeito como falou aquilo. O jeito como disse que me ama que se manteria fiel a mim e que sou a única que ama. Seu jeito doce de falar e também o modo como escolheu as palavras para não machucar os sentimentos dela...
– Você estava me olhando? Não a vi por ali. – falei confuso. Ela sorriu doce acariciando minha bochecha deixando meus braços abraçarem sua cintura, colando nossos corpos.
– Sim eu estava. Não sabe o quanto fico feliz por saber disso. Saber que posso realmente confiar em você. O alívio por saber que não é ‘igual’ ao meu pai que por sua vez é igual a todos oos homens canalhas desse planeta. Fico feliz por escolher você, por amá-lo e saber que sou intensamente correspondida. Você é um anjo em minha vida, obrigada por existir. Amo você. – falava ela carinhosa. Sorri largo deixando um beijinho doce em seus lábios com cuidado para não machucar meu nariz. Estava feliz! E também aliviado por ela não ter entendido errado aquele abraço que recebi de sua prima. Abracei-a ainda mais forte, apoiando meu rosto entre a curva de seu pescoço, aspirando o maravilhoso cheiro de seus cabelos.
– Eu te amo muito mais, anjo. – retruquei deixando alguns beijinhos em seus cabelos com o costumeiro sorriso idiota no rosto.
[...]
POV ANNA
Entrei em casa depois de me despedir do meu namorado. Era legal saber que poderia realmente confiar nele, em sua fidelidade. Ele me mostrou que nem todos os homens são despresíveis como meu pai. Porém minha felicidade durou apenas alguns segundos assim que vi Mike se aproximar de mim. Parecia preocupado.
– O que houve? – perguntei deixando a mochila sobre o sofá da sala.
– O que está havendo nessa casa? Porque todos sabem de tudo e eu nada? – questionou ele com firmeza.
– Do que está falando?
– Meus pais brigaram novamente. Alex saiu e segundo depois, Rose o seguiu. Pode me contar o que está havendo?
– Sabe para onde ele foi?
– Não mude de conversa, Anna. Eu preciso saber o que está acontecendo entre nossos pais! – exigiu ele irritado. Engoli a seco pensando na possibilidade de minha mãe ter descoberto tudo.
– Me diga onde eles foram Mike. Fale agora!
– Acho que para o hospital, eu não sei bem... Hey! Espere! – gritou ele quando me viu correr porta a fora sem esperá-lo terminar de responder.
Corria o mais rápido que podia, não era tão alta, e minhas pernas pequenas dificultaram um pouco a corrida. Já estava ofegante quando finalmente cheguei ao local de trabalho do meu pai. O movimento não era intenso por lá, o que facilitou bastante minha entrada. Porém ao chegar ao consultório onde o mesmo trabalhava me surpreendi ao perceber que ele não se encontrava lá. Bufei pondo as mãos sobre a cintura. Certo, onde eles estão agora? Olhei para o lugar até avistar um pequeno papel sobre a mesa que ele usava. Aproximei-me com cuidado tomando em mãos o pequeno bilhete. Vaca! Foi à única coisa que pensei depois de lê-lo. Corri até a porta saindo da sala de consulta o mais rápido possível.
[...]
Parei quando estava a frente da casa que era indicada no bilhete. O li por mais uma vez sentindo a raiva dominar-me pouco a pouco. Eliot era realmente muito sínica. Eu acreditei que mesmo depois daquele flagra, essa história entre eles acabaria. Mas foi totalmente o contrário. Ele dizia que estava arrependido, que amava mamãe e que não queria perdê-la. Sínico. Encontre-me em minha casa, querido. Precisamos conversar, estou com saudades. Amo-te. Com carinho, Elliot. Dizia o bilhete. E logo em seguida o endereço da nova residência.
Meu medo e raiva aumentaram ainda mais depois de ver o carro da minha mãe parado no outro lado da rua. E na garagem, estava parado o de meu pai junto a um carro de vermelho berrante. Guardei o bilhete no bolso da roupa, andando temerosa até a porta abrindo a mesma de uma só vez que para minha surpresa estava aberta. O coração acelerou quando vi a cena. Minha mãe chorava e gritava, a loira permanecia de olhos arregalados e meu pai tentava explicar-se enquanto vestia suas roupas. Elliot tentava cobrir-se envergonhada.
– Não acredito que fez isso comigo! Seu desgraçado! Odeio você! Odeio! – gritava ela batendo forte contra o peitoral dele.
– Rose, por favor, me deixe explicar! – o tentou quando ela soltou-se de seus braços andando furiosa na direção da porta, onde eu estava. Enquanto abria a boca na tentativa de falar algo ela passou por mim com extrema rapidez. De súbito corri atrás dela tentando a todo custo acalmá-la. Rose ia à direção da pista enquanto eu corria apressada tentando alcançá-la.
– Mãe espera! Por favor, espera! –tentei gritando ainda na calçada.
Vi ela atravassar a pista e meus olhos se arregalarem ao ver um veículo se aproximar e acertá-la com força, fazendo-a voar e cair a metros do primeiro impacto. Senti meu coração falhar as batidas com os olhos arregalados. Aquilo não podia estar acontecendo.
POV ANNA
Peguei o pote de sorvete de sabor Napolitano deixando-o sobre o balcão, pegando duas colheres em seguida. Suspirei relembrando os acontecimentos passados. Fazia exatamente seis semanas desde o acidente de mamãe. Para ser mais específico, o impacto causou danos permanentes nela, ou seja, ela nunca mais vai acordar. Eu não sei explicar com as palavras de um médico, mas a verdade é que ela permanece em coma no hospital. Porém jamais poderá sair dele. Ficará sendo sustentada por aparelhos até que a morte a leve. Acho que já devem ter visto em algum filme. Lembrar daquilo doía. Era terrível saber que sua mãe estava viva em um hospital, mas que, porém jamais abriria os olhos novamente.
Estávamos à espera de um milagre, além da angústia de saber que o hospital não poderia mantê-la viva nestas situações por mais de três meses. O prazo estava esgotando-se e assim que isso acontecesse, os aparelhos que a mantêm viva seriam desligados. Orava a Deus todos os dias, pedindo que tivesse compaixão com ela. Que não a fizesse sofrer, e que se fosse necessário e por mais doloroso que fosse que a levasse logo para que não sofresse ainda mais. Era difícil. Além disso, tive que contar toda a história para Mike, já que o idiota do Alex não teve essa coragem. Foi mais um trabalho. Mike além de julgar Alex como o verdadeiro culpado de tudo, pôs uma porcentagem da culpa em mim por não ter contado antes e ter evitado essa tragédia. Meu irmão não falava mais comigo, e parecia estar envolvido em problemas sérios, sempre andando com os amigos que usam drogas. Todo o peso daquela casa caiu sobre minhas costas.
Mike quase não parava em casa, minha relação com Alex era complicada e minhas notas na escola baixaram assustadoramente. As pessoas pareciam ter pena de mim, coisa que simplesmente odiava. Justin tentava me manter firme na escola, ao mesmo tempo em que tentava a todo custo por um sorriso no meu rosto. Eu sorria. Mas era um sorriso falso. Acho que ninguém percebia isso. Era chato dar explicações. E agora, estava tudo ainda mais complicado, pois o que eu mais temia aconteceu.
Ashley descobriu uma traição do namorado, e antes que pergunte, sim, ela pegou no flagra. O cara traiu a minha amiga justo com minha maior inimiga, Britney. Foi certo que Damon não deixou aquilo barato, mas não era nada agradável ver Ashley chorar como uma criança por um cara repugnante que não deu valor ao que tinha.
– Anna, a Ashley não para de chorar... – dizia alguém entrando na cozinha me tirando do transe.
– Você está bem? – perguntou Juju ficando a minha frente acariciando levemente minha bochecha.
– Mas ela ainda continua chorando? Faz duas horas que ela está assim. Precisamos fazer algo logo. – falei cortando sua pergunta. Estava mau, mas não vou dividir isso com ele.
– Sim ela está, mas e você também está tudo certo? – tornou ele. Respirei fraquinho.
– Sim eu estou bem, agora me ajude a por o soverte nas taças. Tem M&M e calda de morango e de chocolate no armário. Pode pegá-las para mim? Obrigada. – respondi suspirando. Ele mesmo não convencido atendeu ao meu pedido. Coloquei o sorvete nas taças assim que ele as trouxe, logo em seguida despejando em seguida os M&M e depois as caldas de morango e chocolate sobre o sorvete.
– Você está realmente bem, ou não quer me falar nada? Talvez eu não seja a pessoa ao qual você quer falar isso, mas...
– Justin é sério, eu estou bem. Agora vamos antes que ela continue chorando. – cortei mais uma vez carregando as taças em uma bandeja com cuidado até a sala de estar. Ash por incrível que pareça tinha parado com o choro, olhando para um canto vazio da sala. Damon a abraçava forte a ouvindo fungar forte. Sentei ao seu lado no sofá, deixando a bandeja por cima da mesa de centro. Peguei uma das taças estendendo-a em sua direção.
– Não quero. – falou ela baixo.
– É o eu sabor favorito, até pus os M&M e a calda de morango que você gosta. Prova. – falei baixo em um tom doce para ela que tornou a encarar meu rosto. Sua bochecha ainda estava molhada, e em seu rosto a raiva e a mágoa eram visíveis. Suspirei sem saber o que fazer.
– Estou sem fome. –respondeu simplesmente. Olhei de relance para os garotos que ao entender a intenção que havia por trás do meu olhar, saíram em caminho da cozinha carregando as taças correspondentes. Encarei a mesinha de centro onde estava sobre ela uma única taça recheada de sorvete. Olhei mais uma vez para minha melhor amiga vendo uma lágrima singela molhar seu rosto. Lágrima solitária que logo sumiu de seu rosto assim que ela passou um das mãos sobre a face.
– Sou uma idiota, não é? – perguntou ela quebrando o silencio angustiante que havia se instalado sobre nós.
– Claro que não.
– Não minta para mim, Anna. Fui uma completa idiota por acreditar em promessas de amor de um conquistador barato. Eu acreditei que ele pudesse realmente me fazer feliz... Mas não. Ele preferiu me trair com alguém que desse sexo a ele. Porque não foi homem o suficiente para esperar... Para me esperar.
– Você não teve culpa! Ele que é um completo imbecil. Não sabia a preciosidade que tinha em mãos. A garota maravilhosa que você é...
– Não Anna. Você não entendeu. Eu pensei que ele fosse como o Justin. Pensei que fosse o cara ao qual poderia revelar qualquer segredo, a pessoa que cuidaria de mim e que demonstraria seu amor por mim em qualquer oportunidade que tivesse. Ele não é o cara que diria que estou sempre linda, mesmo com o cabelo bagunçado, não é o cara que me ligaria durante a noite dizendo que só queria ouvir a minha voz, dizer que me ama e depois desligar após mandar desejos de bons sonhos como o Juju faz com você...
– Ashley...
– Pensei que fosse o homem que não me forçaria ao sexo, que esperaria o momento certo. O homem ao qual faria planos para o futuro, o homem ao qual sempre diria que ama meu sorriso e não meu decote, meu corpo ou minha beleza. Pensei que ele respeitasse meus sentimentos e que se manteria fiel em qualquer circunstância. Will não foi essa pessoa. Eu só sonhei muito alto. Fui muito boba. Agora quebrei a cara.
– Olha...
– Talvez eu seja 'criança' demais para isso. Ou talvez... Talvez eu não seja a pessoa certa pra ninguém. - falava ela baixo olhando para o sorvete em minhas mãos. Neguei deixando a taça sobre a mesinha de centro erguendo seu rosto com o dedo indicador.
– Ele que não merece você. Pare de se menosprezar dizendo que não é o suficiente para ninguém! Você é linda, engraçada, divertida, caridosa, amorosa, preocupada, fiel. A melhor pessoa que já conheci em toda vida. Você é uma princesa que beijou um sapo. Mas que vai erguer-se do chão e mostrar pra ele que ninguém pode destruí-la. - falei olhando no mais fundo de seus olhos azuis com toda a firmeza que havia em mim. Abracei-a forte logo depois. Minha pequena.
[...]
Fechei a bolsa tirando da mesma meu pacote de Doritos sabor pimenta. Meu namorado abraçava minha cintura de lado, encostado sobre o tronco da árvore que ainda havia no jardim da escola. Tinha chegado há exatos quinze minutos e nada de Ashley aparecer. Não sabia se vinha à escola hoje, já que ela foi para casa assim que os pais ligaram preocupados com a demora da filha.
Por mais que quisesse, não conseguia esquecer o que ela disse ontem. Ouvir todas as coisas que falou do Juju me deixou bastante inacreditável. Então era assim que ela via meu namorado? Um príncipe encantado? Bom, Juju não tem o cavalo branco, mas deixa pra lá. Será que ele era realmente perfeito como ela descrevia? Um cara fiel e apaixonado? Acho que depois de tudo que aconteceu com meus pais, acabei sem querer tomando as dores da minha mãe a ponto de desconfiar de Justin. Sentir medo de perdê-lo, e magoar meu coração depois. Tinha medo que ele acabasse ficando como os outros garotos desse lugar. Fútil e esnobe. Além do mais o medo de julgar um inocente era terrível, sufocador. Odeio minhas paranóias, odeio tomar as dores dos outros, mas, é inevitável. Simplesmente acontece.
Por vezes parei para pensar na situação em que minha mãe se encontrava agora, as freqüentes visitas de Alex ao quarto de minha mãe me faziam pensar no quanto era sortuda por ter um príncipe na minha vida. Era incrível no modo como Justin me fazia rir das coisas mais bobas, até mesmo do jeito que como meus salgadinhos. Seus olhos grandes de cor de mel eram tão inocentes e cheios de vida, sempre havia um brilho maravilhoso neles quando me via. Sim, era muito sortuda. É por isso que tenho medo de perdê-lo.
– Então, você põe o lápis dessa forma e depois passa à reta. Assim. - dizia ele desenhando uma reta no caderno com uma única mão. O desenho saiu perfeito. Levei um Doritos à boca, observando-o estender o lápis para mim. Neguei levando mais um Doritos a boca.
– Eu não sei fazer esse gráfico. Tem muitas retas e curvas, não vai dar certo. - neguei levando mais um salgadinho a boca. Ele riu.
– Como vai saber se nunca tentar?
– Sabendo, ué! - respondi simples dando de ombros. Ele riu por mais uma vez.
– Se fizer compro Alcaçuz. Coca-Cola e Doritos para você. - o comentou me subornando. Abri um sorriso largo guardando com rapidez o Doritos na bolsa, jogando-a do meu lado. Tomei o lápis em mãos, e com rapidez tentei fazer um gráfico idêntico ao de Justin. Depois e muito apagar, reescrever, apagar, reescrever e apagar novamente terminou o desenho e com um sorriso feliz no rosto, encarei meu namorado que parecia prender o riso.
– Agora você me deve doces. Vamos à cantina providenciar o pagamento, ou quer a prestação mesmo? Tem cartão de crédito? - perguntei estendendo a mão para ele que riu ainda mais. O olhei confusa pronta para fazer um bico.
– Não é pra você reescrever o gráfico que já fiz anjo. É para fazer um novo, usando as dicas que ensinei utilizando as respostas das questões A e B. - respondeu ele rindo ainda mais. Cruzei os braços, fazendo um bico como uma criança mimada.
– Você não explicou nada disso. Não é justo! E o meu doce? - perguntei tristonha. Não é drama, ok? Alcaçuz e Doritos são os melhores docinhos que existem. Ele por sua vez, apertou minhas bochechas continuando a rir. Outro garoto nerd, passou por nós e parou no mesmo instante encarando-nos estranho. Juju parou de rir e olhou o garoto sério.
– O que houve com você, Justin? Essa garota transformou você em um bobo risonho! Onde está o 'Garoto dos Átomos'? - perguntou o garoto. É impressão minha, ou são amigos de estudos? Mas então, porque o Justin sempre andava sozinho?
– Com o perdão da palavra, Arnold. Não quero ser grosso, mas acho que meu relacionamento não me faz mudar. Vale salientar que estou muito feliz, obrigada por perguntar. - mesmo com uma leve ironia no final da frase ele ainda sim foi gentil em sua resposta. E o ouvir dizer que o fazia feliz, me fez corar.
– Então vá para o quarto elemento da tabela periódica! - xingou o outro saindo de perto. Encarei meu namorado com uma careta engraçada no rosto. Esse é o xingamento que os nerds usam para substituir o 'vá se danar'? Escandalosa como sempre comecei a rir alto, apertando a barriga enquanto ria. Justin mesmo sem entender, ria da minha risada enquanto eu ria daquele nerd e seu xingamento estranho. Não foi uma risada malvada, não me entendam mal, por favor. O problema é que como toda pessoa normal fala um palavrão, pensei que nesse caso não seria diferente. Juntos continuamos a rir como dois bobos. Coisa que somos.
[...]
– Caros alunos, hoje falaremos um pouco sobre a Revolução Francesa e o Império Napoleônico. Por favor, abram seus livros na página duzentos e dezessete. - falava o professor de história na frente da classe. Suspirante abri o livro a minha frente na mesa. Justin era minha dupla nesta aula, o que me aliviava, afinal havendo trabalho com ele como dupla, com toda certeza tiraria a nota máxima. Senti sua mão acariciar a minha que estava repousada sobre a perna. Sorri fraquinho sentindo o sono tomar conta de mim.
Tinha a impressão de que ele falava Árabe com Japonês que parecia com Latim. Cocei os olhos olhando para o relógio de pulso do meu namorado. Faltavam mais de cinqüenta minutos para acabar essa droga de aula. Desci um pouco mais na cadeira esticando as pernas. Preguiça.
– Não durma, o professor vai brigar com você. - falou Juju no meu ouvido. Rendida arrumei melhor a cadeira apoiando o braço sobre a mesa.
– Vamos começar falando um pouco mais sobre a magnífica Revolução Francesa. Em meados de... - falava o professor empolgado com a aula. A classe se mantinha em silencio deixando tudo aquilo ainda mais entediante. Tirei o celular disfarçadamente do bolso, usando um jogo qualquer de frutinha. Era uma das únicas maneiras de me manter acordada.
– Senhorita Montês, guarde seus apetrechos, por favor. - falou o professor interrompendo meu joguinho. Ainda sonolenta, desliguei o jogo guardando o celular dentro da bolsa. Deitei na cabeça sobre o ombro de Justin enquanto ele fazia carinho em meu braço, me abraçando de lado. Meu corpo estava mole e pouco a pouco senti meus olhos se fecharem, porém antes mesmo que isso se tornasse um fato, a diretora entrou na sala suando frio me chamando para conversar no corredor. Levantei sonolenta e confusa até o corredor, pensando no que eu tinha feito de tão grave para ela ficar assim.
Cocei os olhos pela milésima vez no dia, encarando a senhora a minha frente. A vi respirar fundo e olhar meus olhos com firmeza, porém havia uma pitada de doçura. O que houve? Será que consegui por o professor de matemática para correr, ou será que as taxinhas acertaram o traseiro da diretora?
– Anna Mel meu bem, por favor, mantenha a calma. - disse ela ainda doce.
– A senhora me chamando de 'meu bem'? O que foi que houve? O professor ainda vai dar aulas? As taxinhas não acertaram seu traseiro?
– Você colocou taxinhas na minha cadeira, Anna Mel? - perguntou ela mudando o semblante. Ri nervosa quando notei que ela não sabia disso e que na verdade o assunto a ser tratado seria outro. Santos Doritos! Será que ela vai-me por no castigo novamente? Tenho programas de culinária importantíssimos para assistir.
– A senhora não veio falar disso? - continuei rindo nervosa. Odeio dar com a língua nos dentes.
– Não querida. Vou falar rápido antes que perca a coragem...
– Então diga logo o que é! Estou curiosa!
– Bom... Sua mãe teve uma parada cardíaca. Os médicos disseram que talvez ela não passe de mais um mês.

0 comentários:

Postar um comentário

About

 

Fanfics para Belieber Template by Ipietoon Cute Blog Design and Bukit Gambang