29 de ago. de 2014

My Dear Nerd - Heart by Heart - Capítulo 12 - Blackout parte 1

POV ANNA
- Olha, eu sei que dá trabalho, aliás, que deu trabalho pra encontrar isso, mas eu acho que cê errou em alguma coisa aí. - comentei, sentada ao lado de Cailin, levando um doritos a boca. Ela tinha o macbook sobre o colo, fazendo a parte dela em nosso trabalho em grupo. Como eu já tinha feito minha parte logo no primeiro dia em que o professor passou o seminário - viu, só, Justin, sinta orgulho, estou estudiosa -, aproveitava o momento livre para devorar uma bela e maravilhosa rosquinha. Nós estávamos no mesmo lugar onde encontrei Justin escrevendo uma canção, e onde também Collin nos encontrou e resolveu parar para conversar. Minha amiga respirou fundo, ainda olhando pra tela.
- No que foi que errei, agora? Quero dizer, onde é que você está vendo o erro? - perguntou ela.  Faziam exatamente dois dias desde que fomos jogar boliche, era uma bela quarta feira, mas isso não pareceu afetar em nada no humor da minha amiga. Acho que ela andou brigando com Mike, e hoje apareceu no intervalo das aulas com uma garota a tira colo. Ele estava chateado com ela - por algum motivo que não sei - e ela estava, mais do que claramente, com ciúmes do meu irmão. Ela tentava disfarçar, mas não dava muito certo. Penso que ela ainda não admitiu para si mesma que está com ciúmes.
- O que houve entre vocês? - perguntei, sem mais delongas.
- Hein?
- Não sou idiota, Cait, o que tá havendo entre vocês? E pro caso de querer dar uma de "do que está falando", é sobre você e Mike. - ser mais direta do que aquilo era impossível. Porque eles não ficavam logo juntos? Mas que presunto!
- Não esta acontecendo nada. - me olhou.
- Eu sei reconhecer uma mentira cabeluda quando me vejo uma. Desembucha.
- Eu só estou preocupada com ele, okay? - se defendeu. - Não é legal ficar saindo com qualquer uma, só porque é bonito e tem que satisfazer o ego. Quero dizer, ele vai parecer desesperado por uma namorada. Isso não faz bem pra ele, sabe?
- Não faz bem pra ele ou não faz bem pra você? - perguntei arqueando a sobrancelha. Tá com medo da concorrência, é?!, preguntei mentalmente.
- Como?- questionou, engolindo em seco.
- Vocês tem a minha bênção.
- O que? - arregalou os olhos, assustada. - Não, Anna! Eu não estou apaixonada por ele ou algo parecido. E, além do mais, ele é seu irmão, e você é minha melhor amiga. Simplesmente não rola. - falou rápido, o que me fez ir. - Até porque, somos apenas bons amigos.
- Não precisa fingir pra mim, Caitlin. E idaí que ele é meu irmão e você é minha melhor amiga? Não há nada de mau nisso, vocês se gostam, e adoro saber que o meu irmão bobão vai ter alguém pra cuidar dele e amar. - falei sorrindo. - E claro, me ajudar a roubar a comida dele e todas essas coisinhas.
- Endoidou o cabeção? - perguntou com os olhos arregalados. - Eu hein? Cada doido com suas manias. - ela deixou o computador do meu lado e levantou da grama, limpando o traseiro. Dei de ombros.
- Sabe que não adianta em nada tentar esconder esse tipo de coisa de mim, não é? - perguntei, pondo o computador no meu colo. - Até porque tá bem na cara que ele gosta de você também.
- É claro que não. - respondeu ela, tentando fazer o tipo de "não ligo", mas, ainda sim, pude captar um tom de quem quer saber mais. - Quer dizer, porque você acha que ele gosta de mim? Como tem tanta certeza? - por já esperar que ela perguntasse exatamente aquilo, eu ri.
- Uma das coisas que faço melhor do que comer, minha cara, é saber quando algo maior do que um 'clima' entre duas pessoas está surgindo. - dei de ombros, fazendo aquela pausa dramática que tanto gostava. - Mas só falei pra deixar ao menos um de vocês cientes que tem todo meu apoio, e se não estão juntos ainda, por minha causa, esqueçam isso.
- Hein? - Caitlin não sabia como agir, pelo simples fato de eu ter 'desmascarado-a' sem que ela tivesse tempo de se preparar. Se Mike e Cait não fossem tão frescos, com essa de 'não devo ficar com você" seriam fofos.
- Ah, me trás uma caixa bento? Obrigada. - agradeci antes mesmo dela dizer qualquer coisa.
- O que é uma caixa bento? - o tom de sua pergunta deixa claro que ela me achava doida.
- É assim que embalam sushi pra viagem. - expliquei e fiquei feliz quando ela finalmente entendeu.
- E porque está adicionando coisas na minha parte da pesquisa? - perguntou ela, curiosa.
- Vou ajudar você, já que não tenho nada melhor pra fazer com meu quase abundante tempo livre. - ela fez careta, e eu ri mais uma vez. - Brincadeirinha.
- Sua palhaça! - ralhou, para depois sorrir. - Volto logo.
  Enquanto ela saia, dei uma olhada básica no que ela escrevia. Como sempre, Cait tinha começado certo e se perdido no meio do caminho, saindo o foco do assunto principal. Arrumei o notbook melhor ao colo e comecei a digitar do ponto em que o trabalho ainda 'valia a pena', por assim dizer.
- Seria ousadia perguntar o que você está fazendo aqui? - quando reconheci o rosto de quem falou, o garoto já estava sentado do meu lado.
- Tenho esse tempo livre, John. - respondi, com um sorriso simpático. Eu não o conhecia bem, na verdade. Ele era amigo de Justin, não meu. - E o que você está fazendo aqui?
- Não estou muito na vibe de assistir aulas, se me entende. - deu de ombros, bebendo uma cerveja, cuja garrafa reparei apenas agora. - Você quer um golinho?
- Não, obrigada. - recusei, certa de que foi uma decisão correta. Para ser sincera, de alguma forma, não confiava nele. - Porque não está gostando da universidade? - perguntei curiosa, mesmo não gostando da companhia dele.
- Tem um grupinho chato de manés metidos a besta na minha turma. Bati em um deles hoje de manhã, que era amigo de uma tal de Emilly. Se não tivessem me impedido, teria acabado com aquele idiota.
- Emília. - corrigi. - Bem vindo ao nosso mundo. - dei de ombros. - Ela adora atormentar os outros, principalmente depois de Angelina, outra amiga dela, morrer. É assim desde que chegamos aqui.
- Eles, esse grupinho de idiotas, atormentam a você também? - questionou, curioso. Não gostava do jeito como seus olhos castanhos não desgrudavam dos meus.
- Mas do que possa imaginar. - fui sincera, no final das contas. - Era pior quando Angelina estava aqui. Ela adorava nos atormentar. Não só a mim ou meus amigos, mas também o resto do pessoal que estuda aqui. Mas graças a Deus isso acabou. - sorri.
- No fim das contas, Emília é menos aterrorizante do que a tal de Angelina. - ele concluiu por mim. - Justin me contou que ela era horrorosa. Que todos tinham medo dela.
- É verdade. - assenti.
- Você tinha medo dela?
- Hein? - me senti encurralada com aquela pergunta. Era como se ele pudesse adivinhar que eu tinha medo. E eu tinha medo. Tinha muito medo dela. Mas não queria admitir. - Não sei, John. Na maior parte do tempo, eu só podia sentir ódio dela. - respondi por fim, me livrando de dizer a verdade, mas sem mentir. Eu a odiava o tempo todo, também.
- Então foi legal ela ter morrido. - concordou ele, bebendo mais um pouco de sua cerveja. Era como se estivesse vendo um reflexo de mim mesma falando aquilo, feliz pela morte de outra pessoa, e percebi o quão horrível aquilo era. E fiquei surpresa ao ver que não tinha ficado feliz por alguém ter a mesma opinião que eu. - Foi um alívio para todos nós, então. Pois se a conhecesse, e se ela fosse realmente como todos vocês dizem, eu mesmo a mataria. - John deu uma risada alta. Fiquei horrorizada com aquilo. E aquilo bastou para que entendesse o que Justin queria dizer com "você está sendo cruel, Anna". - Você e Justin são um casal legal.
- Obrigada. - sorri forçado, ao perceber o quão rápido ele tinha mudado de assunto. Me perguntei se ele era assim na companhia de Justin.
- Vocês se conheceram aqui ou em outro lugar? - sua curiosidade sobre meu relacionamento com Justin não me deixou confortável.
- Nos conhecemos desde os onze anos de idade. Mas, claro, só ficamos juntos depois disso. - sorri aliviada ao ouvir a voz de Justin. Ele sentou do meu outro lado e beijou minha bochecha. - Tempos maravilhosos, cara. Maravilhosos!
- Posso imaginar que sim. - John sorriu.
- Cait virá nos trazer uma caixa bento. - falei, olhando pra Justin. - Você quer?
- Caixa bento? - perguntou o moreno, confuso.
- Sushi. - Justin respondeu por mim. - É assim que eles embalam o sushi pra viagem. É muito bom, você deveria provar. - fiquei nervosa só de imaginar dividir minha comida com John. Eu ofereci a Justin, e não ao moreno bonitão.
- Ah, aqueles trecos de peixe cru? Não, muitíssimo obrigado.- recusou-se e fiquei feliz por isso.  Justin apenas riu. - Gosto muito mais das coisas quando estão bem fritas.
- Não sabe o que está perdendo. - Justin rebateu. - Tempo vago? - se dirigiu a mim.
- Sim, e você já foi liberado da aula?  ele balançou a cabeça, afirmando.
- Não acredito que você está bebendo durante as aulas. - disse Justin, apontando para a garrafa já quase vazia nas mãos do amigo.
- Cara, esse líquido aqui salva minha vida. - John riu, dando um último gole na cerveja. - Eu pensei que ia gostar daqui, mas estava enganado. Só suporto este lugar por causa de vocês.
- É bom saber disso. - falou Justin.
- Mas, voltando ao sushi, como é que vocês conseguem comer segurando aqueles pauzinhos? Não escorrega, não? - aquela foi a primeira vez que ele me fez rir de verdade. Perto de Justin, até que ele era legal.
[...]
- Ainda tem essa gaveta aí, pra arrumar. - falei, apontando para a primeira gaveta da direita.
- Essa aqui?
- Essa mesmo. - concordei, com um aceno de cabeça. Era uma bela noite, depois de um dia cansativo de estudos na faculdade. Conversamos com John naquele jardim por um longo tempo, e ele se mostrou mais legal do que quando estávamos apenas nós dois. Agora, depois do jantar, dei a Justin a tarefa de organizar meu closet. Sentada em um banquinho, observava-o e dava instruções de como ele deveria fazer as coisas. Amora estava sentada perto dos meus pés, e eu comia minhas batatinhas onduladas.
- Ual! Porque eu nunca descobri isso antes? - ouvi ele murmurar. Quando Justin se virou para mim, tinha em mãos uma calcinha roxa. Estava tão concentrada na comida que eu devorava com fervor que esqueci completamente que a gaveta que mandei ele arrumar, era, exatamente, a gaveta de calcinhas. - Lembro dessa. - disse ele, sorrindo. - Muito sensual. - andei até ele e puxei a peça de suas mãos com minha outra mão livre.
- Deixe de ser bobo. - reclamei, envergonhada. - Não precisa arrumar isso, está dispensado.
- Não, querida, agora faço questão de concluir meu trabalho. - ele tirou todas as peças , e quando as colocou novamente em seu lugar de forma organizada, separou-as em quatro pilhas:
1) As que apenas a vi usar;
2) As que não apenas a vi usar, mas como também tirei de seu corpo;
3) As que não fazia ideia da existência.
4) As suas favoritas
  A terceira pilha, obviamente, era bem menor do que as outras. Ele fazia pequenos comentários a cada uma que pegava, colocando-as em suas pilhas. No começo foi estranho ter meu namorado arrumando minha gaveta de peças íntimas, mas depois, aquilo se tornou engraçado. As coisas que ele falava, as caras e bocas que fazia, o jeito como falava que a terceira pilha, faria, em breve, parte da segunda. Fiquei ao seu lado, supervisionando tudo, e rindo da cara dele, como não poderia deixar de ser.
- Quando foi que você comprou essa? Nunca vi você com ela. - disse outra vez, com uma calcinha de renda azul escuro. Ele parecia quase indignado. - Em breve, esta partirá para a pilha dois.
- Você é muito idiota! - ri daquilo, terminando de comer minhas batatas onduladas. Joguei o saco vazio no lixo e voltei para o closet. Ele segurava outra peça em sua mão, e sorria orgulhoso quando fiquei novamente ao seu lado.
- Essa é memorável! - disse, tocando-a. - Me faz lembrar do quão louco me deixou nesse dia com essa calcinha vermelha. Lembro como se tivesse acabado de acontecer. E, apesar de ter vestido bem em você, ainda te prefiro sem ela. - dei um tapa na cabeça dele, que riu. - Mas ainda sim, vai pra pilha quatro.
  O clima estava esquentando entre nós, era claro. Mas eu ainda não conseguia deixar de pensar no quanto me senti irritada com a presença do amigo de Justin, hoje de manhã. Ele parecia ser legal, mas tinha algo nos olhos dele que me faziam querer vomitar. Talvez fosse pelo falo dele ser parecido com Frad em alguns aspectos, ou até mesmo na aparência, mas o jeito dele me incomodava. Ele me incomodava. Eu só não sabia como dizer para Justin, sem dar a entender que adoraria se ele se afastasse desse cara. Eu não sabia se era uma cisma boba, por simplesmente não ir com a cara dele, ou se ele realmente era quem eu suspeitava. Tentei esquecer aquilo e me concentrar no presente, meu namorado e no clima que estava surgindo.
- Tem mais alguma que eu ainda não tenha visto? - ele se virou para mim, e percebi que ele já tinha organizado tudo. Tinha alguma coisa a mais ali. Um sorriso safado cresceu em seus lábios e entendi perfeitamente onde ele queria chegar. Ele tirou os óculos e chegou mais perto, me segurando pela cintura.
- Na verdade tem uma. - respondi baixo o suficiente para soar sexy.
- Tem, é? - rebateu ele, o rosto ficando mais perto do meu.
- Tem sim. E pra sua sorte, estou usando nesse exato momento. - mordi os lábios, encarando seus olhos castanhos arderem de desejo. Quando dei por mim, ele tinha me pressionado contra a parede do closet, esfregando seu membro duro exatamente no meio das minhas pernas. Sua boca estava agora em meu ouvido, e sussurrou as palavras seguintes de maneira tão sexy que pensei que não poderia esperar mais.
- Então vamos mudar isso. Ele tomou meus lábios em um beijo sexy, que rapidamente foi correspondido por mim. Nossa felicidade, porém, não durou muito. Quando sua mão avançava para dentro da minha blusa, as luzes se apagaram como se as lâmpadas tivessem queimado. Amora começou a latir, assustada, e logo nos separamos. Consegui achar minha cachorrinha, me guiando pelos latidos estridentes dela. Peguei-a no colo, e fiz carinho em seu pelo com a mão livre.
- Anna? - ouvi Justin me chamar.
- Aqui, querido, perto da porta. - respondi alto, para não ter dúvidas de que ele me ouviria. Ele tropeçou algumas vezes antes de tocar meu braço.
- PUTA MERDA, PORQUE SEMPRE COMIGO? - ouvi meu irmão gritar de raiva, o que dava a entender que tinha caído da escada; de novo.
- SE ALGUÉM SE ATREVER A AFANAR MEUS NOVOS ESMALTES COR DE ROSA COM GLITTER EU MATO! - Ashley gritou logo em seguida. Ri dos dois bobos que gritavam, percebendo que a casa inteira estava sem energia.
- Seu celular tem alguma lanterna? - perguntou Justin, já tirando (possivelmente) o seu do bolso da calça. Tive certeza disso, quando uma luzinha branca e fraca iluminou um pouco o cômodo. - Porque justo na parte boa, a luz acaba desse jeito? Não dá pra me concentrar direito com seres caindo da escada e loiras gritando para não afanarem os esmaltes dela. - reclamou ele, insatisfeito.
- Pessoal, venham para a sala agora para ouvir um comunicado urgente! - Damon berrava do andar de baixo, convocando-nos para uma reunião de grupo. Sem escolhas, saímos do meu quarto sendo guiados pela luz da lanterna do celular de Justin, e fiquei feliz ao ver a lareira acesa, o fogo crepitando agradavelmente, nos aquecendo e concedendo um pouco mais de luz. Cait, Ashley, Mike e Damon estavam sentados no sofá maior, a nossa espera.
- Se alguém tentar afanar alguma comida minha, eu deixo sem traseiro. - adiverti, sentando na poltrona restante. Justin sentou no braço desta, e apoiei meu braço em suas pernas.
- Eu liguei pra companhia de luz, e todo o quarteirão está sem energia. E enquanto eles tentam resolver o problema, temos que esperar. - disse Damon, por fim.
- Tenho uma ideia fabulosa do que podemos fazer pra passar o tempo! - a sugestão de Ashley fez todos os restantes trocarem olhares assustados. Oh Céus!


NOTAS FINAIS
Olá meu povo! Aqui estou eu, de novo, depois de um tempão sem atualizar. Como estão? Cara, será que alguém ainda lê isso aqui? Enfim, espero que tenham gostado do capítulo. Beijos e até o próximo! :D :3
Roupa da Ash: http://weheartit.com/entry/81047750/in-set/13959417-my-dear-nerd?context_user=cutelectra&page=22
Roupa da Cait: http://data3.whicdn.com/images/78542395/large.png
Roupa da Anna: http://data1.whicdn.com/images/82247634/large.jpg

2 de ago. de 2014

My Dear Nerd - Heart by Heart - Capítulo 11 - Noite de Boliche

POV ANNA
- Anna Mel, já chega de Doritos por hoje! - mamãe ordenou, parando a minha frente no sofá, me olhando de cima com aquele olhar acusador. Fiz bico, abraçando meus pacotes (sim, pacotes no plural), de modo a protegê-los dela.
- Mãe, qual é! - reclamei em protesto. Lá estava eu, feliz da vida, comendo Doritos e assistindo meus programas de culinária, e do nada, ela aparece reclamando e dizendo que eu deveria parar de comer e assistir tevê; sabe, ter uma vida tão sedentária. - São apenas nove da manhã! As aulas foram suspensas por causa da reunião de pais e professores e, aqui estou eu: aproveitando essa folguinha maravilhosa para ser feliz.
- É sobre isso mesmo que quero falar, mocinha. - disse ela. Quando entendi, finalmente, percebi que era sobre a escola. Mais precisamente as minhas notas. Tentei fugir do assunto mais uma vez, como sempre fazia. Tinha me esquecido da importância desse dia, e de como deveria ter feito algo que a agradasse tanto, que ela não chegasse a reclamar sobre as minhas notas e ameaçar tirar minha comida e meus programas de culinária. - Eu entendo perfeitamente, mamãe! - comecei, fingindo entendê-la. - Mike está me dando um péssimo exemplo, mais uma vez, com essas notas baixas e...
- Quem foi que tirou notas baixas? - o meu irmão entrou de repente na sala, ao ouvir a menção de seu nome. Batatas Fritas!
- Anna está tentando acusar você de tirar notas baixas para que não seja ela, o alvo da discussão. - respondeu Rose, minha mãe, sem tirar os olhos de mim. Eu realmente deveria mudar minha tática de distração, pensei.
- Ahá, se ferrou bonito! - Mike riu da minha cara, uma bela e irritante gargalhada.
- Cala a boca, idiota!
- Mas oi? - ele parou de repente, ao perceber o insulto. - Idiota é uma pinóia!
- Calem a boca, vocês dois! - mamãe falou mais alto, e assim fizemos. - Como é que você tirou uma nota dessas em matemática, Anna Mel?
- Eu sou péssima em matemática! - quase berrei em aflição. - Pronto, falei.
- Pressinto que alguém vai ficar de castigo. - cantarolou, Mike.
- Já disse pra calar a boca, bobão! - reclamei, mas ele pouco se importou.
- Que você é péssima em matemática eu sei, sua nota diz isso muito bem sozinha. - ela falou, e suspirou em seguida. - Porque...
- Eu simplesmente não consigo entender Batatas Fritas do que o professor fala, por mais que eu tente. Já fui estudar com a Ashley, Britney e Kate várias vezes, mas eu não consigo aprender.
- E como foi que elas passaram na prova? - questionou meu irmão. - Kate e Britney? - bom, ele não incluiu Ashley porque ela também tirou a mesma nota que eu.
- Elas tem uma incrível facilidade para colar, que você não faz ideia! - respondi irônica. Era verdade que elas colavam, e que eu não conseguia aprender a matéria, mas eu não podia dizer a minha mãe, algo como: "mamãe, me desculpe, mas sua filha de quatorze anos não aprende, porque não consegue parar de pensar no bonitão, gentil e simpático Damon Salvatore."
- Não pense em fazer o que elas fazem, entendeu? - mamãe voltou a falar. - Não importa a nota que tire, com tanto que seja honesta.
- Sim, mãe. - concordei. Mas sabendo que, um dia iria colar. Todo estudante passa por isso, pelo menos uma vez na vida. Bem, isso segundo Kate.
- Dessa vez será apenas um aviso. Na próxima vez quero uma nota muito melhor do que essa, então, acho bom você estudar bastante. - ela sorriu doce e com o alívio afrouxei o abraço que dei na minha comida. Até me dar conta de que meu irmão estava lá, na sala, e tornei a apertar o abraço em minha comida de forma protetora.
- Ué, não vai ter castigo, choro, canal de culinária com senha, a doida da minha irmã sem Doritos? - perguntou Mike, sem acreditar no que acontecia. Ri daquilo, vitoriosa.
- É isso aí! Não vou ficar de castigo. - falei sorridente, enfiando mais um Doritos na boca.
- Mamãe?!
- É isso mesmo, querido. - respondeu, achando engraçado a cara de horror que ele fazia. - Ah, meus parabéns pelas notas excelentes, querido! Estou muito orgulhosa de você.
- Obrigada, mamãe. - respondeu, ainda atônito. - Mas você não vai castigar ela? Nem sequer tomar esses pacotes de Doritos que ela está comendo?
- Não.
- Isso é um ultraje! - falou, erguendo as mãos em protesto. Ele caminhou em direção á porta da sala de estar, para sair de casa. - Um absurdo, um completo absurdo! Minha mãe com certeza foi abduzida por um alienígena! - ele falava, como se estivesse fazendo um discurso. - Este mundo está perdido, está sim! - rimos dele quando fechou a porta. Fiquei surpresa por me dar conta de que ele era o único idiota, tipo, idiota mesmo, que eu amava, enquanto sentia mamãe beijar minha testa.
- ABELHAAAAAA! - um grito fino me tirou do devaneio como se tivesse acordado com um balde de água fria.
- Hein?
- Estávamos te chamando há anos, mulher! Que indelicadeza a sua, me fazer gritar e por risco a minha beleza. - disse a loira, cruzando os braços. - Tava pensando em quê? - perguntou.
- Na receita que aprendi na internet. - menti, mas pareci muito convincente.
- Caitlin, você mal tocou no seu pudim. - falou meu irmão. Ela deu de ombros, tentando espantar a preguiça.
- Não gosto de pudim...
- Não gosta de pudim? - todos perguntamos ao mesmo tempo, assustados com aquela afirmação. Antes que alguém pudesse se apoderar daquela comida, puxei o prato para mim na mesma hora que todos, TODOS, fizessem o mesmo; acabaram agarrando as mãos uns dos outros no meio da confusão, ou as batendo no balção de mármore, enquanto eu estava feliz demais com o meu pudim recém adquirido. Pararam de brigar quando me viram com o prato.
- Querida?
- Sim, Justin?
- Você me ama? - perguntou ele.
- Sim.
- Então divide o pudim comigo? - chegou mais perto, sorrindo e tentando me convencer. Interesseiro.
- Nem com a mulesta do cachorro doido! - quando percebi, tinha falado em português.
- Hein? - perguntou Justin, ainda esperançoso. - O que foi que você disse?
- Nem que chovessem vacas, ou o leite de vacas. - respondi em inglês, para seu desapontamento. Você pode ser fofo, lindo e sedutor o quanto quiser, mas não pode ser mais sedutor e lindo do que esse pudim aqui, meu irmão!, pensei.
- Mas é claro que se chovesse leite, seria o leite de vaca. - Mike ironizou, desapontando por não ter sido ele o sortudo a ter pego o pudim. E olha que ele estava sentado do lado de Caitlin.
- Vacas não são as únicas a dar leite. - disse Cait, pensando. - Tem as cabras também.
- As cabras dão leite, gente? - foi a vez de Damon questionar, confuso.
- O que importa é que é leite. - falei, com a boca cheia. O pudim acabou mais rápido do que o planejado.
- O que acham, pessoas que me amam mais do que tudo nesse mundinho, de irmos ao boliche? - sugeriu a loira, de repente. - Não é porque é uma terrível noite de segunda feira, terrível apenas por ser segunda feira, que devemos ficar enfurnados em casa, fazendo trabalhos de escola e cansando minha beleza.
- É faculda... Ah, deixa pra lá. - Justin desistiu da correção no meio do caminho.
- Na verdade foi o Damon quem disse que tinha um lugar que dava pra jogar boliche aqui perto, e achei que seria legal a gente ir. Minha beleza precisa ser vista e admirada.
- Só se me comprarem comida.
- Mas você acabou de jantar! - disse Caitlin, de olhos arregalados.
- Você não viu nada. - Justin e Mike disseram ao mesmo tempo, e riram logo em seguida. Gente doida, viu?!
[...]
- Para de reclamar, loira. - Caitlin falou, tentando manter a calma.
- Como é que não tinham sapatos cor de rosa? Que irresponsabilidade é essa? - perguntou ela, pela milésima vez quando sentamos numa mesa de frente pra pista de boliche. Deixei minha mochila abastecida com muita comida (sabe, em caso de emergência) e sentei na cadeira mais próxima que encontrei. - Isso é um ultraje! Uma vergooooonha! - dizia ela, balançando as mãos, zangada. E ficou ainda mais furiosa quando ouviu as risadas do grupo. - Porque vocês estão rindo tanto? Se for de mim é melhor pararem, porque não tem graça. - fez bico e cruzou os braços em seguida. Justin sentou ao meu lado e vi Damon dar um beijinho carinhoso na namorada. Ashley usava sapatos maiores do que seus pés, e ela andava tão engraçado, com medo de cair, que aquilo foi uma atração a parte.
- Para o jogo ficar mais interessante, vamos fazer umas apostas. - propôs Damon, animado.
- Com tanto que eu receba minha comida. - dei de ombros.
- Que tipo de aposta seria? - perguntou Justin, curioso.
- A de quem me admira mais? - a loira falou, de repente, menos irritada. Muito fofa.
- Não. - a resposta de todos nós, juntos, fez com que os lábios dela formassem um biquinho. Bico de quem não está: gostando nada, nada.
- Já que estamos em seis, três homens e três mulheres; - Damon deu uma boa olhada de cima a baixo na loira, e deu aquele sorriso malicioso que eu conhecia bem. Uma rosquinha... - três belíssimas mulheres. - ela sorriu cúmplice, dando até uma piscadinha. Ele riu. Duas rosquinhas... - E podemos competir assim: Homens x Mulheres.
- E vocês ainda acham que vão vencer? - perguntei tão simples, que só depois de alguns segundos percebi que eles me encaravam. - É óbvio que vamos vencer, principalmente desses três bobões. - continuei, cheia de confiança.
- Hey! - reclamou Justin. - Bobão uma pinóia!
- Essa frase é minha, cara. - advertiu Mike.
- Eu posso lhe assegurar, minha querida anã, que temos as armas necessárias para vencer as excelentíssimas damas. - começou Damon, o que eu tinha certeza ser um discurso. - Temos inteligência, temos coragem, temos força para segurar aquela bola.
- Temos três dedos fortes. - afirmou Justin. - Dedos de jogadores profissionais em boliche.
- Então estão querendo nos chamar de burras, é isso? - Caitlin cruzou os braços, a sobrancelha arqueada.
- Estamos dizendo que somos menos frescos do que vocês, mulheres. - Mike afirmou.
- Quêêêê? - a loira arregalou os olhos. Se virou para meu irmão, inacreditável. - Como é que é? Não somos frescas coisa nenhuma! Vocês, bobões, é que não nos dão oportunidade.
- Tudo o que temos é bom senso e inteligência, coisa que não cabe nessa cabecinha dura de vocês. - Caitlin cutucou com o dedo indicador a testa do meu irmão, para dar ênfase ao que dizia. Resolvi ajudar, levantando da cadeira.
- E vocês nunca venceriam as garotas numa partida de boliche. - provoquei, ficando ao lado das outras duas. Os garotos ficaram lado a lado também, e os dois grupos ficaram frente a frente.
- Você acha mesmo? - Justin perguntou, de braços cruzados, olhar desafiador, parado à minha frente. Se ele soubesse o quanto ficava sexy assim!, pensei. Tudo bem, Anna, você vai resistir á tentação por hora. Quando chegar em casa, você vai poder usar e abusar dele, me aconselhei.
- Tenho certeza, querido. - pisquei e ele sorriu. Que lindinho! Se mantenha!
- E o que vocês apostam, garotas? Porque se nós ganharmos, vocês vão ter que fazer tudo que quisermos por uma semana inteirinha. - Damon disse por todos e os outros dois pareciam estar de pleno acordo, como se já tivessem discutido aquela questão muito antes.
- Para nós o mesmo. - falei. - Quando vencermos, vocês farão tudo que quisermos por um mês inteirinho.
- Aumentamos a aposta para um mês, também, se vencermos. Um mês que vocês, senhoritas, terão que fazer o que quisermos. - Mike deixou o tempo para pagar a aposta de igual para igual.
- Como tem tanta certeza de que vão vencer? - questionou Justin, divertido.
- Somos mulheres, isso responde tudo. - dei de ombros, provocativa e divertida. Já sei até o que ele vai fazer para pagar a aposta.
[...]
POV JUSTIN
- Não esquece cara, ainda estamos empatados. Você precisa acertar, porque as garotas estão indo muito bem. - aconselhou Damon, enquanto eu me preparava para jogar. Por um lado estava orgulhoso da minha garota não ter errado nenhuma até agora; por outro, eu já sabia exatamente o que pedir para que ela o fizesse por um mês inteirinho. Fui para a pista e arrumei melhor meu dedo dentro da bola pesada. Dobrei um pouco os joelhos e mirei os olhos na direção dos pinos. Tinha de ser certeiro.
- Vai lá, bonitão! Você consegue! - gritou Anna Mel, tentando me desconcentrar. Mas não vou mentir dizendo que não gostava daquilo, porque, afinal: ela estava me chamando de bonitão aos berros. Eu me sentia muito elogiado, okay?
- Não erra Justin, confiamos em você cara! - gritou Damon, em resposta à Anna. Ri daquela briguinha, tornando a me concentrar no que estava prestes a fazer.
 Ouçam Mirrors - Justin Timberlake
   A verdade é que quando tentei jogar, a música favorita da minha anã preencheu o lugar. Respirei fundo, tentando me concentrar mais uma vez, mas a batida envolvente de Mirrors do Justin Timberlake não me deixava. Eu já podia imaginar que ela estaria cantarolando, animada. Mexendo os pés, dançando contidamente na cadeira. Com essa ideia, virei de costas para a pista e larguei a bola no chão. E ela estava exatamente do jeito que imaginei. Tão empolgada com o a batida da música que não percebeu o que eu tinha acabado de fazer.
  Com um sorriso na cara, andei até ela e estendi minha mão em sua direção. Distraída, ela me olhou de baixo para cima, mexendo a cabeça e cantarolando a letra da música. Quando finalmente percebeu o convite para uma dança, suas mãos tocaram as minhas e nós ficamos em pé ali. Coloquei as mãos em volta de sua cintura, e começamos com passos lentos. Ela estava tão animada! Cantava, agora, mais alto, e pude ver um grande e verdadeiro sorriso invadir seu rosto. Um sorriso que eu não via há muito tempo. Aquilo foi o que bastou para que eu começasse a cantar também. A dança já era muito mais animada, Anna fazia caras e bocas e cantava alto e não dava a mínima se alguém achasse aquilo estranho.  Também não me importei.
- It's like you're my mirror; My mirror staring back at me... - cantarolei junto com ela, o mais idiotas dos sorrisos na cara.
- I couldn't get any bigger; With anyone else beside me... - ela cantou tão alegre e sorridente que aquilo me fez rir.

- And now it's clear as this promise; That we're making... - cantarolei.
- Two reflections into one. Cause it's like you're my mirror; My mirror staring back at me, Staring back at me. - prosseguiu Anna, bem alto.
  Ouvi os outro quatro começarem a dançar em casais, e os garotos pareciam felizes demais para perceber que eu tinha desistido da minha jogada pra dançar com a baixinha. Ashley dançava da maneira que podia, com aqueles sapatos maiores que ela, e Damon parecia achar aquilo uma graça. Caitlin e Mike estavam um pouco mais perto de nós e conversavam animadamente. Mas nenhum deles parecia se divertir tanto quando Anna, que repetia cada palavra cantada, feliz da vida, me incentivando a cantar junto: claro que ela não precisou de nenhum esforço pra conseguir aquilo. Apesar de sentir alguns olhares sobre nós, seis doidos dançando numa pista de boliche, resisti a timidez por Anna.
   E, por mais estranho que fosse, alguns casais tímidos e apaixonados iniciaram uma dança ao ritmo da música. Pouquíssimas pessoas ficaram paradas em seus lugares, assistindo à multidão de "dançarinos" crescer gradativamente. De repente, era como se estivéssemos naquelas festas bonitas de gente rica, todo mundo dançando civilizadamente, felizes, sorridentes até dizer chega, ao som de uma música ideal para o momento. Bem, só pareceu, mesmo, porque aquilo nada tinha a ver com uma comemoração glamurosa. Estava encantado com o sorriso e a alegria que Anna Mel esbanjava ao acompanhar o cantor, uma alegria contagiante e maravilhosa. Tive o prazer de ouvir sua risada entre um berro e outro que dava, vi que ela gargalhava ao ver a loira dançar atrapalhadamente por causa dos sapatos e do olhar de risada de dor de Damon: ela estava pisando no pé dele, várias vezes seguidas. Sem querer, é claro. As coisas não poderiam estar melhores!
- I can see you lookin' back at me; Keep your eyes on me... - cantou ela, dessa vez, olhando com firmeza pra mim.
- Baby, keep your eyes on me. - segurei seu rosto com uma das mãos, acariciando seu rosto com o dedo polegar.
   Nossos rostos se aproximaram devagar, e nossos olhos estavam presos um no outro, uma deliciosa sincronia. Sabe, como nos filmes, só que bem melhor. O momento que se seguiu depois, foi um doce encostar de lábios, que durou segundos maravilhosos. Seguido de um beijo de verdade. Dançamos lentamente, enquanto trocávamos beijos carinhosos, e não me pergunte como conseguimos fazer aquilo. Quando nos separamos, sorrimos e continuamos a dançar. Mike e Caitlin não mais conversavam; pareciam imersos em seus pensamentos, ou, o que eu eu suspeitava, estavam admirando a aparência um do outro em silêncio, quando o clima de romance pairou sobre aqueles dois. 
   Mesmo com o fim da música, Anna não pareceu voltar a ser infeliz e a continuar o luto, permaneceu animada, mesmo que tivéssemos parado de dançar. Os casais ao nosso redor, iam parando aos poucos de dançar, voltando para o momento de descontração em que estavam antes. Mike e Cait soltaram-se a contra gosto(acredito eu) e voltaram lentamente para seus assentos. Sorriram. Anna deixou um beijo na minha bochecha, sorridente, antes de voltar para sua cadeira.
- Obrigada. - disse ela.
- Por nada, anã.
- Cê tem amor pela vida, não? - perguntou de olhos arregalados, já sentada ao lado de Caitlin. Ri daquela ameaça e peguei a bola que tinha jogado no chão. 
- É sua vez de jogar, Justin, vai logo. - reclamou Damon, voltando a vida real. Tinha certeza de que a loira tinha pisado várias vezes em seu pé, sem querer. Deveria estar doendo. - E não erra.
- Erre sim, querido! - gritou Anna.
- Não erra, não! Mostra pra elas que os homens são os melhores. - os dois berraram em resposta. Bobões idiotas, pensei, rindo.
[...]
- Estou acabado! Nunca mais faço uma aposta na vida. - reclamou Damon, se jogando no sofá. 
  Bem, se você está curioso pra saber quem venceu a aposta, releia a frase a cima e vai ter sua resposta. E Damon tinha razão. As garotas estavam adorando aquilo, e nos fizeram lavar toda a louça suja, descongelar a geladeira, lavar o chão da cozinha e ler a correspondência. Aquele era um trabalho que geralmente elas faziam, por não sabermos fazer esse tipo de coisas. E, como não fazíamos do jeito certo (para elas) as garotas nos observavam trabalhar à porta da cozinha, dizendo como deveríamos fazer as coisas. "Você está fazendo errado!" "Você precisa esfregar mais o fundo da panela!" "Não se lava direito o chão, apenas jogando a água. Está esperando que ela faça todo o serviço sozinha? Precisa esfregar!".
   Elas pediram para prepararmos um banho de banheira maravilhoso, com direito a pétalas de rosas, velas aromáticas em cada banheiro. Além de taças com vinho tinto e uma boa música. Ainda tivemos que dar banho nos cachorros, já que eles pareciam não se dar por suficiente todo o trabalho que estávamos tendo, e decidiram que iriam brincar no jardim até ficarem totalmente imundos, para nos dar mais trabalho. E vamos acrescentar de que eles não queriam tomar banho. Agora, elas já estavam em suas camas, dormindo à sono alto, em uma cama grande e macia.  Me sentei numa poltrona e respirei fundo, aliviado por finalmente poder sentar. 
- Porque você tinha que errar aqueles malditos pinos? - perguntou Mike, cansado e irritado.
- Foi sem querer cara...
- Elas vão acabar com a gente. - ele interrompeu as desculpas de Damon, e suspirou.
- Vou ficar pobre. - murmurei.
- Hã?
- Comida.
- Ah, tá, Anna vai torrar seu dinheiro com comida. - entendeu Damon. - Pior será para mim, meu caro. Acho que os senhores já repararam, mas tenho uma namorada louca por sapatos e roupas. 
- Se tivéssemos vencido, eu teria ganhado um beijinho da Caitlin. - Mike murmrou, como se falasse consigo mesmo. - Você realmente não deveria ter errado, cara. - reclamou, em voz alta.
- Sinto muito, cara! - rebateu, cansado. - Você acha que quero passar meus dias batendo pernas no shopping e pintando unhas? E se ela mandar eu usar algo rosa? Se isso acontecer, juro que me mato! - rimos de seu desespero, quando ele passou a mão sobre os cabelos, exasperado.
- Boa noite, galera. - falei levantando, caminhando na direção das escadas. Eles acenaram com a cabeça, em resposta, e continuaram conversando sobre quem ficaria de cabelos brancos primeiro, antes mesmo de terminar o mês. Já no corredor dos quartos, trombei com nada mais, nada menos, do que a loirinha. Fofa como sempre, em seu pijama cor de rosa. Um pouco curto, devo admitir, mas ainda sim, fofa.
- Oi Jujubona! - disse, contente. - Já vai dormir?
- Oi, é, vou sim, estou acabado! - respondi.
- O dia de hoje foi glamuroso, não acha? - começou ela, sorrindo. - Jogamos boliche, apostamos, dançamos, e vencemos a aposta. As garotas, é claro! - esclareceu ela. - Você foi muito fofo hoje, sabia?
- Fui? - perguntei curioso e ela balançou a cabeça, afirmando.
- Sim, muito fofinho, Jujubona! Tirou a Abelinha pra dançar a música favorita dela, tipo, favorita de TODOS OS TEMPOS, mesmo quando era sua vez de jogar. Desistiu daquela jogada por ela. Muito fofiiiiinho! - ela apertou minhas bochechas, enquanto dizia "fofiiiiinho!". Aquilo doeu pra cacete.
- Loira, cê tá machucando minha bochecha. 
- Desculpinhas. - falou sem graça, largando minha cara. Acariciei a região dolorida, para só depois, rir dela. - Mas ela ficou tão feliz! Eu sabia que ela ria de mim, dançando com aqueles sapatos grandes, mas eu e minha beleza não nos importamos; afinal ela estava finalmente alegre. Você trouxe minha abelha de volta. Obrigada.
- Faço qualquer coisa por ela, você sabe. 
- Sim, eu sei. - sorriu ainda mais. - Você sempre este lá por ela, mesmo quando não eram nem mesmo colegas. Como naquele dia horrível que você nos tirou de lá...
- Ashley, por favor, não fale isso em voz alta. - pedi, de repente, olhando para os lados, verificando se não havia ninguém que pudesse ouvir. - Aliás, não fale sobre isso.
- Mas porquê, ora esmaltes? Você é um herói. - disse ela, o tom baixo. - Nos tirou daquele lugar horroroso, quando nós duas estávamos incapacitadas de fazer isso sozinhas. Nos salvou de morrermos queimadas, e isso não é nada do que se deve envergonhar.
- Eu sei, mas se alguém souber, se Anna souber, vai causar um reboliço tremendo...
- Ela não pode passar a vida inteira achando que foi eu, a pessoa que a salvou. Nem estava consciente. Foi você, quem nos tirou de lá, que salvou a vida dela. E a minha também.
- Ashley...
- Não entendo porque não quer que ela saiba que foi você. Nunca contei a verdade para ela, porque prometi a você que não o faria, mas ela precisa saber.
- Obrigada por cumprir a promessa que me fez, mas ainda não estou pronto pra contar.
- E quando vai ter coragem pra falar? Anos se passaram, e para ela, você nunca esteve lá. E você sabe muito bem, Jujubona, que será melhor ela saber por você, do que por outra pessoa.
- Você prometeu que não contaria...
- Não vou contar. - interrompeu. - Mas, cê sabe, sempre tem alguém que sabe além de nós, ou que acaba descobrindo e põe a boca no trombone. E se quer minha opinião, Jujubona fofa, ela vai ficar muito feliz por saber que sempre esteve lá por ela. Vai ficar orgulhosa e agradecida, vai ver.
- Você acha? - perguntei, curioso e confuso. Eu deveria mesmo contar a verdade?
- É claro que sim! Certeza absoluta, Jujubão, cê acha que tá falando com quem? Sou a rainha das certezas, da beleza e de muitas outras coisas glamurosas. - balançou o cabelo, sorridente e eu ri. Ela voltou a ser doida. - Bem, agora me diga, fiel súdito, onde está o meu amado namorado?
- Na sala, conversando com Mike. 
- Glamuroso! - ela deu pra falar isso o tempo todo, nos últimos dias. - Vou lá. Cê acredita que ele não massageou os meus pézinhos fofos? Pois é, isso me revolta também. - e saiu andando, falando sozinha o quanto aquilo era uma falta de respeito para com sua beleza. Agora sozinho no corredor, decidi que ela estava certa. Anna precisava saber, e eu contaria a ela. Mas não agora, não hoje. Em breve.


NOTAS FINAIS
Olá, pessoinhas lindas, como vão? Acho que não demorei muito, né? Ou demorei? O.o Bom, pelo sim e pelo não, aqui está um cap que acabou de sair do forno, só pra vocês. Tentei recompensar fazendo-o beeem grande. O que acharam, vocês gostaram? Está bom? Espero que tenha agradado! Muitos e muitos beijos e até o próximo cap! :3
Roupa da Ash: http://weheartit.com/entry/113327142/in-set/13959417-my-dear-nerd?context_user=Skye_Elise&page=2
Roupa da Cait: http://weheartit.com/entry/78546042/in-set/13959417-my-dear-nerd?context_user=RedGinger23&page=14
Roupa da Anna: http://weheartit.com/entry/88614703/in-set/13959417-my-dear-nerd?context_user=AnjinhaPipocas&page=5
iPod da Anna: http://weheartit.com/entry/127325258/in-set/13959417-my-dear-nerd?context_user=AnjinhaPipocas

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