24 de jun. de 2013

My Dear Nerd - What If - Capítulo 19 - Contando a História


POV ANNA
Permaneci paralisada, com os olhos arregalados depois do que vi. Os batimentos cardíacos aceleraram a respiração mais rigorosa. O sangue de meu corpo parecia ferver em ódio, mas não consegui mover um pé fora daquele lugar. Eu não sabia a reação de Justin naquele momento, porém aquilo era o que pouco importava.
– Anna, eu posso explicar tudo. Não é o que parece. – argumtou alguém na minha frente. Balancei minha cabeça saindo do transe vendo o cara que a pouco chamei de pai a minha frente. Ele provavelmente estaria nervoso, mas que se dane.
– Não é o que parece? Não é o que parece? Como assim ‘não é o que parece’? Eu vi! Eu vi você beijando essa vagabunda. Eu vi! Estavam vocês dois, no carro trocando beijos. E ainda diz que ‘não é o que parece’? Muita cara de pau a sua. – comentei irônica. Fechei as mãos em punho. Estava com tanta raiva que quase não o enchergava a minha frente.
– Olhe como fala comigo...
– Olhar como falo com você? E quem é você pra falar isso pra mim? Hum? Você não tem moral pra dizer isso. Você é um cafageste que banca ceninhas ridículas de ciúmes para a esposa, diz amá-la, mas depois a traí com uma vagambunda qualquer. – cortei irritada, mas firme na ironia. Justin permanecia calado, não acreditando no que presenciou.
– Eu sinto muito por isso, mas tenho que ir. – falou a loira finalmente saindo do carro. Ela me encarava com medo, provavelmente conhece minha ‘fama’ na escola. Semi serrei os olhos borbulhando de raiva.
– Então é por isso? É por isso que você trocou uma relação de anos? Foi por isso que você se sentiu ‘tentado’? Foi por isso que você traiu a confiança dela? Foi por isso que partiu seu coração?
– Filha...
– Não me chame de filha. Você me dá nojo! – cortei novamente olhando para ele de cima a baixo com o rosto melado com o batom vermelho. Virei tornando a andar de volta para a escola. Se ficasse por um único segundo sequer eu com certeza tentaria enforcá-lo. Porém não vale a pena ser amaldiçoada por matar um animal como ele. Fechei ainda mais as mãos em punho tentando em vão controlar a raiva e a respiração. Seria inútil tentar esquecer aquela cena, e por mais que eu quisesse era difícil. Ainda era difícil aceitar que ele foi capaz de algo tão baixo. Como ele pode? Desgraçado!
– Anna Mel, espera. – ouvi Justin falar atrás de mim . Continuei andando.
– Hey, para com isso. – continuou ele me puxando pelo braço. Ficamos frente a frente, respirações aceleradas. Olhei sobe o óculo, seus olhos cor de mel em encararem preocupados. Tentei respirar fundo e controlar as batidas do coração. Falha.
– Justin... Por favor, eu preciso ficar sozinha. – falei baixo tentando a todo custo não ser grossa. Não era culpa dele, Justin não merece receber um grito em resposta. Pensei em meio a tantas coisas. Mente atordoada é uma...
– Olha, eu nunca passei por isso, mas, sei que não deve ser tão fácil passar por isso, ainda mais quando se trata dos seus pais. Mas saiba que não importa o que aconteça, eu sempre vou estar aqui por você. Eu não quero ver você assim, me deixe ajudá-la, por favor. Faço qualquer coisa, mas não quero ver você assim. – disse ele. Pude ver a sinceridade em seu olhar que fitava o meu.
Rendida, completamente perdida, procurei seus braços em um abraço forte e caloroso. O apertava com força contra meu corpo, torcendo para que o contato tivesse o poder de mudar o que aconteceu. Parecia até mentira. Não consegui falar mais nada depois daquilo. Simplesmente ficamos abraçados, enquanto ele cantava baixinho com sua voz angelical tentando acalmar meus ânimos.
[...]
– Bom meus caros, vamos relembrar alguns assuntos do primeiro ano do ensino médio. Alguém lebra de função quadrática? – perguntava o professor a frente da turma. Bufei apoiando o rosto sobre a mão que estava apoiada na mesa. Odeio matemática. Já falei isso?
– Eu lembro professor. Foi o assunto da terceira unidade do primeiro ano do ensino médio. – falou Justin sentado a minha frente com a mão levantada.
Olhei para o lado vendo Damon fazer uma careta engraçada. Balancei a cabeça negativamente, tornando meu olhar para frente. Bem, acho que é a primeira vez que paro para reparar no professor, ou seja, o tédio é grande. Mas ele até que é um gatinho. Não é um cara que se diga “Nossa, que delícia. Olha só o tanquinho malhado dele.”. Mas era bonitinho. Só bonitinho. Não chegava os ‘pés’ de Juju, então deixa quieto.
– Lembra mesmo? Certo. Dê a definição. – falou o professor de braços cruzados olhando Justin levemente superior. Vamos ver ele quebrar a cara de posudo com o nosso nerd.
– Bom, chama-se Função Quadrática ou Função Polinomial do 2º grau, qualquer função f de IR em IR dada por uma lei da forma f(x) = ax2 + bx + c, onde a, b e c são números reais e a 0. – respondeu Juju seguro de si. Pera, eu estudei isso mesmo? Nem lembro.
– Muito bem, você realmente sabe sobre o assunto, ao menos na teoria. Mas pode nos dar alguns exemplos práticos? – perguntou o professor com um sorriso orgulhoso no rosto. Me arrumei melhor a cadeira, tentando a todo custo me manter acordada.
– Claro. O primeiro exemplo é: · f(x) = 3x2 - 4x + 1, onde a = 3, b = - 4 e c = 1 e o segundo exemplo, é: · f(x) = x2 -1, onde a = 1, b = 0 e c = -1. – respondeu ele. Já podia imaginar a carinha de ‘sou demais’ que ele estaria fazendo enquanto respondia as perguntas do professor.
– Muito bem. Qual é o seu nome rapaz?
– Justin Drew Deeps professor. – respondeu ele.
– Muito bem, Sr. Deeps, vejo que é uma pessoa muito instruída. Sua mãe deve ter muito orgulho de você. Mas certo, voltando ao asusnto principal. O gráfico de uma função polinomial do 2º grau, y = ax2 + bx + c, com a 0, é uma curva chamada parábola. Vou lhes mostrar alguns exemplos... – dizia o professor depois de elogiar meu namorado. Aquilo me deixou orgulhosa dele.
– Ei, olha pra cá. – ouvi uma voz falar pra mim do meu lado direito. Mudei a expressão de orgulho, encarando aquele ser loiro. Essa menina não tira essa roupa decotada, não?
– O que você quer Britney? – perguntei tediosa, vendo a mesma enrolar uma mecha do cabelo no dedo indicador.
– Também está orgulhosa do namoradinho sem graça? Own que fofo, ele sabe o que é uma função quadrática. – falou debochada, porém alto o suficiente para que apenas eu ouvisse.
– Own que fofo, ela é siliconada e acha que é foda. Own que lindo, dá pra todo mundo e não sabe fritar um ovo. Own que gracinha, ela é uma vadia que ta com invejinha. – rimei debochada revirando os olhos olhando para frente mais uma vez. Fiquei lá me achando por ter calado a boca daquela idiota, até que alguém cutucou meu ombro atrás de mim.
– Para com o cutuque, menina. – reclamei baixo para Ashley.
– Desculpa, mas eu sei o que houve. Você está bem? – perguntou ela. Virei na cadeira, sentando de lado na mesma. Encarei-a confusa, vendo que ela parecia estar curiosa sobre meu estado. Do que é que ela sabe, afinal?
– Como assim? Do que você está falando? – perguntei
– Juju me contou do ‘epsódio do hospital’. Como você está? – respondeu tornando a pergunta no final da frase. Ah ta. Era isso.
– Damon também sabe?
– Sabe, eu contei a ele. Olha, não importa o que aconteça sempre estaremos aqui por você. Eu sinto muito. – disse ela. Bufei tentando em vão deixar todas as lembranças deste triste episódio para lado.
– Não precisa sentir muito. Todos passam por esse tipo de coisa, é normal. Ninguém é perfeito.
– Não adianta tentar esconder a sua dor. Não adianta mentir pra mim, eu sei que no fundo você deve estar xingando ele até agora. Eu só quero que saiba que não importa a decisão que tome, sempre estarei apoiando você. – cortou ela olhando firmemente nos meus olhos. Suspirei derrotada, assentindo positiva.
Era incrível como essa garota conhecia minhas manias, meus jeitos, meus medos, e sabe o que sinto com o meu olhar. Era impossível mentir pra ela. Ashley me conhece o sucifiente pra saber o quanto aquilo estava me afetando. Era difícil. Muito difícil.
– Senhoritas, tem algo para compartilhar com a classe? – perguntou o professor interrompendo a aula dirigindo o olhar para nós.
– Pedimos sua opinião por acaso? – perguntou Ash irritada.
– Não, mas adoro me intrometer em conversas alheias. – respodeu ele debochado.
– Ótimo. Sabe o que você deve fazer agora? Perguntar pra sua mãe, porque ela não te deu educação.
– Na verdade quem deveria fazer isso é você, não é mesmo?
– Para falar a verdade, nunca pensei que cavalos fossem bons o suficiente para dar aula de matemática a seres humanos. Você é um cavalinho evoluído! Parabéns! – respondeu ela debochada com um sorriso de canto na boca. Era uma das poucas vezes que ela enfrentava um professor, ou qualquer pessoa mais velha do que ela. Não estava em condições para brigar com ninguém, e ela sabia disso. E ela me defendeu.
– Você está muito corajosa, minha cara. – falou o professor, chegando mais perto.
– Sempre fui.
– Mas que ótimo. Agora terá a grande chance de mostrar o quanto é corajosa na sala da diretora. – falou ele convencido cruzando os braços.
– Me obrigue.
– Como é que é?
– Olha cara, sua aula não é a das melhores, mas não estou com a mínima vontade de levantar. – respondeu dando de ombros novamente.
Quando virei para encarar o professor pude vê-lo bufando insistentemente tentando controlar a raiva. Ele pegou o giz e continuou suas anotações no quadro ainda respirando fundo.
– Mas minha nossa! Porque tanto? – perguntou Juju abismado aproveitando o momento em que o professor escrevia no quadro.
– Ah, Juju não amola também. To irritada! Hum! – respondeu ela com um bico no rosto, cruzando os braços e olhando para o caderno em sua mesa. Encarei Justin e pude notar ele me olhar preocupado. Eu sabia o porquê daquele olhar, e odiava isso.
– Não precisa ter pena, estou muito bem. – respondi-o sem mesmo esperar ele falar alguma coisa.
– Senhor Bieber, preste atenção, por favor. – falou o professor pacientemente.
Como não foi nenhuma novidade, ele obedeceu ao comando, virando-se para frente ouvindo a explicação do professor. Passei a aula inteira pesando sem anotar nenhuma letra sequer na folha a minha frente. Era tão ridículo. Uma das piores coisas da vida era ter o olhar de pena de alguém. É claro que eu amo esse garoto, mas aquele simples olhar digno de pena que ele lançou para mim me deixou irritada. Profundamente irritada. Homens. São tão... Tão... Idiotas!
Como ele pode fazer isso com ela? Machucar seu coração e consequentemente o meu? É tão difícil de sentar e conversar com a esposa? Dizer o que está o fazendo infeliz? Ou será que apenas se aproveitou da situação para fazer o que tanto queria? Era difícil dizer. O problema era que aquilo me fazia pensar que, todos eles são iguais de uma forma ou outra. Ainda era difícil admitir que o cara que sempre achei que fosse meu herói, a pessoa ao qual achei que fosse um exemplo, mostraria um lado que jamais conheci. Detestei conhecer esse lado.
E outra vez, me perguntava se todos os homens eram assim. Sem excessão. Será que Justin é como ele? Será que um dia ele ainda machucará o meu coração como fez Alex? Na verdade eu não sabia a resposta, mas temia em sabê-la. Ele é sempre um doce, demonstra ciúmes, mas, na primeira oportunidade em que pode enfim conhecer alguém com o mesmo QI deixou-me sem sequer pensar duas vezes. Era até mesmo difícil dizer se o tinha perdoado depois daquilo. Depois de esquecer-se da minha existência por causa da minha prima.
Ver meu pai traindo minha mãe me fazia pensar em possibilidades que jamais parei para pensar. Geralmente é dito que quando se perdoa se esquece. Não consigo esquecer até hoje. Mesmo tendo a plena certeza de que ele faz tudo para me ver sorrindo, ainda sim não conseguia esquecer aquilo. Olhei as pessoas a minha volta. Algumas garotas conversavam discretamente, outros dormiam, outros simplesmente pareciam voar em pensamentos como eu estava. Encarei o garoto a minha frente, vendo-o interagir com o professor. Pelo visto ele era o único que estava realmente prestanto atenção na aula.
Vi pela janela uma borbolelta verde, voando despreocupada enquanto o sol da tarde deixava-a ainda mais linda e o vento atravessava a janela bagunçando levemente meus cabelos. Aquilo me fez pensar nas pessoas. No quanto não sabemos nada sobre ninguém. Eu pensava que conhecia meu pai, até descobrir um lado nele que nunca tive a chance de imaginar que existisse. Será que Justin também era assim? Será que essa coisa de ser humilhado era apenas uma espécie de mascara? Será que essa timidez e inteligência escondiam algo por trás? Talvez. Acho que não o conheço como acho que conheço. Pessoas me assutam.
– Próxima aula terá teste surpresa ou não. Durmam com medo hoje. – falou o professor assim que os alunos se levantavam quando a aula finalmente chegou ao fim.
Despertei dos pensamentos recolhendo o material que não havia usado dentro da bolsa. Levantei preguiçosa, respirando fundo como sempre. Não seria o mais adequado voltar para casa. Não seria adequando vê-lo e ouvi-lo dizer na maior cara de pau que ama a família. E principalmente a esposa. Mas não tinha outra escolha.
– Então, me digam quem está a fim de um cinema hoje? – perguntou Ashley ao lado de Damon, que estava ao lado de Justin que por sua vez estava ao meu lado, que por minha vez estava ao lado de Ashley.
– Cinema? Algum documentário sobre peixes? – perguntou Juju admirado, com os olhos arregalados por baixo dos óculos.
Em seguida ele abraçou minha cintura colando nossos corpos enquanto caminhávamos juntos na direção da saída. Mais uma tentatica maluca da minha melhor amiga de me fazer esquecer. Talvez fosse apenas impressão, mas, acho que ela está tramando alguma coisa. Sempre se pode esperar um algo a mais dela.
– Peixes? – perguntou Damon confuso.
– Sim. Sabe, sobre a vida marítima em geral. É muito bom tem informações sobre a vida animal. É bastante inressante.
– Será que dá pra você ser normal, apenas por um dia? – perguntou Damon com a sobrancelha arqueada.
– Damon o deixe em paz. – cortei tediosa. Senti um beijo molhado na bochecha. Justin.
– Mas ninguém me respondeu. Topam ir a um encontro triplo? – continuou a loira a tagarelar.
– Triplo...
– É Anna. Eu, meu namorado lindo, você e o Jujuba, Damon e qualquer garota que ele queira levar. Mas se for levar alguma vadia, vou logo avisando que a mantenha longe de mim. E se ela for vestida com cor de rosa, baterei a cabeça dela contra a parede até que vire pó. – comentou Ashley ameaçadora para Damon que deu de ombros.
– Ciumenta. – falou ele prendendo o riso.
– Sou mesmo.
– Então, todos vão? – perguntou Juju ao meu lado.
– Não sei, acho que é melhor eu ficar um pouco em casa. Tem teste surpresa amanhã.
– Não haverá teste nenhum. – falou Juju seguro.
– Mas o professor disse que...
– É ele disse, mas isso é apenas um método quase infalível para nos fazer pegar nos livros. Ele não avisa quando vai aplicar algum teste, justamente para pegarnos desprevinidos. Sei o que estou dizendo. – respondeu docemente. Pensando bem, talvez fosse melhor estar longe daquilo tudo por um tempo. Talvez esse encontrolo triplo fosse a chance perfeita para pensar no que deveria fazer em diante.
– Certo, então vamos todos ao cinema hoje à noite. Encontraremos-nos na frente do cinema. Vai ser tão divertido, vocês irão adorar... - comentava Ashley animada. Sorri fraco.
[...]
Encarei o espelho por mais uma vez. Não havia gostado da roupa que vestia. Estava irritada. Não seria legal sair com amigos neste estado emocional, porém seria ainda pior ficar em casa. Seria ainda pior olhar para o rosto do ser mais podre que já conheci. Pus o colar no pescoço em seguida, arrumando melhor o cabelo.
– Querida venha depressa! Seu namorado está esperando. – ouvi a voz de minha mãe chamar do andar inferior. Passei um olhar rápido pelo quarto a procura do casaco Jens que serviria para acompanhar a roupa quando vi meu pai entrar no quarto fechando a porta em seguida. Respirei fundo, vendo-me olhar aparentemente arrependido. Pena que não adianta.
– Querida você está linda. – começou ele. Cruzei os braços, o encarando por cima. Lá vem teatro.
– Dispenso elogios seus.
– Anna Mel quero que sabia que o que viu realmente não era o que parecia...
– Você traindo minha mãe em um estacionamento qualquer?
– Eu só quero que saiba que não foi a minha intensão. Simplesmente aconteceu. Mas antes que diga qualquer coisa preciso que me escute.
– Prossiga.
– Bom, era uma tarde de sexta-feira, há poucas semanas atrás, havia poucos pacientes no hospital. Sua mãe e eu estávamos passando por alguns problemas, tenho certeza de que se lembra deste momento de nossas vidas. Eliot estava sempre me seduzindo tentando a todo custo ter algo a mais comigo. Para mim ela sempre foi apenas uma enfermeira assistente. Nesse mesmo dia de sexta a tarde aconteceu. Eu estava carente, sua mãe não falava comigo, precisava de carinho. Enquanto Eliot estava ali, se dizendo pronta para realizar meus desejos. Não pude manter o controle. Foi assim durante todo o período ao qual sua mãe e eu ficamos brigados. Sei que o que fiz foi errado, e me arrependo completamente pela tolisse que cometi.
– Jura mesmo? Não é o que parece. – comentei irônica. De braços cruzados.
– Eu a convidei para conversar e acabar com tudo aquilo.
– A chamou para conversar em um carro em pleno estacionamento? Nossa, estou amando seu 'tipo de conversa'. - interrompi debochada.
– Foi apenas por uma semana, mas aquilo me fez sentir mal. Eu amava sua mãe. Ainda amo. Amo intensamente. E saber que fui tão estúpido por trair sua confiança, e dar falsas esperanças para outra mulher que me jurava amor eterno acabava com todo meu ser. Aquilo estava me matando. Não poderia continuar... - parou por instantes olhando para os sapatos. Atuando muito mal, eu diria.
– Continue com seu teatro.
– Não estou atuando, Anna Mel. É a mais pura verdade. Eu chamei Eliot para conversarmos. Iria por um fim em algo que jamais deveria ter começado. Porém, sem sequer me deixar falar ela me beijou, e foi justamente quando você nos viu. Eu juro por tudo que é mais sagrado que jamais tive a intenção de ferir o coração dela. Nunca foi minha intensão. Apenas aconteceu. Mas não siginificou nada, eu juro. Nenhuma mulher irá tomar o lugar de sua mãe no meu coração. Eu juro que isso jamais irá acontecer. Só peço que não fale nada a ela. Eu imploro. Não quero perder o amor da minha vida. – falou ele. Suspirei pegando o casaco e a bolsa.
– Então, o que me diz? Não vai dizer a ela, não vai?– perguntou ele mais uma vez. Eu via em seu olhar ancioso, porém receoso, a espera de minha resposta. Agora eu sentia o medo em seu olhar. Mas eu sabia que ela não acreditaria em mim, não sem nenhuma prova. O fato de não dizer por hora, não significava que deixaria a indelidade dele impune. Por mais que a machucasse, ela não merecia ser feita de boba.
– Você me dá nojo. – falei simplesmente passando por ele como uma flexa saindo do quarto o mais rápido que pude.
Tentando controlar a fúria, desci as escadas com rapidez até finalmente ver o meu pequeno príncipe conversando animadamente com minha mãe. Ele arrumava constantemente o óculo, jogava o cabelinho para o lado a cada instante. Deixei escapar sem querer um sorriso bobo, ao vê-lo sorrir para mim segurando em mãos um ramalhete. Justin parecia cada dia mais fofo. Mais romântico dedicado e compreenciso. Tudo isso, sem deixar a relação ‘melosa’ ‘enjoativa’ o que me fazia por vezes perguntar que tipo de feitiço jogou sobre mim.
– Você está ainda mais linda. – falou ele enquanto eu tratava de me aproximar aos poucos. Colei nosos corpos com um abraço gentil deixando um beijo em sua bochecha rosada. Pude vê-lo ficar ainda mais vermelho. Certo. Ele ficou com vergonha da minha mãe.
– São para você. – continuou ele estendendo as flores presas por uma delicada fitinha vermelha em detalhes amarelos para mim. Peguei o ramalhete sentindo o agradável perfume que rosas colhidas na hora. Uma das coisas mais românticas que ele faz por mim. Roubar algumas flores do jardim visinho para me presentear. Era até bobo. Mas lindo.
– São lindas, amor. Obrigada. – falei agradecida. Com um sorriso no rosto.
– Você é um doce querido. Deixe-me por as flores em um belo vaso meu bem. – falou mamãe sorridente tirando com sua costumeira delicadeza o ramalhete de minhas mãos. Encarei-a sorridente.
– Temos um vaso bonito na cozinha. Pode colocá-las lá? Depois as deixarei no meu quarto. – comentei para ela que sorriu. Será que ela já fez as passes com Alex depois de dois dias brigando?
– Certamente. – respondeu ela.
– Onde pensa que vai levar a minha filha?- ouvi uma vz grave atravessar a sala e se infiltrar em meus ouvidos. O sorriso que vivia no meu rosto morreu quando avistei Alex, encostado ao sofá de braços cruzados. Novamente com a pose de bom pai perto de Justin.
– Isso é da sua conta? Tem certeza? – perguntei também orgulhosa arqueando a sobrancelha.
– Irei levá-la ao cinema, senhor Montês. – respondeu Juju firmemente. Apesar de ver o que viu, ele como uma boa pessoa sempre respeitava os mais velhos. Sempre educado.
– Se tentar fazer alguma coisa com ela, pode se considerar um homem morto. Estou de olho em você rapaz. Bem de olho. – comentou Alex abraçando mamãe de lado. É. Ele conseguiu o perdão dela. Filho de uma...
– Ele não é como você tenha certeza disso. – respondi simples despedindo-me de mamãe Juju e eu saímos da casa o mais rápido possível.

– Vai ficar tudo bem anjo. Vai ficar tudo bem. – falou Juju no meu ouvido me abraçando um pouco mais forte de lado enquanto caminhávamos. Espero que ele esteja certo.

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