13 de mai. de 2013

A Hora do Pesadelo - Capítulo 2 - Venha para o Freddy


POV NANCY
Pus a bolsa no chão ao pé da cadeira que sentava. Passei a mão pelos olhos bocejando levemente. Em seguida, apoiei as mãos sobre a mesa tentando não dormir durante a aula. Mesmo quando a professora ainda não se encontrava na sala. Não queria e não poderia dormir.
– Hey, Nancy... – ouvi uma voz feminina falar comigo. Olhei para frente tendo a visão de uma loira sorridente de lábios cor de rosa e olhos incrivelmente azuis. Sorri fraquinho me arrumando melhor a cadeira.
– Hey Lola. – respondi simples.
– O que houve com você? – perguntou curiosa encarando seriamente meu rosto. Dei de ombros suspirando normalmente.
– Só tive uma péssima noite. Pesadelo. – respondi.
– Pesadelo? Sério? Pode contar? – comentou um ser sentando ao meu lado na mesa que por acaso era dupla. Aula de Biologia. Encarei Justin, ao meu lado, por alguns momentos vendo que ele tinha um pequeno sorriso no rosto. Suspirei.
– Não foi nada. Apenas sonhei com um cara que tentou me machucar e... – comentei em resposta quando a porta da sala se abriu e Jesse acompanhado, da professora, entrou na sala. Vi Jesse deixar um selinho na loira a minha frente e sorrir simples para nós. Os demais alunos sentaram em seus devidos lugares e a aula se deu inicio. Passei a mão pelos olhos os fechando por breves momentos respirando fundo. Estava cansada. Distraída abri os olhos vagarosamente os arregalando em seguida. A sala grande, limpa e branca de antes estava queimada e pequena. Havia algumas cinzas nas cadeiras, mas estas por sua vez não se encontravam danificadas. Pus as mãos na mesa assustada. O silêncio era mortal que era apenas quebrado por um barulho estranho. Como de cadeiras rangendo e passos cada vez mais próximos.
   De mãos tremendo levantei lentamente de onde estava sentada procurando não fazer nenhum tipo de barulho. O coração batia rápido e as pernas estavam bambas. Observei o local de cima a baixo, de um lado para o outro. Estava sozinha ali, mas os mesmos sons de cadeiras rangendo, passos rápidos e fortes e risadas altas em minha direção me deixaram aflita. Angustiada olhei para os lados mais uma vez vendo a mesa do professor. Corri até ela o mais rápido e silencioso que pude, jogando meu corpo em baixo dela. Ouvi a porta ranger e abrir com força. Pus a mão na boca para abafar qualquer possível grito que escapasse quando vi pela pequena fresta o mesmo sapato que vi no meu último pesadelo. Minhas mãos tremeram ao ouvirem o barulho de lâminas.
   Os passos foram ficando mais próximos da mesa do professor e meu coração disparou. Fechei os olhos esperando ser descoberta com o pior a acontecer. Só vi quando as lâminas afiadas atravessaram a madeira grossa da mesa quase batendo no meu rosto. Apertei as mãos à boca com lágrimas banhando meu rosto. As lâminas saíram da mesa, mas permaneci ali esperando pelo pior. Porém o barulho parou e a porta fechou com força. Todo o barulho parou. Respirei profundamente ainda sem fazer barulho. Fiquei ali por alguns minutos, na verdade dois para garantir que ele não voltaria. Quando isso aconteceu observei o lugar pela brecha da mesa. Estava sozinha lá. Ainda trêmula saí de baixo da mesa bem lentamente ficando de pé. Suspirei aliviada ao saber que o perigo havia sumido fechando os olhos por breves três segundos para acalmar os ânimos. Porém quando abri os olhos dei de cara com o mesmo homem desfigurado a minha frente com o sorriso maléfico deixando as lâminas à frente de meu rosto.
– Sentiu minha falta, Nancy? – perguntou ele. Fechei os olhos com força gritando o mais alto que pude ouvindo sua risada alta em meu ouvido.
– Nos vemos mais tarde... Pequena Nancy... – dizia ele rindo de mim enquanto gritava com todas as minhas forças em estado de choque. Ao abrir os olhos com rapidez para tentar me livrar dele e salvar minha vida percebi que estava novamente na sala de Biologia. Respirei fundo com as mãos tremendo. Estava tudo normal. A professora se ocupava em escrever algo na lousa, alguns alunos conversavam, outros usavam seus celulares, outros até cochilavam. Olhei para o lado vendo Justin me olhar estranho, porém com um sorriso de canto.
– Você está bem? Teve outro pesadelo? – perguntou carinhoso. Engoli a seco tentando controlar meus ânimos e meu coração que ainda batia descompassado.
– Como assim? – perguntei curiosa passando as mãos pelo cabelo.
– Você se debruçou sobre a mesa e dormiu. Teve sorte que a professora não pegou você. Venha... Deixe-me abraçá-la. Foi apenas um sonho, sim? – falou carinhoso. Ainda nervosa, encostei minha cabeça em seu ombro enquanto o mesmo me abraçava de lado. Não sabia ele que minha sorte não era de que a professora me pegasse dormindo. E sim outra pessoa.
[...]
– ... Aí eu consegui convencer minha mãe a me deixar ir ao show. Alguém de vocês vai? – perguntava Lola caminhando junto a nós ao lado do namorado. Justin caminhava ao meu lado enquanto o resto da turma conversava animadamente. Suspirei angustiada. Não conseguia esquecer aquele sonho. Parecia tão real e lembrar daquilo ainda me assustava.
– Você vai Nancy? – perguntou Justin ao meu lado. Logo percebi que metade da turma havia parado para ouvir minha resposta.
– Eu não sei, tenho que falar com a minha mãe...
– Qual é Nancy! Vamos, será divertido. – Insistiu Lola.
– E quando será esse show? – perguntei.
– No final de semana. – respondeu ela.
– Eu não sei Lola, eu trabalho na lanchonete nos finais de semana.
– Tudo bem, você quem sabe, mas será incrível se for. Até mais. – falou ela deixando um beijo em minha bochecha. Virei à esquina junto a Justin que estava em silêncio de mãos no bolso.
– Você está bem? – perguntou ele de repente. Encarei seu rosto que olhava o meu á procura de alguma resposta.
– É claro! Mas porque a pergunta? – rebati vendo-o dar de ombros.
– Depois que dormiu na sala ficou mais calada do que o normal. Está tudo bem mesmo? – perguntou ele parando a minha frente quando estávamos perto da minha casa. Suspirei.
– Sim, eu estou.
– Eu fico preocupado com você. Se cuida. – finalizou doce beijando minha testa após partir o abraço. Beijei sua bochecha caminhando até minha casa fechando a porta em seguida assim que entrei.
Deixei a bolsa no sofá, indo lentamente até a janela. De lá o observei continuar sua caminhada até a casa vizinha. Sorri boba com aquilo. Justin era meu amigo desde o fundamental, mas eu o achava muito bonito. Além de engraçado, divertido e inteligente. Talvez até mais do que isso. Sentia por ele, coisas que jamais deveria imaginar existirem. Mas eu sentia. Sentia um carinho diferente por ele, e era algo que infelizmente não conseguia controlar. Porém, sabia que, para ele sempre seria uma simples amiga, a melhor amiga. Talvez fosse melhor esquecer toda essa história. E realmente era verdade. O problema é que passei muito tempo tentando fazê-lo. Suspirei saindo da janela pegando a bolsa no sofá subindo lentamente as escadas. Absurdamente cansada.
[...]
Horas Depois...
  Tirei o celular da mesa de cabeceira com preguiça. Ele vibrava e não parava de tocar me deixando de fato irritada. Porém momento depois sorri, ao ver o nome no identificador de chamadas. Atendi a chamada levando o celular até o ouvido iniciando a conversa.
– Hey, sou eu, Justin. – disse ele animado. Sentei na cama estranhando seu entusiasmo.
– Oi Justin. Porque está tão alegre? – perguntei curiosa deitando sobre o colchão macio deixando a cabeça apoiada sobre o travesseiro.
– A turma está planejando ir ao cinema hoje, o que acha? Vem conosco? – perguntou ele. Ri negando.
– Não obrigada, talvez uma próxima...
– Qual é Nancy! Vai ser divertido... Por favor, por mim. Se aceitar vir eu compro aquele salgadinho que você gosta... Hum... Qual é o nome mesmo? – tentou manhoso. Ri ainda mais dele. Como ele tenta me subornar sem saber o meu doce predileto? Ou ele sabia ou estava brincando? é, pelas risadas ele estava brincando.
– Você quer dizer, Doritos? – perguntei. Ele riu em troca.
– Isso mesmo! Venha conosco, por favor. – continuou a insistir.
– Tudo bem, eu vou. Você venceu!
– Eu sempre venço! Mas é melhor se apressar, está quase na hora. – falou rindo encerrando a ligação.
    Senti um calafrio percorrer meu corpo tendo a sensação de ouvir risadas maldosas, como as risadas do sonho que tive. Balancei a cabeça levantando da cama deixando o celular sobre a mesa de cabeceira. Abri a porta do closet escolhendo um conjunto simples deixando-os sobre a cama. Com uma pequena toalha em mãos fui à direção do banheiro fechando a porta. Retirei minhas roupas com calma enchendo a banheira em seguida. Já despida entrei nela deixando a toalha ao lado. Respirei fundo, cansada. Estava ficando sonolenta, mas tinha medo de dormir e sonhar com esse mesmo homem. Não sabia como ele acertou meu nome e também não queria descobrir se esses sonhos eram reais.
  Distraída peguei a esponja já molhada passando a mesma pelo corpo. Como me sentia cansada todos os meus movimentos eram lentos e iam parando pouco á pouco até eu apoiar a cabeça na banheira e fechar os olhos. No mesmo momento ouvi risadas aterrorizantes, gritos ensurdecedores e o ranger de objetos. Tentei abrir os olhos que insistiam em ficar fechados como se alguém estivesse controlando minhas pálpebras. Revirei-me na banheira vendo a mesma mão com lâminas no lugar de dedos passarem no meio de minhas pernas e assustada tentei me revirar pela banheira sem conseguir gritar.
– Nancy... – a voz da minha mãe que entrava no banheiro fez com que eu abrisse os olhos lentamente e a mão de lâminas no lugar de dedos sumir na água. Ainda com o coração a mil observei o rosto de minha mãe que não esboçava reação alguma. Ela se mantinha parada a minha frente na banheira me olhando fixamente de mãos em punho. Segurei a beira da banheira a observando curiosa.
– Mãe? Você está bem? – tentei baixo, cuidadosa, vendo um sorriso maldoso estampar seu rosto. À medida que ria sangue saia de sua boca como cascata melando o chão cada vez mais. Seus olhos estavam vermelhos e deles também saia sangue. O mais vermelho que já vi em toda vida. Gritei assustada quando senti uma mão puxar meu pé para dentro da banheira sendo puxada com força para ela. Ouvia as mesmas risadas ainda mais altas em meus ouvidos, tentando a todo custo ir até a superfície. A mão que segurava meu tornozelo machucava meu pé me puxando com força cada vez mais para baixo.
Ainda sim tentei subir com toda força que tinha até senti-lo soltar meu pé o que me fez nadar o mais rápido possível para cima. Sai rápido da banheira me enrolado a toalha saindo do banheiro às pressas. Olhei para os lados quando percebi que não estava mais no meu quarto. Enrolei-me ainda mais ao fino tecido que cobria meu corpo percebendo que estava na casa de um amigo.
– Está tão linda, Nancy... – ouvi a mesma voz debochada e assustadora chamar meu nome seguido de uma risada diabólica. Comecei a correr pela casa sem olhar para trás até me esconder no quarto de Dean. Pus a mão na boca quando vi o mesmo dormindo tranquilamente sobre a cama. As risadas aumentaram os gritos de dor e agonia, a escuridão e o frio me deixaram ainda mais assustada. Olhei pela brecha do closet dele vendo o mesmo homem se aproximar lentamente dele. Ele fazia os mesmos barulhos com as lâminas em sua mão fazendo lágrimas molharem meu rosto com força. Ele riu mais uma vez parado a frente da cama.
Venha para o Freddy! – falou antes de esfaqueá-lo na barriga. Minhas lágrimas aumentaram e meu choro era audível, mas não estava ligando para isso. Não conseguia controlar.
– Acorda Dean! Acorda! – gritei do closet as lágrimas o vendo abrir o corpo do meu amigo trazendo em suas lâminas o estômago dele. Olhei para seu rosto que estava desfigurado banhado em sangue. Ele parecia se divertir com a situação quando chegou mais perto do closet. Meu choro aumentou quando a porta foi aberta com força e o homem desfigurado me encarou sorrindo maldoso.
– Porque não brinca com o Freddy? Você é uma garota muito má, Nancy... – comentou rindo levantando as lâminas contra mim. Empurrei seu corpo em um ato de coragem passando por baixo de seu braço quando ele ergueu os braços para me atacar corri até a porta nervosa tentando abri-la com a mão livre já que a outra segurava a toalha.
– Não pode fugir Nancy. – disse rindo de meus esforços. Virei-me batendo as costas na porta quando ele segurou meu braço com tamanha força que o sentia latejar de dor.
– Quem é você? Deixe-me em paz! – gritei em agonia virando o rosto para não encará-lo.
– Não se lembra de mim, Nancy?... Deveria... Você era a minha favorita... – dizia ele. Fechei os olhos com força ao sentir sua língua asquerosa entrar em contado com minha pele. Fechei a mão em punho que por seu lado tremia incontrolavelmente.
– Você é só um pesadelo...
– Isso mesmo. Ninguém pode provar que estive aqui... Posso matar você do jeito que quiser... – falou em meu ouvido com a mesma risada assustadora. Ele segurou meu braço com ainda mais força arremessando meu corpo para o outro lado do quatro. Cai sobre o corpo ensangüentado de Dean rolando pela cama e caindo no chão. Minhas costas doíam, e meu braço latejava. Ele ria de mim andando calmamente em minha direção. Passou a lâmina sobre meu rosto e braço ficando com o rosto bem próximo ao meu.

– Foi bom brincar com você... Acho melhor acordar... Está sangrando... – falou ele erguendo as lâminas em minha direção. Dei um grito angustiante no mais alto nível de medo ainda ouvindo a risada alta dele em meus ouvidos. Abri os olhos saindo com rapidez da água vendo minha mãe correr até mim preocupada. A água estava vermelha devido ao corte em minhas costas provocado durante a colisão do meu corpo contra a parede. Respirava fundo e rápido sentindo meu corpo doer. Aquilo simplesmente não parecia ser só um sonho.

Oi aqui está mais um capítulo disponível para vocês, espero que tenham gostado. Em breve vou postar mais um, e logo chegará um capítulo inédito. Muitos beijos e até o próximo :D

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