- Não quero jogar isso. Prefiro comer, já
disse. - falei pela milésima vez. Justin tinha voltado para o meu closet pra
tentar encontrar seu óculos. Depois, foi atender a ligação da amiga. E até agora não tinha voltado.
- Você sempre prefere comer, Anna Mel. -
disse Mike, e do jeito que eu o conhecia ele estava revirando os olhos.
- É claro que não só prefiro comer: gosto
de beber também. Tipo, sucos, refrigerantes, essas coisinhas. - dei de ombros.
- Eu quero...
- Nós não vamos pintar suas unhas, Ashley.
Não somos doidos. Além do mais, está muito escuro para isso. - retrucou Damon,
interrompendo-a e ela fez bico.
- Cadê o Justin? - quis saber Caitlin. Dei
de ombros, apoiando os cotovelos nas pernas.
- Está no celular, falando com a
Sara. - bufei irritada.
- A colega de classe dele? - respondi a
pergunta com um aceno de cabeça afirmativo. - Ué, mas porque ela está ligando
pra ele a essa hora?
- Ao que parece, os dois tem um trabalho
em dupla. Escrever uma canção, ou sei lá. - falei com desdém.
- Mas porque não deixam pra resolver isso
amanhã? - se intrometeu Ash. - Cê sabe que gosto quando todos me dão atenção,
afinal, minha beleza precisa de admiradores. - Damon lhe deu um beijo na
bochecha.
- Pode deixar, querida, vou sempre admirar
você. - eu conhecia aquele tom de segundas intenções. Ela piscou cúmplice, e eu
não precisava de mais iluminação pra saber que ela tinha ficado vermelha.
- Vai lá chamar ele, quero todo mundo aqui
pra jogar, ora esmaltes!
- Tá bom, vou lá. - levantei da poltrona,
liguei a lanterna do celular e saí da sala. Fui até a cozinha, e o vi apoiado
na porta que dava para o jardim, de costas para mim. Desliguei a luz da
lanterna e fiquei ali, parada.
- Você realmente não tem jeito! - ele riu
baixo. - Sabe muito bem que não é essa a música que vamos apresentar, Sara. -
ele parecia muito relaxado, como se aquela conversa o divertisse. As batidas do
meu coração pareceram mias aceleradas, como sempre acontecia quando ficava
nervosa. Ele pareceu ouvir algo que ela dizia do outro lado da linha. Retomou a
fala segundos depois.
- É claro que é verdade que faltou energia
no quarteirão inteiro. Porque mentiria sobre isso? Mas não vou pregar uma peça
nos meus amigos, apesar de ser uma ideia legal aproveitar o apagão e
assustá-los. - ele riu mias uma vez. - Você é perversa! Como pude arrumar uma
amiga como você? - ele parou para ouvir o que ela dizia.
Fui o mais
silenciosa possível para que ele não notasse minha presença. Eu iria ouvir essa
conversa até o fim. Entre tantas outras pessoas com quem ele poderia fazer
dupla, ele escolheu justo Sara Lavigne. Entre tantas outras pessoas, ele escolheu justo aquela garota pra ser sua amiga. Se eu estava com ciúmes? Sim, estava. Se
tinha razões para isso? Sim, também. Se era errado escutar a conversa dele, não
confiar nele? Era, mas que se foda.
- Assustar Anna? Você é doida? Ela chuta
meu traseiro! - Justin riu mais uma vez. Essa foi uma das raras vezes em que
queria ouvir o que ela dizia. - Uma barata de borracha na comida dela? Não,
Sara, um sustinho tudo bem, mas isso já é maldade. Você sabe que ela tem fobia
desse inseto... - ele parou por alguns segundos. - Eu sei que não gosta dela,
mas isso não se faz.
- Desgraçada! - xinguei em um sussurro. E
fiquei com raiva por Justin ter contado aquilo pra ela. Não queria que ninguém
soubesse justamente para que ninguém pudesse usar isso contra mim.
- Ora, por favor, Sara, ela é uma pessoa
incrível, dê uma chance a ela. - Justin parou mais uma vez, deixando-a falar. -
Não estou dizendo isso porque a amo! Você é minha grande amiga, e não sabe o
quanto me deixa triste saber que vocês não se dão bem. - a ligação tinha ficado
tensa. Cadê as piadinhas
internas?, zombei mentalmente, lembrando o quanto ela adorava jogar isso na
minha cara sempre que podia. - Quem sabe um dia desses você não fala com ela?
É! Anna também é superfã do Justin Timberlake. É um bom pretexto pra iniciar
uma conversa! Porque nunca pensei nisso antes, é perfeito! - ele falou como se
tivesse tido a ideia do século. Mas nem morta eu perderia meu tempo conversando
com aquela criatura. - Me prometa que vai tentar ser amiga dela... - pediu ele a Sara. Cęruzei os
braços, dando um pequeno e silencioso passo a frente. - Ótimo, já é um começo.
- ele agradeceu, feliz. - Desculpe, mas preciso desligar. Ashley quer fazer um
jogo, e como a conheço bem, deve estar me esperando louca da vida. Até a aula.
- com uma risada, ele encerrou a ligação. Fiquei onde estava, com os braços
ainda cruzados. Graças a luz da lua, vi sua silhueta se virar, o que me fez
deduzir que estava virado na minha direção. Quando Justin fechou a porta do
quintal, o cômodo ficou em completa escuridão. Ouvi o som de seus passos, e não
demorou muito para que ele trombasse em mim. Nada muito forte, é claro. Por
isso, permaneci onde estava. Logo, a luz do celular dele estava na direção do
meu rosto, para saber onde tinha batido. Justin sorriu aliviado quando me viu,
e tratou de tirar aquela luz da minha cara.
- Desculpe, querida, machuquei você? -
perguntou doce, com a mão livre fazendo carinho em meu braço.
- Não, estou bem. - foi tudo o que falei,
para não perguntar a ele, aos berros, o que ela dizia do outro lado da linha.
Não ia passar pelo papel de louca ciumenta, armar uma cena ridícula de ciúmes.
Mas vontade não me faltava.
- O que estava fazendo parada aqui?
- Ashley estava nos deixando loucos com
sua demora, ela quer que todos estejam presentes pra começar o jogo maluco
dela, então vim até qui pra te chamar.
- E porque não falou nada?
- Não queria interromper a conversa com
sua amiguinha. - pronunciei
a última palavra com tanto desdém, com tanto nojo, que só percebi que tinha
denunciado meus ciúmes com o som da risada dele. Droga, escapou! Saiu sem
querer, juro!
- Já disse que fica uma gracinha com
ciúmes? - ele apertou minha bochecha, rindo.
- Não tenho ciúmes daquela sem sal. - dei
de ombros. Ele riu mais uma vez. Droga, de novo?!
- Eu amo você. - Justin juntou nossos
lábios em um beijo doce. - E apesar de ficar uma graça com ciúmes, não precisa
ficar assim. Sara é apenas minha amiga, e só tenho olhos para você. Onde você
acha que vou encontrar uma garota que ponha nome de comida no cachorro, ou que
come mais do que pode e continua perfeita? Doida, mas leal, inteligente e
linda? Tudo bem que você é anã, mas fazer o que, nem tudo é perfeito. - dei um
tapa no seu ombro e ele riu. Ri também. Ele estava certo. Justin estava comigo,
não com ela. Não deveria me preocupar.
- Idiota! - ri. - Não sou anã, apenas
estou demorando para crescer. E se falar que sou anã, mais uma vez, te chuto o
traseiro. - ameacei e Justin beijou minha bochecha.
- Não encontraria alguém como você nem em
um milhão de anos. Principalmente se a baixinha em questão é especialista em
chutar traseiros. - ri novamente, e segurei sua mão o guiando para fora da
cozinha. Ou tentando fazer isso. Estava tudo muito escuro ali.
- Você realmente não tem amor a sua vida.
- resmunguei enquanto andávamos. Ele me apertou contra si, e sua boca estava
próxima demais do meu ouvido.
- Será que alguém vai notar se eu roubar
você por algumas horas? - sussurrou ele, suas mãos estavam em minha cintura, e
sua respiração quente batia no meu pescoço, me deixando arrepiada. Desejei que
estivéssemos sozinhos aqui.
- Tenho certeza que vão. A loira deve
estar de cabelos em pé com nossa demora. Podem até estar pensando que estamos
nos pegando.
- Podemos realmente nos pegar, para que
eles acertem a 'previsão'. - ele pressionou ainda mais seu corpo contra o meu.
- Fomos interrompidos, mas agora não me importo em não ver você.
- Não?
- Senti-la será o bastante. - ele deu uma
mordidinha na minha orelha, e aquilo foi o bastante. Me virei para ele e beijei
sua boca. Sua língua brincava com a minha, enquanto suas mãos tratavam de me
apertar ainda mais contra ele. Bagunçava os cabelos de sua nuca, enquanto a
outra mão tocava seu rosto, fazendo carinhos. Ele estava com óculos. Ainda nos
beijando, andamos até que eu tivesse minhas costas apoiadas na parede. Nossas
bocas se separaram, e os beijos dele foram para minha bochecha, depois meu
queixo e pescoço. Eram beijos sensuais e maravilhosos. Ele foi descendo cada
vez mais, me deixando com mais vontade de "avançar" a cada carícia.
Justin beijou meu ombro esquerdo, que estava desnudo e distribuiu carinhos na
área próxima dos meus seios. Apertei seus ombros e mordi os lábios, desejando
muito mais. Ele me prendia entre ele e a parede e uma de suas mãos
estavam em baixo da minha blusa, e pude sentir minha pele se arrepiar com seu toque.
- CADÊ VOCÊS DOIS, ORA PINÓIA ROSA? - ouvimos o
grito da loira, vindo da sala. Justin bufou, mas não parou o que fazia. Nos
beijamos mais uma vez. - Se não vierem pra cá, agorinha mesmo, pessoas que me
amam, vou até aí.
- Será que dá pra começar sem a gente?
Justin está resolvendo o trabalho dele. - falei alto, tentando manter a
concentração que me era tirada com facilidade com Justin beijando meu pescoço.
- E você vem, abelhuda? - ela tornou a
perguntar.
- Não, eu estou comendo. Encontrei essa
delícia maravilhosa enquanto revistava a geladeira, vai ser um pecado deixar
essa torta aqui. - menti. Ele beijou meu seio por cima do top. Arfei, adorando
aquelas carícias. É claro que era um risco enorme fazermos isso aqui, com todos
muito bem acordados, no cômodo do lado. Mas as coisas ficavam muito melhores
assim, uma adrenalina danada!
- Tá bom, abelha e jujuba malvada. Mas só
vão poder jogar na próxima rodada.
- Okay. - respondi, pondo fim a conversa.
Ele me beijou de novo, e suas mãos agora, deram um apertão nos meus peitos. Já
as minhas, desceram até sua calça e apertaram seu membro por cima da calça. Ele
se espremeu ainda mais contra mim. - Precisamos ser rápidos, querido. Eles não
podem suspeitar de nada. - sussurrei em seu ouvido.
- E ainda por cima, não dá pra ver a
calcinha nova que está usando. - reclamou baixo. Tratei de tirar-lhe o cinto e
desabotoar a calça jeans. Ele fez o mesmo comigo, porém, descendo-a até metade
das coxas. Ele tirou o celular do bolso e ligou a lanterna, e iluminou o lugar
que queria. - Calcinha preta, com lacinho vermelho? Aprovadíssimo! - tirei a
carteira do seu bolso e peguei a camisinha. Segurei o celular para ele abrir a
embalagem e por a proteção em seu devido lugar. Desliguei a lanterna e senti
ele abaixar pouco a pouco minha peça íntima, deixando-a também no meio de
minhas coxas. Seus dedos fizeram carinho na minha intimidade molhada, e
precisei morder os lábios para não gemer. Ouvíamos os outros quarto rindo e
conversando, provavelmente jogando o que a loira tinha proposto.
- Mesmo sem ver, você é maravilhosa,
querida. - disse ele no meu ouvido. Segundos depois, o senti entrar em mim
devagar, e nos beijamos quando ele tinha entrado por completo. A sensação era
maravilhosa. No primeiro minuto ele foi lento, mas a intensidade e a velocidade
aumentaram muito rápido. Nos beijávamos o tempo inteiro, para reprimir os
gemidos, e o medo de sermos pegos parecia nos dar ainda mais desejo. Tudo que
pedia era que a luz demorasse muito a chegar, ou que, desse tempo para que
pudéssemos terminar sem que ninguém percebesse.
- Maravilhosa, Anna. Simplesmente
maravilhosa. - Justin gemeu no meu ouvido, muito baixo. Abracei-o ainda mais
forte, e segundos mais tarde, meu corpo estava e êxtase. Depois, Justin também
tinha chegado ao seu ápice. Nossas respirações eram rápidas e descompassadas e
meu nerd apoiou a cabeça na curva do meu ombro. Mesmo sobre a roupa, podia
senti o coração dele bater rápido; o meu não estava muito diferente.
- Amo você. - sussurrou ele.
- Eu também, querido. - respondi do mesmo
jeito. Ele ainda estava em mim, e tremia um pouco. - Vamos nos arrumar e sair
um de cada vez, para que ninguém suspeite. Caso eles perguntem alguma coisa, é
só concordar com tudo que eu falar.
- Tudo bem, mas espere um pouco. Estou
acabado. - disse ele, e ri baixo.
[...]
- Já enjoei desse jogo, loira. - reclamou
Cait, sentada no chão. Formávamos um círculo perto da lareira. Tomei outra
colherada de sorvete, morta de fome, depois das minhas travessuras com Justin
na cozinha.
- Resolveu o problema, Jujubona que me
ama? - perguntou a loira. Justin deu de ombros.
- Ainda não, falta acertar o ritmo,
terminar o refrão e essas coisas. E também não dava pra me concentrar com Anna
Mel falando o tempo inteiro o quanto aquela torta era maravilhosa. - dei um
murro de leve no seu ombro pra sustentar aquela mentirinha cabeluda. Até agora,
ele estava indo muito bem.
- Hey, não posso fazer nada a respeito!
Não tenho culpa se a comida me chama, bolas! Você é nerd e deveria ter feito o
trabalho há muito tempo. - devolvi, segurando com todas as forças a vontade de
rir. Tinha certeza que ele estava na mesma situação.
- Que tal brincarmos de Eu Nunca? -
sugeriu Caitlin, animada. Justin e eu trocamos olhares disfarçadamente,
nervosos com aquela sugestão. Será que eles suspeitavam do que tínhamos feito?
Damon encheu uns copinhos pequenos de vidro com uísque, e quando terminou,
deixou a garrafa sobre a mesa.
- Tá, minha pessoa maravilhosa começa. -
disse a loira. - Eu Nunca afanei esmaltes alheios. - Caitlin pegou seu copinho
e bebeu tudo em uma só golada. - Ahá! Eu sabia que foi você que pegou meu
esmalte de glitter rosa! - disse Ashley, fazendo a dancinha da vitória sentada.
- Eu Nunca enchi a cara por ciúmes ou
desilusão amorosa. - falou Damon bebendo seu drink. Em seguida, Justin e Mike acompanharam-no.
- Quando foi que você encheu a cara por ciúmes ou desilusão amorosa? - perguntei curiosa para Justin.
- Naquela festa da escola, no segundo ano, quando você disse que estavam armando pra me humilhar na frente de todo mundo, sabe? Fiquei tão triste, pensando que você tinha armado pra mim, que tinha ajudado eles, que enchi a cara pela primeira vez na vida. Foi quando conheci Collin. E também quando tive que humilhar você na sua festa de aniversário pra proteger você da megera loira da Britney.- explicou ele.
- E você, Mike? - perguntei.
- Tem uma garota que está me deixando de cabelos em pé. - foi tudo que respondeu. Ele e Cait ainda não se resolveram? Preciso falar com ele depois.
- Damon? - me dirigi ao meu amigo.
- Quando terminei com você...
- Mas, pera, pensei que tava tudo bem pra os dois terminar, e...
- Eu sei, Anna. Estava tudo bem. - ele me interrompeu, calmo. - Mas quando a ficha caiu, e percebi que realmente tinha acabado, foi difícil. Mas tudo deu certo, no fim das contas. A outra vez que fiquei bêbado, foi porque estava morrendo de ciúmes dessa loira aqui, - Damon apontou para Ashley, que estava ao seu lado. - E o namoradinho idiota que ela estava arrumando. Me deu uma dor de cabeça, viu, moça?- dessa vez, ele falava com ela, que riu.
- Tudo bem, xuxu, amo só você. - ela riu, vermelhinha.
- "Xuxu"? Não me chama disso na frente dos outros, loira. - reclamou, e mesmo assim foi amável com ela. Ele encheu os copinhos vazios para mais uma rodada.
- Eu Nunca Nunca Nunca roubei a comida dos outros. - eu sabia que aquele jogo seria perfeito para descobrir quem estava afanando minha comida, mas, fiquei surpresa ao ver todos virando seus drinks de uma só vez.
- Mas oi? - perguntei espantada. - Todos vocês estavam comendo minha comida? Vai todo mundo levar chutes no traseiro! - disse. - Mas só quando não estiver com tanta preguiça.
- Tenho uma bem legal! - falou Justin, animado. - Eu Nunca confundi geometria espacial com geometria plana. - ele sorriu e todos nós bebemos, menos ele, óbvio. Ele ria como idiota. Tá legal, foi fofo. - Como vocês podem confundir esses dois assuntos?
- Pra começo de história, nem sabiamos que tinha diferença! - Damon defendeu todos nós.
- Eu Nunca Nunca Nunca saí beijando todos, só por estar com vontade. - disse Cait.
- Eu Nunca Nunca Nunca deixei alguém confuso sobre meus sentimentos. - rebateu meu irmão.
- Eu Nunca Nunca Nunca...
- Se for pra terem briga de casal, é melhor irem pra um quarto. - Damon interrompeu a fala de Caitlin.
- Não estamos tendo uma briga de casal! - eles protestaram ao mesmo tempo. Revirei os olhos.
- Acho melhor jogarmos outra coisa. - sugeriu Justin, tentando tirar a tensão que tinha se instalado na sala.
- Pode ser banco imobiliário. - sugeriu a loira. - Mas não quero ir até o sótão pra procurar. Tá escuro.
- Porque o jogo está lá? - perguntei confusa.
- Ué, ninguém estava usando, então guardei lá. Cê pega pra mim, abelhuda? - eu até diria que não, mas ela estava fazendo aquela carinha fofa de sempre, pra me convencer a ir. Pior que ela conseguiu me convencer. Fofinha demais, fazer o quê? Levantei do chão antes que desistisse.
- Quer que eu vá com você, querida? - Justin perguntou, me olhando de onde estava sentado.
- Não precisa, voltarei logo, obrigada. Mas preciso da lanterna do seu celular, o meu descarregou.
- Tudo bem. - concordou ele, sorrindo.
[...]
- Onde será que ela pôs essa porcaria? - reclamei, perdida no meio de tanta coisa velha.
A única fonte de luz vinha do celular de Justin, o que não ajudava muito, mas que também era melhor que nada. Tentei ir até umas caixas, quando ouvi a porta bater atrás de mim. Assustada, virei rápido na direção do barulho, mas não tinha ninguém lá. Tudo bem, Anna, não foi nada de mais; disse em pensamentos, tentando me acalmar. Nem sou medrosa, né?
Andei até a porta e girei a maçaneta. Nada! Fiz isso mais duas ou três vezes, mesmo sabendo que a porta estava trancada.
-Pra onde vai tão rápido, Anna Mel? Está tudo bem. - meu coração bateu mais rápido quando virei para trás e vi Kate, parada ali, com aquele sorriso sarcástico de sempre.
- Kate?
- E conhece outra? - ela riu. - Soube da sua pequena briguinha hoje com o nerd.
- Não foi uma briga... Espera, como você sabe disso? - perguntei curiosa e assustada.
- Se eu fosse você, tomaria muito cuidado com essa tal de Sara. - sugeriu. - É o celular dele, não é? - perguntou, apontando para o aparelho na minha mão.
- É, porquê?
- Conselho de amiga? Leia as mensagens dele. Veja as fotos, os videos. Não é porque ele é nerd, que é um santo.
- Está sugerindo que Justin é infiel?
- Só estou dizendo pra ter cuidado, mas se quer minha opinião, talvez seja, sim. - Kate deu de ombros.
- Não acredito em você. Eu confio nele. Você não vai me fazer questionar a fidelidade do meu garoto.
- Não vou, porque você vai acabar fazendo isso sozinha. Mais cedo ou mais tarde. Só achei que seria melhor te avisar antes de acontecer, afinal, é pra isso que servem as amigas.
- Não somos amigas. - rebati.
- Já fomos um dia. - ela deu de ombros. - Depois não diga que não avisei.
- Cale a boca, sua cobra mentirosa! - falei firme e ela obedeceu. Meu coração batia tão forte que poderia sair do meu peito. Eu não poderia me deixar envenenar por ela. Justin não faria isso. Só de pensar na hipótese dele me trair, partia meu coração. - Saia da minha casa, da minha vida! Não torne a me perturbar mais. - disse respirando fundo e fechando os olhos para impedir as lágrimas de cair. Quando os abri, novamente, Kate não estava mais lá.
Me apoiei na porta, fazendo o possível para esquecer o que ela tinha dito. O celular dele estava em minhas mãos, e nada me impedia de ver se realmente tinha algo que o incriminasse. Mas aquilo não seria justo, eu iria violar a privacidade dele e Justin confiava em mim. Se eu olhasse, porém, poderia acabar com essa dúvida de uma vez. Mas eu não poderia deixá-la por dúvidas. E até porque ele não me deixaria sozinha com seu celular se tivesse algo que não quisesse que eu visse. E se deixasse, seria muito burro.
- Eu confio nele, Justin me ama e não há motivos para desconfianças. - falei baixo olhando para o celular.
Ouvi meus amigos gritarem no andar de baixo e de repente um clarão preencheu o sótão: a energia tinha voltado. Suspirei aliviada. Desliguei a lanterna e, segundos depois, ouvi batidas na porta. Olhando na direção dela, vi que um apoio para papéis impedia que a porta se abrisse. Não sabia como aquilo tinha parado ali, percebendo que esse foi o impecílio quando as luzes estavam apagadas. Tirei aquilo dali e deixei a passagem aberta. Justin entrou sorrindo, e aquilo me fez sorrir.
- O que está fazendo aqui? - perguntei lhe devolvendo o celular.
- Esqueça o jogo. Vamos assistir um filme e Damon está pedindo pizza. - ele riu, e de repente, esqueci tudo que Kate tinha dito. O sorriso dele, aquele sorriso inocente e lindo que eu amava estava ali e me senti idiota por cogitar desconfiar dele. Por deixar fazer Kate transformar um ciúme em algo maior, algo que nem existia. - E acho melhor e vir logo enquanto ele pede...
- Damon é quem está escolhendo? Como pode isso? - perguntei espantada e o puxei pela mão para fora, sem me preocupar em fechar a porta. Ele riu enquanto me acompanhava. Aquilo foi o suficiente.
NOTAS FINAIS
Oie povo! Eu ia postar no domingo, mas eu tinha que estudar pra prova de hoje e tenho essa semana toda de provas, mas vou tentar postar logo. Gostaram do cap? Ficou bom? Espero que tenham curtido. Beijos e até o próximo :D